Roland Dumas, foi político socialista francês, que foi chanceler de François Mitterrand, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros francês e presidente do Conselho Constitucional

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Roland Dumas, ex-chanceler francês, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros francês e presidente do Conselho Constitucional

Filho de um membro da Resistência e um antigo associado próximo de François Mitterrand, este extravagante e controverso advogado foi forçado a deixar os holofotes em 2000, devido ao seu envolvimento em um escândalo.

Roland Dumas, ministro das Relações Exteriores, em seu escritório em Paris, em 19 de maio de 1988. (Crédito da fotografia: Cortesia © Copyright All Rights Reserved/ © FRÉDÉRIC REGLAIN //GAMMA-RAPHO/ REPRODUÇÃO/ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS)

 

 

Roland Dumas (nasceu em 23 de agosto de 1922, em Limoges, França – faleceu em 3 de julho de 2024), foi político socialista francês, que foi chanceler de François Mitterrand.

Dumas esteve à frente da diplomacia francesa de 1984 a 1986 e de 1988 a 1993 e presidiu de 1995 a 2000 o Conselho Constitucional, que julga a constitucionalidade das leis francesas.

Esse advogado do entorno político imediato de Mitterrand foi um negociador hábil.

Seu currículo excepcional foi manchado pela acusação, que o obrigou a renunciar às suas funções no Conselho Constitucional, de que ele havia favorecido a contratação de uma de suas amantes em empresas pertencentes a um grupo petrolífero público.

Apaixonado de forma imprudente pela manipulação, pelas mulheres e pelo dinheiro, Roland Dumas era um encantador. Ele também tinha uma inteligência discreta e habilidades interpessoais irresistíveis, além da capacidade de sair das situações ruins às quais suas intrigas o levaram.

Quando François Mitterrand o nomeou presidente do Conselho Constitucional, dois meses antes de deixar o Palácio do Eliseu em 1995, foi saudado na elevada instituição por murmúrios de desaprovação. “Uma caixa não está marcada, a da moralidade”, insistiram os guardiões da Constituição. O ex-ministro das Relações Exteriores nada fez para refutá-los. Menos de cinco anos depois, ele foi forçado a renunciar, envolvido no escândalo de fraude da companhia petrolífera Elf, cercado por negociantes de rodas de direita e de esquerda e cortesãs de alto nível.

Mesmo assim, o fã do bel canto continuou a aparecer nas estreias da Ópera, com a fita da Legião de Honra parecendo uma gota de sangue na lapela do terno. Nos últimos anos, antes de morrer aos 101 anos, na quarta-feira, 3 de julho, conforme relatado pela primeira vez pelo Le Figaro, ele se parabenizou por ter vivido a vida como se estivesse em uma montanha-russa. “O oposto de uma vida comum”, costumava dizer ao receber convidados em sua casa, no coração da Ile Saint-Louis, em Paris, onde morava no prédio onde residiu a escultora Camille Claudel e onde ele próprio colecionou pinturas, gravuras e livros antigos, com a toga de advogado pendurada na entrada.

Início de carreira no jornalismo

Nascido em 23 de agosto de 1922, em Limoges, no centro da França, Roland Dumas deveu sem dúvida o seu espírito de aventura à tragédia que marcou a sua juventude. O seu pai, Georges Dumas, um funcionário das finanças públicas que se juntou à Resistência desde cedo, foi baleado em março de 1944 pelos alemães. Roland Dumas também participou na Resistência – não tão gloriosamente como afirmaria, mas correu riscos. Em maio de 1942, planejou organizar um boicote a um concerto da Orquestra Filarmônica de Berlim com colegas estudantes, mas foi preso pela polícia francesa e detido em Fort Barraux, perto de Grenoble. Ele conseguiu escapar rapidamente, mas o período o marcou como um caçador de emoções e o levou a viver uma vida jogada no dado.

Roland Dumas faleceu na quarta-feira (3), aos 101 anos, informou o seu entorno.

“Ele era um personagem saído de um romance. Como advogado, ele personificava o talento e a humildade. Quando você o encontrava, aprendia alguma coisa”, disse à AFP o advogado Marcel Ceccaldi, com quem defendeu vários casos.

Jacques Attali, ex-assessor especial de Mitterrand, disse que mesmo “depois de ver seu pai ser morto a tiros pelos nazistas, [Dumas] se tornou um grande ator nas relações franco-alemãs”.

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – IstoÉ/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ História de admin3 – 03/07/2024)

(Créditos autorais: https://www.lemonde.fr/en/obituaries/article/2024/07/03 – ARTIGO/ Por Bertrand Le Gendre e Raphaëlle Bacqué – 03/07/2024)

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