Rodrigues Alves, presidente de 1902 a 1906
Francisco de Paula Rodrigues Alves (Guaratinguetá (SP), 7/7/1948 – Rio de Janeiro (RJ), 15/1/1919), presidente que enfrentou revolta inusitada, 5° Presidente da República do Brasil (3° presidente civil), que governou o país de 1902 a 1906, no período denominado “República Velha” (1889-1930) após o mandato de Campos Sales.
O governo de Rodrigues Alves, dedicado a embelezar e modernizar o Rio de Janeiro, então capital federal, e combater epidemias, foi farto em polêmicas. Fazendeiro paulista, Alves representou uma importante figura, apoiada pelas oligarquias cafeeiras.
Conselheiro Rodrigues Alves, como posteriormente faria questão de ser chamado, nasceu em Guaratinguetá, no interior paulista, em julho de 1848, não permaneceu por muito tempo na pequena cidade. Filho do português Domingos Rodrigues Alves e de Isabel Perpétua Marins, mudou-se ainda criança para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II.
Em 1866 ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco em São Paulo, onde se formou ao lado de outros grandes nomes como Castro Alves e Afonso Pena. No período se destacou escrevendo para os jornais “16 de julho” e “Imprensa Acadêmica”, ambos ligados a ala conservadora dos estudantes.
Sua carreira política começou logo após a conclusão de seus estudos, em 1870, quando foi eleito para o cargo de vereador em Guaratinguetá.
Em 1874 entrou para a Assembléia Provincial, mas não exerceu o mandato por muito tempo. No ano seguinte deixava o posto para ser promotor público na cidade de São Paulo. O fato repetiu-se em 1876 quando deixou o emprego na capital para se tornar juiz em Guaratinguetá.
Rodrigues Alves foi eleito pelo Partido Republicano Paulista (PRP). Estabeleceu vacina obrigatória no Rio contra varíola, em parceria com o médico Osvaldo Cruz. A capital do país também sofria com febre amarela e peste bubônica. Faltava saneamento, especialmente nos cortiços, que começaram a ser desalojados.
Essa operação levou à Revolta da Vacina, em 1904. Na economia, o ciclo da borracha atingiu seu auge – 97% da produção mundial. Um dos mais ricos do país graças à cafeicultura, foi eleito de novo para a Presidência em 1918, mas morreu sem assumir. O mineiro Venceslau Brás chegou ao poder. O paulista seguinte a ser eleito, Júlio Prestes, seria impedido de assumir pelo golpe de 1930.
Em 1879 voltou ao cenário político no cargo de representante de seu distrito na Assembléia Provincial. Em 1885 Rodrigues Alves entrava para a Assembléia Geral pelo Partido Conservador.
Finalmente em 1887 o Governo Imperial o nomeia presidente da Província de São Paulo. No ano seguinte recebeu o cargo de Conselheiro do Império, título usado até o final de sua vida.
Em 1889 com a Proclamação da República se filiou ao Partido Republicano Paulista, o PRP. Logo no primeiro governo republicano, Alvez ocupar o cargo de Ministro da Fazenda durante o governo de Floriano Peixoto. Deixou o cargo em 1892 quando se tornou senador por São Paulo.
Voltou a ser Ministro da Fazendo durante o governo de Prudente de Morais. Permaneceu até 1896, quando teve desavenças com Manuel Victorino, substituto do presidente que foi forçado a se ausentar por problemas de saúde.
Retornou ao Senado Federal em 1897. Em 1900 foi eleito pela primeira vez Presidente de São Paulo. Durante sua gestão diversas melhoras foram feitas no estado, entre elas a reorganização da força pública, defasadas desde a abolição da escravidão e o aparelhamento do Instituto Butantã, que passou a produzir o Soro de Yersin (combate à peste bubônica). Ficou no cargo até 1902, quando foi eleito Presidente da República.
Rodrigues Alves tomou posse no dia 1º de março de 1902. Governou durante quatro anos, até 1906. Destacam-se diversos momentos durante seu mandato, entre eles a compra do Acre da Bolívia (1903), e a Revolta da Vacina (1904) no Rio de Janeiro, quando juntamente com o diretor do Serviço Geral da Saúde do Rio de Janeiro, Oswaldo Cruz, promoveu a vacinação obrigatória. Foi também o auge do ciclo da borracha no Brasil, quando o dinheiro trazido pela venda do produto ajudou na remodelação urbana da capital federal (visando a estética e o combate a pestes). Apesar dos problemas, deixou o cargo sendo chamado de “O Grande Presidente”.
Se ausentou da vida política até 1912, quando com 64 anos assumiu novamente a presidência de São Paulo. Seu mandato foi comprometido devido a diversos problemas de saúde, o que forçou o afastamento por vários meses. Isto não o impediu de candidatar-se novamente ao cargo de presidente da República. Foi eleito em 1918, mas não chegou a assumir. Contraiu a Gripe Espanhola e faleceu em 15 de janeiro de 1919. Quem assumiu foi o vice, Delfim Moreira.
(Fonte: https://acervo.estadao.com.br/noticias/personalidades – NOTÍCIAS / Acervo – Personalidades – Rodrigues Alves)
(Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica – NOTÍCIAS / BRASIL / POLÍTICA / Por Carla Bridi – 7 OUT 2018)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.