Rogério Sganzerla (Joaçaba (SC), 26 de novembro de 1946 – São Paulo, 9 de janeiro de 2004), cineasta, catarinense de Joaçaba, tem em sua vasta filmografia títulos como Sem Essa, Aranha (1970), Copacabana Mon Amour (1970), A Mulher de Todos (1969), Nem Tudo É Verdade (1985).
Em muitos deles há a marca de sua fixação pela atriz Helena Ignes, sua mulher. Dirigiu alguns filmes obscuros, por vezes incompreensíveis. Escreveu um livro, Por um Cinema sem Limites e foi crítico de cinema do Jornal da Tarde.
O Bandido da Luz Vermelha é o primeiro filme do diretor e o mais conhecido. No elenco do longa figuram Paulo Villaça, Sônia Braga e Sérgio Mamberti (atual secretário da Secretaria de Apoio à Preservação da Identidade Cultural do MinC). Nem Tudo é Verdade, A Mulher de Todos e Signo do Caos foram alguns dos filmes dirigidos por Sganzerla.
Rogério ganhou o Candango de melhor diretor pelo filme O Signo do Caos de 2003, que também ganhou como melhor montagem, feita em parceria com Silvio Renoldi, no 36º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro do mesmo ano.
Sobre seu último filme, O Signo do Caos, Sganzerla disse que se tratava de uma defesa do cinema contra “os burocratas”. Em entrevista ao Estado em 2008, ele se referiu a seu ídolo, Orson Welles, que não pôde controlar a edição de It”s All True e por isso o deixou inacabado. “Desde aquela época, os burocratas vêm liquidando com o cinema. Meu filme é uma defesa do cinema”, disse ele em junho de 2003.
A narrativa de O Signo do Caos aborda exatamente este problema. E recria a vinda de Welles ao Brasil para rodar It”s All True. Em uma espécie de alfândega, funcionários chefiados pelo burocrata Dr. Amnésio, controlam a entrada e saída de todo tipo de material. Até que são confrontados com uma carga com material cinematográfico. E aí está feita a alegoria do poder da burocracia sobre o cinema.
A obra-prima de Rogério Sganzerla, O Bandido da Luz Vermelha, foi programada para ser exibida na TV pelo Canal Brasil durante a série comemorativa dos 450 anos do aniversário de São Paulo, Sampa 450 Anos.
Um dos filmes mais aclamados pela originalidade de sua direção é O Bandido da Luz Vermelha, de 1968. Recentemente, no Festival de Brasília de 2003, ele apresentou o filme O Signo do Caos, que foi muito bem recebido pelo público e lhe rendeu o prêmio de melhor direção do festival. Já doente e impossibilitado de receber o prêmio, foi representado por uma de suas filhas, Djin, e pela mulher Helena Ignez.
Rogério Sganzerla faleceu em 9 de janeiro de 2004, de câncer no cérebro, aos 57 anos, no Hospital do Câncer de São Paulo.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 4 de maio)
(Fonte: http://www.estadao.com.br/arquivo/arteelazer/2004/not20040109p3085 – CADERNO 2 – CINEMA – 9 de Janeiro de 2004)