Roberto Müller Filho, é considerado uma das maiores referências do jornalismo econômico brasileiro, pausou sua carreira nas redações para assumir a função de chefe de gabinete de Dilson Funaro, ministro da Fazenda durante o governo de José Sarney

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Roberto Müller Filho, uma das referências do jornalismo econômico no Brasil

Jornalista teve passagem pelas principais redações da imprensa econômica

 

 

 

Roberto Müller Filho (nasceu em Ribeirão Preto, São Paulo, em 12 de outubro de 1941 — faleceu em 4 de junho de 2024, em São Paulo), jornalista foi considerado uma das maiores referências do jornalismo econômico brasileiro. Em 1987, Müller Filho recebeu, nos Estados Unidos, o Maria Moors Cabot, prêmio de jornalismo internacional mais antigo do mundo.

Nascido em Ribeirão Preto, município de São Paulo, iniciou a carreira na Folha de S.Paulo, onde se tornou editor de economia no veículo, na equipe do então editor Matias Molina. Posteriormente, Müller também se tornou editor de economia do jornal.

Além da Folha de S.Paulo, Müller passou pelas revistas Veja, Realidade, Visão e Expansão, até que, em 1974, entrou na Gazeta Mercantil para dirigir e transformar o veículo em um importante jornal. Lá ele ficou por 15 anos em três períodos distintos, segundo o livro sobre a vida do jornalista, escrito por Maria Helena Tachinardi.

Segundo relatos de pessoas que estiveram próximas a ele na época, Müller construiu, com seu jeito calmo e paciente, uma importante jornada na liderança e formação de uma geração de jornalistas no veículo, que se tornou o mais importante jornal de economia do país.

Foi lá também que ele criou o Fórum Gazeta Mercantil, que premiava nomes que marcaram a história do empresariado brasileiro, como Antônio Ermínio de Moraes, Jorge Gerdau, José Mindlin, Laerte Setubal Filho, entre outros.

Dentro da premiação, em plena ditadura militar, no ano de 1978, o Fórum criou o “Documento dos Oito”, uma carta assinada por oito grandes empresários, com críticas à política industrial da época, à desigualdade social no país e em defesa de um regime democrático.

Segundo o economista Luiz Belluzzo, amigo do jornalista desde a década de 1960, além de ter liderado toda uma leva de jornalistas de economia no país, Müller também cumpriu um importante papel na luta pela democracia.

“Estamos perdendo uma figura do jornalismo maravilhosa. Mesmo suspendendo minha condição de amigo, posso dizer isso”, diz Belluzzo.

Na década de 1980, Müller pausou sua carreira nas redações para assumir a função de chefe de gabinete de Dilson Funaro, ministro da Fazenda durante o governo de José Sarney. Em 1987, retornou à Gazeta Mercantil até assumir a secretaria de Ciência e Tecnologia do governo paulista de 1993 a 1994.

Müller ainda teve uma terceira passagem pela Gazeta Mercantil entre 2001 e 2003.

Também com passagem pela direção da TV Globo de São Paulo, Müller marcou a televisão brasileira com o programa de debate Crítica a Autocrítica, na Bandeirantes, no qual levou nomes importantes da economia e política brasileira, como Roberto Campos, avô do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Sua história foi biografada por Maria Helena Tachinardi em 2010, no livro Roberto Müller Filho: Intuição, Política e Jornal.

Roberto Müller Filho faleceu na noite da terça-feira (4), aos 82 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein devido a um câncer no pulmão. O velório aconteceu na quarta (5), no Morumbi. Ele deixa a esposa Tânia Müller e três filhos.

Grande mestre

Tive o prazer de trabalhar com Roberto Muller Filho, entre os anos de 2000 e 2002, período em que o jornalista comandou a Direção do projeto “PanoramaBrasil”, do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia. “Professor”, deste modo via os jornalistas o chamarem, especialmente, o saudoso Getúlio Bittencourt, na época editor-chefe do projeto.

Tratava-se de um projeto faraônico do meio digital para época. Um portal de economia, trilíngue, com média meta de 2 mil notícias econômicas por dia. Nesta época aprendi sobre “paixão ao jornalismo”, pois o “Professor” era pura dedicação ao projeto. Para ele, não tinha dia e nem horário, pois ao longo de suas 24 horas vivencia aquilo tudo. Quando anunciou seu retorno à Gazeta Mercantil, me recordo dos aplausos que todos os jornalistas fizeram ao grande “Professor”! Deverás, a imprensa nacional lembrarás deste grande mestre. Agradeço ao professor Roberto Muller Filho pelas lições passadas. Gratidão.

(Créditos autorais: https://gente.ig.com.br/colunas/davi-brandao/2024-06-05 – GENTE/ COLUNAS/ Por Davi Brandão – 05/06/2024)

** Davi Brandão é jornalista com atuação no campo da Comunicação há quase 25 anos, circulando pelos diversos segmentos do entretenimento.

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – Folha de S.Paulo/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ História de STÉFANIE RIGAMONTI – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – 5 de junho de 2024)

(Créditos autorais: https://www.conjur.com.br/2024-jun-05 – Consultor Jurídico – 5 de junho de 2024)

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