Industrial francês Serge Dassault possuía uma fortuna estimada em 19 bilhões de euros – uma das maiores da França.
O bilionário era do setor de aviação militar
Serge Dassault (Paris, França, 4 de abril de 1925 – 28 de maio de 2018), empresário e político.
Em 2018, a revista Forbes estimou sua fortuna em 19 bilhões de euros, ocupando o quarto lugar entre os bilionários franceses.
Dassault, ex-senador, estava envolvido em vários casos de corrupção, de acordo com o “Le Monde”.
O empresário estava à frente da gigante da aviação Dassault group, construtora dos aviões de guerra Mirage e Rafale, e dos civis Falcon.
Serge Dassault, industrial e chefe de imprensa
Serge Dassault, viveu sua vida à sombra de seu pai, construtor de aviões militares e chefe de imprensa, conseguindo fazer prosperar sua herança, mas manchando suas conquistas com escândalos políticos.
O herdeiro do império Dassault esteve durante muito tempo na sombra de seu pai o pioneiro da aviação Marcel Bloch-Dassault, deportado durante a Segunda Guerra Mundial, engenheiro e inventor dos Ouragan, Mystère e Mirage, dono da revista Jours de France e deputado gaullista falecido em 1986, aos 94 anos.
Nascido em 4 de abril de 1925, Serge entrou na empresa da família aos 26 anos, egresso da Escola Politécnica como engenheiro aeronáutico. Mas atuou somente na filial Dassault Electronique, da qual se tornou presidente executivo em 1967.
“Quando entrei na empresa, senti que o incomodava”, confessou ao semanário VSD em referência ao seu pai.
Serge “queria empreender, queria cargos mais importantes. Mas não havia lugar para dois”, afirma à AFP o historiador Claude Carlier, autor de livros sobre Marcel e Serge Dassault.
Na Dassault Électronique suas capacidades despertaram opiniões contraditórias. Sagaz e astuto para uns, ingênuo, sem diplomacia e “de estilo abrupto” para outros.
Em 2000, deixou a presidência da Dassault Aviation, mas mantendo a do holding familiar Groupe Industriel Marcel Dassault (GIMD).
Em fevereiro de 2017, Serge Dassault evitou a prisão somente por sua idade. A Justiça o considerou culpado de evasão impositiva por esconder milhões de euros em Luxemburgo, Liechtenstein e nas Ilhas Virgens.
Foi multado em dois milhões de euros e ficou proibido de se apresentar a um cargo público eleito por cinco anos.
Em 1998, Dassault foi condenado a dois anos de prisão em suspenso na Bélgica por subornar membros do Partido Socialista desse país para obter um contrato para a venda de helicópteros às Forças Armadas belgas.
Aos 75 anos, começou a se dedicar à imprensa depois de comprar o grupo Valmonde (que edita a revista Valeurs Actuelles) e depois a Socpresse, do grupo Hersant, em 2004.
Chegou a controlar até 70 publicações, entre elas o jornal Le Figaro e a revista L’Express, além do clube de futebol Nantes. Dois anos mais tarde vendeu grande parte das publicações e ficou com o Le Figaro.
O industrial estava à frente da terceira maior fortuna da França, com ativos de 14,8 bilhões de dólares, segundo a revista Forbes.
Teve quatro filhos, todos com cargos no Conselho de Vigilância do holding familiar. Em 2014 detalhou as modalidades de sua sucessão: seu homem de confiança e diretor-geral do GIMD, Charles Edelstenne, o sucederá “automaticamente”.
As principais datas de Serge Dassault
Seguem abaixo as principais datas do empresário e político francês Serge Dassault
– 4 de abril de 1925: nascimento em Paris do filho do construtor aeronáutico Marcel Dassault
– 1946 : Entra para a Escola Politécnica
– 1986-2000 : CEO da Dassault Aviation, construtora dos caças-bombardeiros Mirage e Rafale e dos aviões comerciais Falcon
– 1986-1995 : Conselheiro regional de Ile-de-France, a região de Paris
– 1993-1997 : Presidente do grupo das indústrias francesas aeronáuticas e espaciais (Gifas)
– 2002 : Presidente do conselho de vigilância da Figaro Holding, proprietária do jornal Le Figaro
– 2004 : Presidente da Sociedade Figaro SA. Presidente do “Figaro Magazine” e “Madame Figaro”
– 2008 : Reeleito prefeito de Corbeil-Essonnes. Reeleição anulada pelo Conselho de Estado em 2009.
– 2017 : Condenado a cinco anos de inelegibilidade e dois milhões de euros de multa por ter escondido do fisco contas no exterior. Ele recorreu, mas não se apresentou às eleições.
– 28 de maio de 2018: Morte por parada cardíaca.
(Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia – MUNDO – NOTÍCIA / Por G1 – 28/05/2018)