Simon van der Meer, foi o vencedor do Nobel de Física em 1984

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Simon van der Meer (Haia, na Holanda, 24 de novembro de 1925 – Genebra, 4 de março de 2011), físico holandês nascido em Haia, na Holanda, foi o vencedor do Nobel de Física em 1984 (ao lado do italiano Carlo Rubbia, por descobrir uma maneira de detectar as bósons “W” e “Z”, duas das partículas fundamentais da matéria). A descoberta de van der Meer promoveu o avanço dos estudos para a comprovação da teoria quântica da chamada “força fraca”, teoria que explica como as forças do universo interagem. Simon van der Meer morreu em 4 de março de 2011, aos 85 anos.

(Fonte: http://www.terra.com.br/noticias/ciencia/infograficos/obituario-2011 – MARÇO DE 2011)

 

 

 

O senhor dos átomos

Nobel de Física sai para dois criadores de matéria: o italiano Rubbia e o seu colaborador holandês Van der Meer, como os ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 1984, a Real Academia de Ciências da Suécia espalhou entre os físicos de todo o mundo a mesma sensação que se pôde colher em 1949 quando o Nobel de Literatura foi entregue ao americano William Faulkner: uma escolha óbvia.

O trabalho de Rubbia e Van der Meer, conduzido nas gigantescas instalações do Centro de Pesquisas Nucleares da Europa (CERN), nas proximidades de Genebra, na Suíça, foi confirmar no laboratório boa parte de uma das maiores aventuras intelectuais do século 20, a chamada teoria dos campos unificados.

Nessa empreitada científica, que pretende provar que todas as forças que regem o universo – da explosão de uma galáxia ao perfume das flores – são comandadas pelo mesmo princípio físico imutável e verificável por instrumentos de medição, empenharam-se algumas das mentes mais poderosas da ciência moderna.

O maior formulador teórico dessa tese, Albert Einstein, morreu em 1955, aos 76 naos de idade, sem conseguir reunir uma única evidência factual de que estava no caminho certo. As descobertas de Rubbia materializadas na forma de fugidias partículas subatômicas – menores que o próprio átomo – batizadas de W e Z nasceram carregadas de referências a Einstein.

Ao detectar tais partículas, Rubbia e Van der Meer confirmaram os trabalhos teóricos que em 1979 valeram o Nobel de Física ao paquistanês Abdus Salam (1926-1996) e aos americanos Sheldon Glashow e Steven Weinberg. No final do século 19, dois físicos, o escocês James Maxwell e o alemão Heinrich Hertz, provaram que pelo menos duas das grandes forças conhecidas até então, o magnetismo e a eletricidade, eram aspectos distintos de um único princípio, que chamaram de eletromagnetismo.

No final da década de 20 o quadro se complicara. Além da força da gravidade e da eletromagnética, outras duas – a “força nuclear forte”, que mantém unido o núcleo do átomo, e a “força nuclear fraca”, responsável pela emanação radiativa de átomos que se desintegram – haviam sido descobertas.

 

TÚNEL DE VÁCUO – “Não existem instrumentos capazes de detectar o glúon e o graviton, mas para medir as outras partículas basta se dirigir ao Rubbia”, declarou o paquistanês Salam em 18 de outubro. “O reconhecimento premia a todo o grupo de cientistas que trabalha comigo”, disse Rubbia. Ele se referia a mais de 2 000 cientistas e técnicos que o cercam no acelerador de partículas do CERN, o maior instrumento do gênero já construído, que foi inaugurado em 1981.

Trata-se de um enorme túnel circular de vácuo de 2,2 quilômetros de extensão embutido debaixo da terra, sob as cidades fronteiriças de Meyrin, na Suíça, e Prévessin, na França. Nesse gigantesco anel circular subterrâneo os cientistas injetam feixes de núcleos de átomos de hidrog~enio, ou seja, prótons, para fazê-los colidir.

A lembrança  do holandês Van der Meer para receber a láurea junto com Rubbia deve-se justamente ao fato de ter sido graças a um equipamento desenvolvido por ele – o anel de estocagem de prótons – que o CERN conseguiu a energia necessária para acelerar as partículas e produzir matéria.

 

(Fonte: Veja, 24 de outubro de 1984 – Edição 842 – CIÊNCIA – Pág: 56/57)

 

 

 

 

 

 

 

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