Ronaldo Muñoz, teólogo e sacerdote da Congregação dos Sagrados Corações

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Ronaldo Patricio Muñoz Gibbs (Santiago, Chile, 7 de março de 1933 – Santiago do Chile, 15 de dezembro de 2009), teólogo da libertação e sacerdote da Congregação dos Sagrados Corações

Nascido em Santiago do Chile no dia 07 de março de 1933, estudou arquitetura por alguns anos e depois ingressou como religioso na sua congregação em 1954, professando seus primeiros votos em março de 1955. Tendo terminado seus estudos no Seminário de Los Perales, em Valparaíso, recebeu ali mesmo a ordenação sacerdotal no dia 23 de julho de 1961. Depois, continuou estudos de pós-graduação na Universidade Gregoriana de Roma e no Instituto Católico de Paris, onde obteve seu doutorado, entre outros estudos cursados”.

Desde o começo de seu ministério, ele compartilhou seu tempo entre o acompanhamento pastoral em setores populares de Santiago Sul, onde residiu na maior parte de sua vida e desenvolveu seu serviço teológico.

“Entre 1965 e 1980, integrou a equipe teológica da CLAR (Confederação Latino-Americana de Religiosos) e a equipe editora da coleção `Teologia e Libertação`. Participou ainda de equipes de assessores de bispos nas conferências episcopais de PueblaSanto Domingo e Aparecida. Foi professor convidado na Espanha e na Bélgica. Entre 1982 e 1994, foi diretor da revista Pastoral Popular e, entre 1986 e 1987, lecionou teologia sistemática noInstituto Alfonsiano“.

Uma carta enviada pelo engenheiro Joel Suárez, coordenador geral do Centro Martin Luther King, Jr (CMLK), deHavanaCuba, dá fé da alta estima que essa instituição tinha por ele e com a qual ele colaborou.

O texto afirma em uma de suas partes: “Leonardo Boff tinha-o entre seus santos vivos e ratificou nossa intenção de convidá-lo para Cuba. Assim ocorreu em alguma das oficinas de formação sócio-teológica, lá pelos duros anos 80 para o nosso país. Lembro dele como lembro de outro paladino da indignação ética, da coerência e da humildade, Dom Pedro Casaldáliga. Em um encontro, junto com Richard Shaull, também no CMLK, diante da `tremenda` pergunta de algum `filhote` de teólogo se a Teologia da Libertação estava em crise ou não, Dom Pedro respondeu: `Enquanto restarem Deus e os pobres, haverá Teologia da Libertação`. Acredito que assim, com a mesma simplicidade, Ronaldoresolveu sua vida.

“Por isso, compreendi a íntima admiração de Boff por ele. Por isso, encontrei-o, há anos, pela última vez, já redimido pela humilde gratidão de seus vizinhos e fiéis de alguma modesta paróquia da avenida de pó e não sei quais ruelas, de alguma paragem da geografia chilena… Não lembro, não importa, assim como não lembro onde está o céu por ondeRonaldo já anda, mas anda e é cúmplice”.

Entre os livros mais significativos escritos por ele, encontram-se “Nova consciência da Igreja na América Latina” (Ed. Vozes, 1979); “A Igreja e o povo: Para uma eclesiologia Latino-Americana” (Ed. Vozes, 1985); “Pueblo, comunidad, Evangelio: Escritos Eclesiológicos”; e “Nueva conciencia cristiana en un mundo globalizado”. Sua obra mais divulgada, “Deus dos cristãos” (Ed. Vozes, 1986), conta com traduções para o português, inglês, francês, italiano e alemão.

A nota da Congregação dos Sagrados Corações conclui expressando que “ele viveu seu amor à Igreja com constante transparência e lealdade apaixonado. Valorizou muito as vivências das primeiras comunidades crentes em Jesus e lamentou, às vezes, o excessivo formalismo estrutural da nossa Igreja mais institucional. Contribuiu com a prática de sua vida ao testemunho de um ministério simples, próximo das pessoas, centrado na Palavra e na Memória de Jesus, favorecendo a fraternidade de todos os discípulos, em abertura total a toda a Humanidade.

“Tentou sempre pôr radicalidade em sua vida. Da maneira de viver e de se vestir, usando recursos pobres e simples, até ser para os demais uma fonte de inteligência e sabedoria, sem se dar importância, evitando toda honra ou vanglória”.

 

Ronaldo Muñoz faleceu em 15 de dezembro de 2009, na cidade de Santiago do Chile.

 

 

(Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-anteriores/28514- NOTÍCIAS – 19 de dezembro de 2009)

A reportagem é de Guillermo Meléndez, publicada pela Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 17-12-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

 

 

 

 

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