Rubén González y Fontanillis (Santa Clara, 26 de maio de 1919 – Havana, 8 de dezembro de 2003), pianista cubano, famoso por sua interpretação no Buenavista Social Club.
Como outras estrelas do Buenavista Social Club, como Ibrahim Ferrer e Compay Segundo, morto também este ano, González triunfou no ocaso de sua vida, após participar do projeto Buenavista, do guitarrista norte-americano Ry Cooder.
Desde a adolescência começou a treinar sobre o teclado de um modesto piano vertical na casa de sua família em Santa Clara, onde se graduou como professor de ensino primário.
Ele podia ser um pianista clássico, mas preferiu apostar em ser uma das figuras legendárias da música popular cubana, cuja sonoridade no piano criou e estabeleceu vários estilos por mais de meio século.
Convencido de que podia ser médico de dia e músico de noite, González estudou em quatro cursos de medicina até se mudar em 1941 para Havana para se dedicar inteiramente ao piano.
Durante a década de 1940, tão rica em ritmos inovadores na história musical de Cuba, Rubén tornou-se conhecido quando integrava as melhores orquestras da épocas, como La Paulina, Los Hermanos com Mongo Santamaria e a de Arsenio Rodríguez, entre outras.
Alimentada basicamente pelo som, sua música, recolhida em jóias recentes como seu álbum Chanchullo, gera danças, guarachas e chachachás com uma graça um pouco fora de mora.
Com seu impecável virtuosismo podia criar o mais maravilhoso e deslumbrante som, tanto numa canção de ritmos rápidos como em uma suave e sensual balada.
Após atuar em vários clubes noturnos cubanos e latino-americanos, González uniu-se à notável orquestra do violinista cubano Enrique Jorrín, criador do chachachá, nos primeiros anos da década de 1960, quando a ilha caribenha recém-inaugurava o governo comunista do presidente Fidel Castro.
Em 1996, Rubén foi convidado pelo músico cubano Juan de Marcos a sair do esquecimento, e primeiro tocou no conjunto afro-cubano All Stars, e logo participou no Buenavista Social Club de Cooder, que se popularizou em um álbum e em um filme homônimo, dirigido por Win Wenders.
Após encerrar a gravação, Cooder proclamou que era “o maior pianista que escutei em minha vida. É um cruzamento cubano entre Thelonius Monk e o Gato Félix”.
Acompanhado por alguns colegas da All-Stars, em 1997, o septuagenário González gravou o primeiro disco com seu nome, A Toda Cuba le Gusta.
Nos últimos anos, González teve uma severa artrite nas mãos, que não lhe permitia mais dominar o teclado de seus pianos. Sua deterioração física lhe obrigou a cancelar todos os shows e a se deslocar em uma cadeira de rodas.
Sua última aparição pública em Cuba foi em 2002, durante uma homenagem organizada no Teatro Nacional de Havana, na qual recebeu a mais alta condecoração cultural do país, a Ordem Félix Varela, das mãos da diva do Buenavista Social Club, sua grande amiga Omara Portuondo.
Rubén González morreu em 8 de dezembro de 2003, em sua casa em Havana, aos 84 anos, de artrose, e foi se complicando com os pulmões e os rins.
(Fonte: http://musica.terra.com.br/noticias/0,,OI230770-EI1267,00- DIVERSÃO – MÚSICA – 8 de dezembro de 2003)
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