Segunda refinaria de petróleo do Brasil

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SEGUNDA REFINARIA DE PETRÓLEO DO BRASIL
Grupo Ipiranga. A Ipiranga S.A. Companhia Brasileira de Petróleos, do Grupo
Ipiranga, completou 70 anos em 7 de setembro de 2007. Foi instalada na
cidade de Rio Grande, em 1937. A empresa que foi a segunda refinaria de
petróleo do Brasil foi vendida em 2007 para um grupo formado pela Petrobras,
o Grupo Ultra e a Braskem.
o nascimento da Ipiranga Em 1934,quando começou a funcionar a Destilaria
Rio-Grandense de Petróleo, o Brasil ainda não tinha produção de petróleo nem
dominava as técnicas de engenharia para a construção de unidades
refinadoras. Por esse motivo, o equipamento da destilaria era produzido na
Argentina e sua montagem, coordenada pelo russo Estéban Polanski, enquanto o
búlgaro Pedro Ivanoff Popoff colocou a destilaria para funcionar.
O petróleo era trazido do Equador, chegando ao porto de Buenos Aires, de
onde seguia para Paso de Los Libres, cidade Argentina, dali em uma
chata-tanque
ia direto para a Destilaria. Esse transporte da matéria-prima tornou-se um
problema em 1936, quando o governo argentino proibiu a reexportação de
petróleo a partir de seu território. O ideal era que a matéria-prima
chegasse em um porto brasileiro, o Porto de Rio Grande, muito importante
para a economia nacional e regional, foi a primeira opção.
Paralelo a esse projeto, os uruguaios Juan Ganzo Fernandez, Numa Pesquera e
Luiz Julio Supervielle, em parceria com os brasileiros Her Ribeiro Mattos e
Oscar
Germano Pedreira, planejavam construir aquela que seria a segunda destilaria
de petróleo brasileira, na cidade gaúcha de Santana do Livramento. Os dois
grupos decidiram construir uma unidade na própria cidade de Rio Grande, que
também trabalhasse com o refino por craqueamento, capaz de aumentar a oferta
e sofisticar os produtos.
O ano de 1936 foi marcado com o acordo entre empresários brasileiros,
argentinos e uruguaios para a construção da refinaria de Rio Grande, que
ganhou o nome de Ipiranga S.A. Companhia Brasileira de Petróleos.
Um grupo consolidado no Brasil. Em 1938, a refinaria estava funcionando
a todo o vapor. Foi quando diante da importância que o setor de petróleo
ganhava na estrutura econômica e na opinião pública no país, o presidente
Getúlio Vargas criou o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), que surgia com a
missão de controlar e supervisionar a produção e o comércio de derivados de
petróleo no país e, para fazer isso, determinou que, a partir daquela data,
apenas brasileiros natos poderiam ser sócios de refinarias.
A Ipiranga, no entanto, tinha a maior parte de seu corpo de acionistas
formado por argentinos e uruguaios. A solução encontrada, então, foi
repassar as ações dos sócios argentinos para o advogado Or. João Pedro
Gouvêa Vieira, contratado para representá-Ios junto ao CNp, as demais ações
foram divididas entre filhos brasileiros natos de acionistas estrangeiros.
Abase acionária foi formada por João Pedro Gouvêa Vieira, Francisco Martins
Bastos, Carlos Fagundes de Mello, Aristides de Almeida, RenéOrmazabal e João
Francisco Tellechea.
O início da Segunda Guerra Mundial, no entanto, colocou em risco a
sobrevivência
da refinaria, pois interrompeu a importação de petróleo, levando ao
racionamento
de combustíveis no Brasil.Assim, a empresa efetuava apenas serviços de
manutenção, até que, em 1942, um carregamento emergencial de petróleo
conseguiu ser trazido das Antilhas, devido aos esforços do governo
brasileiro. Nos
anos seguintes, o grupo ganhou estabilidade e começou a diversificar seus
produtos e postos com a bandeira Ipiranga espalharam-se por todo o sul do
Brasil.
Os novos produtos Ipiranga demandavam uma capacidade crescente de refino.
Entretanto, Getúlio, em 1953,sancionou lei que criava a Petrobras, as
atividades
de pesquisa, refino e transporte das matérias passaram a ser monopólio
da União com isso a Ipiranga foi impedida de promover qualquer aumento da
capacidade de produção.
O começo do fim. Em julho de 1999,a refinaria entraria em uma nova fase. Com
a flexibilidade do mono ólio no Brasil, desembarcou o primeiro carregamento
de petróle o que permitiu a liberação da importação para as refinarias
privadas e o aumento da produção. As refinarias voltaram a ter o
direito de adquirir matéria-prima no mercado internacional sem depender da
Petrobras. Impedida de se expandir, devido ao monopólio, a Refinaria
Ipiranga se tornou pequena em relação à escala econômica para o refino.
No ano de 2004, os preços do barril de petróleo aumentaram, fazendo com
que o governo federal retomasse o controle interno dos preços do diesel,
gasolina e GLp,evitando repassar as oscilações do mercado internacional aos
preços desses produtos, para as refinarias privadas,
tornou-se difícil competição no mercado, uma vez que deveriam vender de
acordo
com os valores praticados no mercado brasileiro.
Durante o ano de 2005, a Refinaria buscou alternativas para preservar suas
operações e sua atividade econômica.
Como resultado desses esforços, foi firmado um contrato de fornecimento de
petróleo entre a Petrobras e a Ipiranga.
Com prazo de um ano, o contrato permitia à Ipiranga adquirir petróleo
diretamente
da Petrobras por um preço preestabelecido.
Apesar de as margens de refino terem alcançado níveis nunca antes
imagináveis, a Refinaria não se mostrou capaz de suportar o nível de
tributação que incidia sobre as exportações. No ano de 2005 e 2006, a
Ipiranga teve suas atividades
paralisadas somando mais de 300 dias sem operar.
No último trimestre de 2005, um acordo estabelecido com o governo do Rio
Grande do Sul, possibilitou o retorno à operação de forma estruturada,
privilegiando-se a nafta petroquímica para consumo apenas no Estado, gerando
benefícios para ambas as partes. Em março de 2007,juntamente com o controle
total do Grupo Ipiranga, a Refinaria foi vendida em partes iguais entre a
Petrobras,
o Grupo Ultra e a Braskem.
(Fonte: Revista Conselho em Revista – Memória – Janeiro 2008 – Ano IV – Nº
41 – Pág; 21)

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