Myra Hiatt Kraft foi uma força ativa e poderosa na fundação de sua família e atuou nos conselhos de várias organizações comunitárias e de caridade. Ela administrou a Robert and Myra Kraft Family Foundation e foi presidente da New England Patriots Charitable Foundation, que contribuiu com milhões de dólares para instituições de caridade nos Estados Unidos e em Israel.

Em 1995, Myra Kraft se tornou a primeira mulher a presidir o Boys & Girls Clubs de Boston, cargo que ocupou até 2002. Ela atuou nos últimos dois anos como presidente do conselho de administração da United Way of Massachusetts Bay e Merrimack Valley.

Myra Kraft casou-se com Robert Kraft em junho de 1963, enquanto estudava na Brandeis. Mas ela não foi, a princípio, uma apoiadora entusiástica das tentativas de seu marido de comprar os Patriots, que jogam a apenas 20 milhas de onde ele cresceu em Brookline.

Robert Kraft tornou-se proprietário em janeiro de 1994, pagando $ 172 milhões, um recorde da NFL na época, por um time que teve 19-61 nas cinco temporadas anteriores.

“Ela achou que era loucura”, disse ele em entrevista à Associated Press em janeiro passado. “Ela estava com medo de que isso afetasse nossas doações de caridade e eu disse: ‘Faremos mais pela comunidade se administrarmos essa franquia corretamente.’ ”

No início daquele mês, Robert e Myra Kraft anunciaram uma doação de US$ 20 milhões para ajudar a atrair médicos e enfermeiras para os centros comunitários de saúde de Massachusetts.

Myra Kraft manteve um perfil público discreto em relação ao time, mas em 1996 pressionou os Patriots a renunciar a seus direitos de escolher Christian Peter na quinta rodada do draft. Ele havia sido preso oito vezes, com quatro dessas acusações sendo retiradas. Mas o atacante de Nebraska não contestou a agressão sexual de terceiro grau. A equipe cedeu seus direitos sobre ele logo após o draft.

“Com seu grande coração e espírito magnífico, ela viveu sua vida a serviço daqueles que precisavam de sua ajuda”, disse Barry Shrage, presidente do CJP. “Myra amava a terra de Israel e o povo israelense e a visitava sempre que podia.”

O presidente da Brandeis, Frederick M. Lawrence, escolhido por um comitê de busca no qual Myra Kraft atuou, disse: “Ela estava sempre alcançando alunos, professores e outros curadores e serviu de modelo para todos nós de muitas maneiras. Myra não era apenas uma filantropa, ela era humanitária tanto no sentido pessoal quanto no sentido da comunidade.”