Robert Bresson, o moralista do cinema
Robert Bresson (Bromont-Lamothe, França, 25 de setembro de 1901 – Droue-sur-Drouette, França, 18 de dezembro de 1999), cineasta francês, conhecido pelo uso econômico de recursos formais e a escolha de autores complexos.
Entre os filmes que Bresson dirigiu estão “Pickpocket”, de 1960, “O Processo de Joana D’Arc”, de 1962, ganhador do prêmio especial do Festival de Cannes, e “Le Diable Probablement”, de 1977, vencedor do Urso de Prata de Berlim. Antes de dirigir “Anjos do Pecado”, seu primeiro longa-metragem, em 1943, Bresson passou mais de um ano como prisioneiro de guerra da Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial.
O cineasta se notabilizou por usar atores amadores em seus filmes. Seu segundo filme, “As Damas do Bois de Bologne” (1944/45), foi sua última experiência com atores profissionais.
Suas películas ganharam vários prêmios, entre eles o de melhor filme francês (“Pickpocket”, 1959) e o Urso de Prata de Berlim (“Le Diable Probablement”, 77).
O cineasta francês Robert Bresson, considerado um dos artistas mais importantes do cinema, amado pela crítica -mas nem tanto pelo público-, Bresson era rigoroso na concepção e montagem. Exigia disciplina nas filmagens, repetindo muitas vezes uma mesma cena. Isso, mais seu moralismo religioso, lhe rendeu o título de “o jansenista” do cinema francês -jansenismo é a doutrina, criada pelo teólogo holandês Jansênio (1585-1638), que prega o rigor moral. Ele também se notabilizou por usar atores amadores.
O primeiro filme a ser exibido no ciclo, realizado em 1951 por Bresson, foi baseado em Diário de Um Pároco de Aldeia, ganhador do Grand Prix de romance da Academia Francesa em 1936, rendendo ao cineasta o Grande Prêmio do Festival de Veneza (1951).
É uma adaptação comovente do drama de um jovem padre alcoólatra (Claude Laydru) que mantém um diário no qual escreve suas impressões sobre os paroquianos de uma aldeia cheia de hipócritas, indiferentes à doutrinação do pároco. Desrespeitado por sua comunidade, ele ainda descobre ser portador de um câncer no estômago.
O cineasta definia o cinema como “um movimento interior”. “A incomunicação está por trás de tudo o que faço”, dizia.
Bresson tentou ser pintor antes de se tornar roteirista de cinema. Em 34, dirigiu o média-metragem “Les Affaires Publiques”. Mas ele considerava que sua carreira cinematográfica só começou em 1943, com seu primeiro longa, “Anjos do Pecado” (Les Anges du Pechè), que ele filmou após passar mais de um ano como prisioneiro de guerra da Alemanha.
A partir de “Le Journal d’Un Curé de Campagne” (1950), Bresson criou um estilo minimalista no qual tudo, menos os detalhes mais à vista, era omitido -frequentemente, detalhes cruciais eram revelados pela trilha. Os atores (que chamava de modelos) eram econômicos em expressões.
Robert Bresson morreu dia 18, aos 98 anos, em Paris.
(Fonte: www.estadao.com.br – O Estado de S.Paulo Cultura 29/06/11)
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA de S.Paulo – ILUSTRADA/das agências internacionais – 22 de Dezembro de 1999)
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