Dramaturga Shelagh Delaney, de ‘Um Gosto de Mel’
Shelagh Delaney (Salford, Manchester, 25 de novembro de 1938 – Suffolk, 20 de novembro de 2011), dramaturga britânica, ficou conhecida principalmente por sua obra de estreia, “Um Gosto de Mel” (1958).
“Um Gosto de Mel” conta a história de uma jovem proletária que engravida de um marinheiro negro, para então encontrar consolo junto a um estudante de arte homossexual. A peça estreou em Londres quando a autora ainda era adolescente.
Abordando temas sociais considerados polêmicos na época, a peça foi parte do movimento literário local que ficou conhecido como “realismo da pia da cozinha”. A peça teve sucesso no West End londrino antes de ser encenada na Broadway, em Nova York.
Em 1961, a obra foi adaptada para o cinema, também com sucesso, e rendeu o Bafta (equivalente britânico ao Oscar) para Delaney e para o corroteirista Tony Richardson.
A segunda peça da autora, “The Lion in Love”, não atendeu às expectativas que cercaram sua estreia, em 1960, e Delaney gradualmente trocou o teatro pelo cinema e a televisão.
Em 1967, escreveu os roteiros de “The White Bus” e “Charlie Bubbles”. Mas seu maior sucesso viria em 1985, com “Dançando com um Estranho”, contando a história de Ruth Ellis, última mulher a ser enforcada na Grã-Bretanha, em 1955.
Delaney nasceu em Salford, Manchester, norte da Inglaterra, e ela diria mais tarde que essa região lhe deu muita inspiração.
Seu trabalho foi uma grande influência para o cantor Morrisey, da banda The Smiths, que também foi criado em Manchester. Ele usou em suas músicas trechos de obras dela, especialmente “Um Gosto de Mel”, e a incluiu no encarte do seu álbum “Louder Than Bombs”.
A autora Shelagh Delaney morreu em 20 de novembro de 2011, aos 71 anos, na casa da sua filha, em Suffolk, no leste da Inglaterra. A imprensa britânica disse que ela sofria de câncer.
Michael Billington, crítico de teatro do jornal Guardian, disse que o grande mérito de Delaney foi abrir novos horizontes para autoras de origens humildes.
“Vista de forma objetiva, pode-se dizer que a carreira de Delaney nunca cumpriu sua promessa inicial”, escreveu ele num comentário. “Mas o que ela fez foi abrir uma porta para as gerações subsequentes – e, se agora não achamos que haja nada de esquisito ou excepcional em dramaturgas deixando uma marca ainda adolescentes, ou vindas de origens proletárias, temos de agradecer a Shelagh Delaney por isso.”
(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/11 – POP & ARTE / NOTÍCIA / Por (Reportagem de Mike Collett-White) – LONDRES (Reuters) – 21/11/2011)
(Reportagem de Mike Collett-White)