Rogério Marinho, jornalista, era vice-presidente da Infoglobo e irmão mais novo do empresário Roberto Marinho.
Rogério Marinho começou a trabalhar em O Globo em 1938, quando o jornal já era dirigido por seu irmão Roberto Marinho, 15 anos mais velho, e no qual já trabalhava, desde 1933, seu outro irmão, Ricardo.
Suas primeiras funções no jornal foram na seção de esportes, onde trabalhou sob orientação de Mário Filho. Logo passou a integrar a equipe de Alves Pinheiro, na qual fazia todo tipo de tarefa, da apuração de reportagens à tradução de telegramas. Ainda em 1938, teve a ideia de utilizar o bonequinho nas críticas de cinema, criando a seção Bonequinho viu, até hoje publicada no jornal.
Em depoimento ao projeto Memória Globo, Rogério Marinho descreveu a atividade jornalística naquela época. “Era um jornalismo heróico. Não era esse jornalismo de hoje, tecnológico. Era um jornalismo de esforço pessoal, cada um fazia o que devia fazer e o que outros deviam fazer também, para não atrasar o jornal”.
Em 1940, passou a trabalhar como redator, atuando também nas mais diversas áreas: além de reportagens variadas, fez críticas de cinema, de ópera e teve uma coluna esportiva assinada por pseudônimo. Uma de suas primeiras entrevistas foi feita com Ari Barroso, que retornava dos Estados Unidos. Entre os profissionais com quem trabalhou à época, estavam José Lins do Rego, Thiago de Mello e Pinheiro Lemos. Em 1952, foi designado por seu irmão para assumir o cargo de diretor substituto, passando mais tarde a vice-presidente do jornal.
Entre julho de 1944 e maio de 1945, dirigiu com Pedro Motta Lima o tabloide O Globo Expedicionário, destinado a elevar o moral dos pracinhas e a prestar serviços como troca de mensagens e publicação de cartas. Segundo Rogério Marinho, havia a preocupação editorial de buscar matérias que fossem de interesse dos soldados. Alguns números do Globo Expedicionário foram publicados após o término da 2ª Guerra Mundial.
Quando Rogério Marinho ingressou em O Globo, o jornal era ainda um vespertino. Uma das missões confiadas a Rogério Marinho por seu irmão Roberto foi a de agilizar a saída do jornal, de forma a torná-lo o vespertino que primeiro chegasse ao público, fazendo frente a outros vespertinos como Última Hora e Diário da Noite. Para isso, Rogério chegava ao jornal entre 3h30 e 3h45, revisava todos os originais, ampliava ou condensava assuntos e, quando necessário, fazia alterações editoriais de última hora. Em torno de 1954, seus esforços conseguiram fazer com que O Globo passasse a chegar às ruas entre 7h e 8h.
Rogério Marinho teve a ecologia como uma de suas preocupações constantes. Foi membro do Conselho Deliberativo da Fundação Brasileira pela Conservação da Natureza entre 1975 e 1987; vice-presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rio Congressos e Eventos – Rio Convention Bureau, entre 1984 e 1989; e membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente a partir de 1986, quando foi designado pelo então presidente José Sarney.
Também participou como membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Rio de Janeiro, do Conselho da Associação dos Amigos do Museu Imperial e do Conselho do Museu Nacional de Belas Artes. Foi agraciado com as seguintes medalhas: Ordem Mérito Naval, Ordem ao Mérito Santos Dumont e Grande Oficial da Ordem do Mérito Brasília.
Rogério Marinho casou-se, em 1948, com Elizabeth Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, filha do Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, idealizador da Academia Militar das Agulhas Negras. Os dois tiveram uma filha, Ana Luisa Pessoa Marinho, também jornalista, que lhe deu 2 netos, Eduardo Marinho Christoph e Bruno Marinho de Mello.
Rogério Marinho morreu dia 25 de julho de 2011, aos 92 anos, de insuficiência respiratória aguda, no Rio de Janeiro.
(Fonte: www.g1.globo.com – Com informações do site Memória Globo – 25 de julho de 2011)