Seiji Tsutsumi, um dos homens mais ricos do mundo pela lista da revista Forbes, foi o primeiro a fazer de obras-primas um eficiente instrumento de marketing.
Tsutsumi comanda um grupo de lojas de departamentos Saison, integrante do conglomerado, entre elas o Nippon Autopolis, uma das primeiras tentativas japonesas de aliar a exposição de suas joias da arte ocidental a iniciativas práticas e, principalmente, lucrativas.
Em Ikebukuro, um dos mais conhecidos bairros de Tóquio, o grupo transformou todo o segundo andar de sua loja de departamentos num museu. A produtiva aliança entre arte e negócios é uma garantia adicional de que os novos samurais vão continuar comprando, até que a próxima recessão, guerra ou crise de petróleo mude de novo o endereço das obras-primas que, onde quer que se encontrem, conservam a capacidade de desafiar a irritação provocada pelos preços alucninados de um mercado movido a ienes e continuam a produzir puro encantamento.
(Fonte: Veja, 12 de setembro de 1990 ANO 23 – N° 36 – Edição 1147 ARTE Pág; 102/104)