Robert Collins, roteirista e diretor conhecido por ter criado a série Police Woman.

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Robert Collins (1930 – 2011), roteirista e diretor conhecido por ter criado a série “Police Woman“, um marco na história da TV americana.

Collins iniciou sua carreira na TV no final da década de 1960 escrevendo episódios para séries como “Os Invasores”, “Os Audaciosos”, “Dan August”, “Cannon”, “Mod Squad”, “Marcus Welby”, e “O Sexto Sentido”, entre outros. Mas o marco divisor de sua carreira foi “Os Novos Centuriões/Police Woman”, série antológica policial que abriu caminho para “Chumbo Grosso/Hill Street Blues” na década de 1980, e “Nova York Contra o Crime”, na década de 1990.

Ele foi responsável por 13 episódios dessa produção que teve um total de cinco temporadas.
“Police Story” deu à Collins sua única indicação ao Emmy, pelo episódio “Roberry: 48 Hours”. Já o episódio “Wyatt Earp Syndrome”, no qual um policial sucumbe às pressões do trabalho, passou a ser utilizado pelo departamento de polícia de Los Angeles e Nova York como filme de treinamento para novos policiais, segundo a imprensa divulgou na época. Mas foi com o episódio “The Gamble”, exibido em 1973, que Collins entrou para a história da televisão americana.

O episódio introduziu a sargento Lisa Beaumont, interpretada por Angie Dickinson, que costumava trabalhar infiltrada no meio criminal. O episódio foi bem recebido pela crítica e pelos produtores, o que levou ao planejamento de uma spinoff (série derivada).

A decisão de dar à personagem sua série própria foi audaciosa, já que na época as mulheres ainda não tinham conquistado seu espaço em seriados policiais. Existiram algumas tentativas, como “Decoy”, na década de 1950, e “Honey West” nos anos de 1960 (que era uma detetive particular), mas ambas fracassadas. Assim, antes do surgimento das heroínas da década de 1970, como “A Mulher Biônica”, “A Mulher Maravilha” ou de “As Panteras”, a TV americana conheceu “Police Woman”, produzida entre 1974 e 1978.

Na série, a personagem foi rebatizada com o nome de Suzanne Anderson, mas ficou mais conhecida por seu apelido: Sargento Pepper, novamente interpretada por Angie Dickinson. Trabalhando no Departamento de Los Angeles, ela atuava em missões que exigiam o toque feminino. Disfarçada de enfermeira, professora, stripper, prostituta ou garçonete, ela e sua equipe, formada pelos detetives Joe (Ed Bernard) e Pete (Charles Dierkop), resolviam os casos mais difíceis do departamento chefiado por Bill Crowley (Earl Holliman).
“Police Woman” também ficou conhecida por ter inspirado dezenas de mulheres americanas a seguir carreira na polícia.

Com a boa receptividade de “Police Woman”, Collins foi chamado em 1976 para ser um dos responsáveis pela adaptação do filme “Sérpico” para a TV. Inspirado em história real, o filme estrelado por Al Pacino foi transformado em série, com David Birney. No entanto, o tema da corrupção policial foi suavizado, levando a produção a ser cancelada com apenas uma temporada.
Além das séries, Collins também escreveu diversos roteiros de telefilmes policiais. Ele também se aventurou no teatro, onde atuou como diretor. O último trabalho conhecido na TV é o telefilme “Nos Braços de um Assassino”, de 1992, com Jacklyn Smith.

Collins foi casado com Dorothy Mark, com quem teve três filhos, Clay, Curtis e Casey.
Robert Collins faleceu no dia 21 de outubro, aos 81 anos de idade, vítima de parada cardiorrespiratória.
(Fonte: http://www.veja.abril.com.br/blog – Temporadas/ Por Fernanda Furquim – 25 de outubro de 2011)

Robert Collins (1930 – 2011)
Morreu o roteirista e diretor de TV Robert Collins, conhecido por ter criado a série “Police Woman”, que mudou as regras das séries policiais nos anos 1970. Ele tinha 81 anos de idade e faleceu na sexta (21/10) na Califórnia, de parada cardiorrespiratória.

Collins iniciou sua carreira televisiva em 1967, escrevendo episódios para a série clássica de sci-fi “Os Invasores”. Teve ainda uma fase de dramas médicos, assinando capítulos de “Marcus Welby” (1969-1972), “Matt Lincoln” (1970) e “The Bold Ones: The New Doctors” (1969-1972), em que também estreou como diretor, antes que uma sequência de trabalhos em produções policiais despertasse sua vocação para o gênero.

Police Story

Em 1971, escreveu para três “cop shows” que marcaram época: “Dan August”, “Cannon” e “Mod Squad”. A experiência lhe rendeu convite para trocar os textos esporádicos por um contrato como roteirista fixo de uma nova produção, que inovaria o formato das séries policiais americanas.

Lançada em 1973, “Police Story” não tinha protagonistas fixos. Era uma antologia de histórias fechadas, que acompanhavam a rotina policial na cidade de Los Angeles. Sua tentativa de abordagem realista representou um grande avanço na forma como o trabalho da polícia e a violência das ruas passariam a ser retratados na televisão.

Angie Dickenson e Peter Brown no episódio The Gambler, de Police Story

“Police Story” deu à Collins sua única indicação ao prêmio Emmy – pelo episódio “Roberry: 48 Hours”. Outro de seus episódios, “Wyatt Earp Syndrome”, no qual um policial sucumbe às pressões do trabalho, foi escolhido pelos departamentos de polícia de Los Angeles e Nova York como material didático para o treinamento de novos policiais.

Para a emissora NBC, no entanto, o maior legado de “Police Story” foram três spin-offs, baseados em personagens introduzidos na série: “Man Undercover” (estrelando David Cassidy), “Joe Forrester” (com Lloyd Bridges) e o mais bem-sucedido de todos, “Police Woman”.

Angie Dickinson é Police Woman

Escrito por Collins, o episódio “The Gamble” foi ao ar como encerramento da 1ª temporada de “Police Story”, introduzindo a policial infiltrada Lisa Beaumont (Angie Dickenson, do clássico noir “Os Assassinos”), responsável por prender uma quadrilha ligada ao jogo ilegal.

A decisão de adaptar aquela personagem para criar uma nova série foi bastante arrojada em 1974, já que as produções policiais eram até então território exclusivamente masculino. Além disso, pesava contra ela o fato de nenhuma série dramática com protagonista feminina jamais ter emplacado – as mulheres só faziam sucesso nas comédias, desde “I Love Lucy” (1951).

O elenco de Police Woman

Contra todas as expectativas, “Police Woman” não só estourou a audiência, como inaugurou a era das heroínas de ação na TV. Antes da sargento Suzanne “Pepper” Anderson, mulheres não pegavam em armas nas séries, a não ser que fossem criminosas de perfil “femme fatale”. Mas, em poucos meses, a telinha se encheria de garotas valentes, como “A Mulher Maravilha” (1975), “A Mulher Biônica” (1976) e até “As Panteras” (1976). Tudo por causa de “Police Woman”, produzida de 1974 a 1978.

Angie Dickenson não fez só pose de durona na pele da Sargento Pepper. Também foi símbolo sexual, disfarçando-se de todo o tipo de fantasia masculina na série.

David Birney como Serpico

Para pegar criminosos, ela aparecia como enfermeira, professora, stripper, prostituta, aeromoça ou garçonete. Mas, ao mesmo tempo em que se rendia aos clichês machistas, também ajudou a mudar a sociedade. “Police Woman” inspirou milhares de mulheres americanas a seguir carreira na polícia, além de ter mudado a própria instituição. Com a invasão feminina, veio a agenda feminista, culminando na criação de novos planos de carreira que permitissem promoções aos cargos de chefia, anteriormente vetados às mulheres. A própria Pepper nunca virou detetive.

A recepção fenomenal de “Police Woman” levou Collins a ser chamado em 1976 para adaptar o filme “Sérpico” (1973), grande sucesso estrelado por Al Pacino, numa série de TV. Mas o tema da corrupção policial ainda era muito controvertido. Os tiras eram os heróis da TV, por isso, mesmo suavizada, a temática levou a série a ser cancelada com apenas uma temporada.

Angie Dickinson em Prime Target

O fracasso de uma franquia famosa foi um grande baque na carreira do roteirista. Ele nunca mais criou outra série.

Passou os anos 1980 escrevendo e dirigindo telefilmes policiais, aventurou-se pelo teatro, reencontrou a musa Angie Dickenson no telefilme “Prime Target” (1989) e sumiu após “Nos Braços de um Assassino” (1992), com a ex-Pantera Jacklyn Smith.

pipocamoderna.com.br – Marcel Plasse – out 26 2011

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