Simone Weil (Paris, 3 de fevereiro de 1909 – Ashford, 24 de agosto de 1943), teóloga, filósofa e escritora francesa.
Simone tornou-se operária da empresa de automóveis Renault para escrever sobre o cotidiano dentro das fábricas.
Lutou na Guerra Civil Espanhola, ao lado dos republicanos, e na Resistência Francesa, em Londres; por ser bastante conhecida, foi impedida de retornar à França como pretendia.
Em 1931, Simone Weil tornou-se professora numa escola secundária para moças em Le Puy, onde ganhou outro apelido exótico: “Virgem Vermelha”, algo como um misto de freira e anarquista. Compartilhava a prosaica atividade do magistério com períodos exaustivos trabalhando em fazendas e fábricas, método pelo qual encontraria “o tempo como condição e o espaço como objeto” de sua ação, pois segundo seu pensamento, o mundo é o lugar adequado para um intelectual estar, ajudando as pessoas a refinarem seus poderes de observação e capacidade crítica; e que o papel apropriado para a ciência é permanecer integrada com a vida produtiva, sem a qual, torna-se meramente um sistema remoto de sinais vazios. Depois de dizer para suas alunas que “a família é prostituição legalizada… a esposa é uma amante reduzida à escravidão”, foi transferida de escola e de cidade.
Em 1934, Simone licenciou-se por dois anos do magistério para tentar viver como e entre operários. Todavia, sua resistência física só lhe permitiu levar o projeto até agosto de 1935, quando, trabalhando na linha de montagem de carros da Renault, caiu doente com uma inflamação na pleura.
Em julho de 1936, com a eclosão da Guerra Civil Espanhola, Simone juntou-se à causa republicana. Mesmo sendo míope e frágil, recebeu um rifle e foi incorporada a uma unidade de anarquistas. Sem nenhum preparo para a vida militar, ela quase que imediatamente enfiou o pé numa panela de óleo fervente e teve de ser resgatada por seus pais, que a mandaram para Assis, na Itália, para recuperar-se. Desanimada com as atrocidades que havia visto seu próprio lado cometer, Simone reafirmou seu pacifismo.
Com o início dos conflitos entre França e Alemanha em setembro de 1939, Simone deixou claro em diversos artigos para o Nouveaux Cahiers que apesar do medo e da raiva que os nazistas lhe causavam, era uma irresponsabilidade que políticos e jornalistas franceses os retratassem como bárbaros desumanos, visto que “todo povo que se torna uma nação submetendo-se a um estado centralizado, burocrático e militarizado, subitamente torna-se e permanece um flagelo para seus vizinhos e para o mundo”, ou seja, a França não era diferente deles. Em 1940, quando os alemães entram em Paris, ela foge para Marselha onde passa a colaborar, sob o pseudônimo de Emile Novis, com o jornal Les Cahiers du Sud organizado por um grupo de escritores fugitivos.
Em abril de 1942, ela deixa seus diários com Thibon e emigra para os Estados Unidos, de onde começa a planejar seu retorno à Europa. Escreve para o governo provisório francês exilado em Londres, expressando sua ânsia em pular de pára-quedas sobre a França ocupada numa “missão secreta, preferivelmente perigosa”. Também começou a escrever uma nova série de diários, que Albert Camus, que a chamava de “o único grande espírito do nosso tempo”, eventualmente publicou como “Cahiers d”Amerique” (“Diários da América”) na coleção “La Connaissance Surnaturelle” (“Conhecimento Sobrenatural”). Valendo-se dos seus contatos, Simone finalmente conseguiu ser chamada à Londres, onde viu-se encarregada de analisar todas as sugestões de como organizar a França depois da guerra. Desapontada com o nacionalismo antiquado dos gaullistas, logo renunciou ao cargo, e afirmando que não tinha o direito de comer mais do que seus camaradas na França ocupada, deixou-se passar fome até que teve de ser hospitalizada.
Acometida de tuberculose, não teria admitido se alimentar além da ração diária permitida aos soldados, nos campos de batalha, ou aos civis pelos tickets de racionamento. Com a progressiva deterioração de seu estado de saúde, em estado de desnutrição, faleceu poucos dias depois de seu internamento hospitalar.
(Fonte: http://www.caras.uol.com.br – 7 de outubro de 2010 – EDIÇÃO 883 – Citações – ANO 17)
(Fonte: http://coracaomistico.blogspot.com.br/2008/02 – UNIÃO DE BLOGS CATÓLICOS/ Por GILBERTO RIBEIRO E SILVA – 16 DE FEVEREIRO DE 2008)