Sepp Baendereck, pintor, desenhista, gravador, ilustrador, fotógrafo, professor e publicitário.

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Sepp Baendereck (Uzice (Iugoslávia, atual Sérvia e Montenegro), 9 de janeiro de 1920 – São Paulo (SP), 17 de julho de 1988), pintor, desenhista, gravador, ilustrador, fotógrafo, ilustrador, teórico de arte, professor e publicitário.

Cursou direito em Belgrado, Sérvia, interrompido devido à eclosăo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Serviu nos exércitos iugoslavo e alemăo. Em 1942, desmobilizado, mudou-se para a Berlim, onde cursou a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas.

Quando veio para o Brasil, em 1948 – Chegou ao Rio de Janeiro e trabalhou como publicitário, atividade que o manteve relativamente afastado da pintura, por alguns anos, o pintor Sepp Baendereck era um autêntico europeu, pintando como os alemães e austríacos do grupo Sezession, do qual participou.

Mas a longa permanência na nova terra acabou por mudar compeltamente seu estilo e seus projetos. Baendereck (nascido na Iugoslávia, atual Sérvia e Montenegro em 1920) costumava repetir com frequência: “Tenho um compromisso com o Brasil”. E este não se limita a admirar a terra e a gente brasileiras. Transferiu-se também, ao longo dos últimos três anos, para a própria obra do artista, e se transformou em seu tema principal.

Assim, a última série de trabalhos de Baendereck – “Novas Notícias do Brasil” – se inspirou diretamente na realidade física do país, na qual ele procurou mergulhar. Foram sete grandes óleos e quatro aquarelas, realizadas em 1977. Nasceram de quatro viagens pela região amazônica, a última em agosto de 1977. Baendereck bordejou aldeias indígenas ao longo do rio Solimões, e depois voltou à Transamazônica, onde já estivera outras vezes.

Dos périplos resultaram fotos, depois utilizadas como base para uma pintura aparentada ao hiper-realismo, mostrando índios aculturados e sobretudo a destruição da natureza, em função da estrada. Para executar suas pinturas, o artista aproveitava fotografias de sua própria autoria, quando antes recorria também a trabalhos de terceiros – inclusive históricos, tais como as fotos feitas numa antiga expedição pelo rei Leopoldo III da Bélgica, em uma viagem ao Brasil.

Aos poucos, Baendereck se enfronha mais e mais no tema que ora o apaixona. “Esta é a minha ambição”, escreveu com franqueza. “Quero ser humildemente um repórter deste Brasil, como foram Frans Post, Debret e Rugendas”.

(Fonte: Veja, 2 de novembro de 1977 – Edição 478 – ARTE/ Por Olívio Tavares de Araújo – Pág; 130)

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