Ronaldo Azeredo, poeta concretista que era considerado o “mais autêntico da poesia concreta”

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Autor de “Velocidade”, era considerado o “mais autêntico” da poesia concreta por Décio Pignatari 

Ronaldo Azeredo (Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 1937 – São Paulo, 14 de novembro de 2006), poeta publicou apenas 29 trabalhos, ao longo de 50 anos, mas era considerado por Décio Pignatari o “mais autêntico da poesia concreta”.

Azeredo foi um dos participantes do movimento concretista, ao lado de Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari.

Azeredo nasceu em 12 de fevereiro de 1937, no Rio de janeiro – mudou-se para São Paulo em 1957. Publicou seu primeiro poema, “Rato”, em 1954, no nº 3 da revista “Noigandres”, e mudou-se em 1957 a São Paulo. Participou das mostras de 56 e 57, antes de lançar três marcos do movimento: “Ruasol”, “Lesteoeste” e “Velocidade”.

Participou do lançamento oficial do movimento de Poesia Concreta na Primeira Exposição Nacional de Arte Concreta, que ocorreu em dezembro de 1956 no Museu de Arte Moderna de São Paulo e em fevereiro de 1957 no Rio de Janeiro.

Mas antes, em 1954, já havia publicado o poema Rato na revista Noigrandes, lançada pelos concretistas Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari – segundo declarou certa vez Azeredo, outra obra sua, Prefixo. Prefácio. Prelúdio. Prenúncio teria espantado o trio concretista.

Em 1956, Azeredo lançou o livro de poesia Mínimo Múltiplo Comum e em 1962 teve seus poemas incluídos na antologia Poesia Concreta, organizada pelo Serviço de Propaganda e Expansão Comercial da Embaixada do Brasil em Portugal.

Na década de 70,  Azeredo realizou uma série de poemas em pano, poemas-mapa, poemas-desenho, poemas-partitura e poemas-quebra-cabeça. Durante sua carreira, ainda publicou os livros Panagens (1975), Labirintexto (1976), Armar (1977), Sonhos Dourados (1982) e Noite Noite Noite (1990) entre outros.

Avesso a entrevistas, concedeu apenas uma em toda a vida, à revista “Trópico”, em 2005, quando falou, entre outras coisas, de como se distinguia de Haroldo e Augusto de Campos, e de Pignatari. “Evidentemente, os grandes intelectuais do grupo eram os três, não era eu. Eu era mais o fazedor, não era o teórico ou formulador de grandes teorias.”

 

Ronaldo Azeredo morreu em, aos 69 anos, por volta das 6h30, no hospital Professor Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, de complicações de uma insuficiência renal.

Augusto de Campos lamentou a morte de Azeredo, “mais um companheiro de viagem que se vai”, como José Lino Grünewald, que também morreu antes de completar 70 anos. Campos lembrou que seu poema “Velocidade” “corre o mundo” em antologias e exposições.


“O destino fez com que não pudesse ver pessoalmente a atual mostra do Museu de Arte Moderna, na qual aparecem com destaque os seus poemas que integraram a Exposição Nacional de Arte Concreta, há 50 anos. Não lhe foi possível também ver o livro, ainda em preparo, que reúne as suas obras. É uma pena.”


Campos ressaltou ainda que o poeta tinha uma intuição rara e seletiva. “Suas intervenções artísticas tinham uma diretidade e uma veracidade incomuns. Radical, arriscava tudo nos biogramas deslivrescos de suas últimas propostas visuais.”

 

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1511200612 – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA – DA REPORTAGEM LOCAL – 15 de novembro de 2006)

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral – 20061114p3536 – CULTURA – AGÊNCIA ESTADO – 14 de novembro de 2006)

 

 

 

 

 

 

 

 

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