Roberto Cochrane Simonsen (Santos, 18 de fevereiro de 1889 – Rio de Janeiro, 25 de maio de 1948), escritor, líder de classe, homem público, mestre e intelectual empresário, estrategista inflexível, porém, preferia tecer planos e articulações para o futuro.
Simonsen era engenheiro de formação, mas consagrou-se como industrial, administrador, professor, historiador e político, além de ter sido membro da Academia Brasileira de Letras.
Os industriais brasileiros percorreram toda a era Vargas sob a tutela das pragmáticas teses protecionistas de seu mais brilhante ideólogo, o rico engenheiro – depois senador – Roberto Cochrane Simonsen.
Mesmo com documentos precários, o talento de Roberto Simonsen foi capaz de construir, nos anos 30, o clássico “História Econômica do Brasil (1500-1820)” sobre o árido período colonial do país. Depois, a voragem do crescimento esvaziou o auditório dos grandes debates, enfrentando temas difíceis, como as atribulações da tecnologia nacional, os vícios da burocracia governamental e a eterna questão dos planos agrícolas.
Seu estilo se evidenciava de intimidade com as vielas da negociação política, arte indispensável a quem pretende impor opiniões, como conseguia fazer sempre o hábil Simonsen. E neste campo ele ainda não encontrou o legítimo e necessário herdeiro.
Integrou o movimento intelectual pela fundação da primeira escola superior que ofereceria sociologia e política no Brasil, a atual Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), onde lecionou história econômica do Brasil, atividade que o levou a publicar alguns trabalhos acadêmicos sobre o tema.
Em 1933 ingressou na política, sendo eleito deputado constituinte por São Paulo; exerceu o mandato de deputado federal na legislatura de 1933 a 1937. Quando o país voltou ao regime democrático, após a II Guerra Mundial, elegeu-se senador, cargo que ocupava quando faleceu.
Roberto veio a falecer aos 59 anos, em 25 de maio de 1948, em plena atividade em defesa da indústria, em pleno Salão Nobre da Academia, enquanto discursava saudando o primeiro-ministro belga Paul van Zeeland (1893-1973), que visitava o país.
De todos os líderes empresariais do início do século 20, que tornaram-se os fundadores da Fiesp, destaca-se a figura de Roberto Simonsen, brilhante estrategista que começou vendendo café em Santos.
Na década de 1930, Simonsen desempenhou papel fundamental para a consolidação do parque industrial brasileiro, obra reconhecida até mesmo pelos adversários do então presidente Getúlio Vargas.
Tanto como representante corporativo na Assembleia Constituinte de 1933, quanto no Estado Novo, Simonsen soube trabalhar a favor da indústria.
Enquanto os países ricos mergulhavam no grande conflito de 1938 a 1945, entre os Aliados e Países do Eixo, o Brasil começava a fabricar os produtos até então importados da Europa e da América.
A inauguração da Siderúrgica de Volta Redonda foi o impulso que faltava para essa atividade que se tornava forte, mas ainda sob tutela do Estado.
Em sua memória, a data de 25 de maio foi transformada em Dia da Indústria e a ele foi atribuído o título de Patrono da Indústria Nacional.
(Fonte: Veja, 30 de janeiro de 1974 – Edição 282 – LITERATURA/ Por Mário Alberto de Almeida – Pág: 60/62)
(Fonte: Veja, 20 de abril de 1983 Edição 763 Memória Pág; 102 Datas Pág; 88)
(Fonte: Veja, 14 de maio de 2008 – ANO 41 – Nº 19 – Edição 2060 – Livros/ Por Moacyr Scliar – Pág: 146/147)
(Fonte: https://www.fiesp.com.br – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – Instituto Roberto Simonsen (IRS))