Morre historiadora gaúcha Sandra Jatahy Pesavento
Familiares, amigos e admiradores de Sandra Jatahy Pesavento se despediram da historiadora gaúcha ontem. Morta após uma parada respiratória decorrente de complicações da hepatite, foi sepultada no Cemitério da Santa Casa, em Porto Alegre.
Além da saudade, Sandra deixou muitas obras, uma delas inédita, Visões do Cárcere, que será lançada pela editora Zouk. Aborda a vida do médico criminalista Sebastião Leão.
Referência nos campos da História e Cultura no RS, a intelectual foi professora titular do Departamento de História da Ufrgs por 30 anos. Aposentada recentemente, passou a se dedicar ao Pós-Graduação e Urbanismo da universidade. Vítima de hepatite colestática, forma grave e rara da doença, Sandra ficou internada durante cem dias em 2008, de abril até o final de julho.
Nesse período, passou três semanas na UTI em razão de uma infecção hospitalar.
Aparentemente recuperada, retomou as atividades no ano passado, chegando a
participar da Feira do Livro de Porto Alegre.
Ontem, teve uma parada respiratória. Levada às pressas ao Hospital Mãe de
Deus, acabou morrendo por volta das 9h30min. Pesquisadora da história da Capital, Sandra encerrou sua trajetória três dias após o 237º aniversário de Porto Alegre. Sua contribuição para a valorização da história da cidade foi fundamental, citou a presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico Cultural, Rita Chang.
Primeira presidente da Associação Nacional de História no RS (Anpuh), há 30 anos, deixará saudade entre o meio acadêmico. Foi uma formadora de opinião na historiografia gaúcha e nacional, disse a atual presidente da Anpuh/RS, Elisabete Leal. Em sua trajetória, Sandra teve ao seu lado a colega e amiga Nádia Weber dos Santos. Juntas, organizaram obras como Narrativas, Imagens e Práticas Sociais. No final de 2008, Sandra lançou Os Sete Pecados da Capital. Casada com Roberto, deixou os filhos Ana Paula, 32 anos, e Rodrigo, 36, e dois netos.
Vítima de complicações da hepatite, deixou livro inédito Visões do Cárcere.
(Fonte: Correio do Povo Ano 114 Nº 181 Geral segunda-feira, 30 de março de 2009 Pág; 5)