Solano Trindade, organizador em 1934 do I Congresso Afro-Brasileiro.

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Solano Trindade (Recife, 24 de julho de 1908 – Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 1974), escritor, poeta, cineasta, ator e teatrólogo pernambucano. Organizador em 1934 do I Congresso Afro-Brasileiro; fundador em 1945 do Teatro Experimental do Negro e em 1950 do Teatro Popular Brasileiro. Pioneiro da transformação de Embu, São Paulo, em reduto de artistas.

Autor de “Poemas de uma Vida Simples”, versos sobre a gente pobre. Ateu, era estudioso da umbanda. Solano Trindade morreu dia 20 de fevereiro de 1974, aos 67 anos, no Rio de Janeiro, estava paralítico há três anos.
(Fonte: Veja, 27 de fevereiro, 1974 – Edição 286 – DATAS – Pág; 41)

Foi o primeiro escritor a escrever com especificidade para negros

De todos os escritores negros, ligados à coletividade negra brasileira, o que deixou presença mais forte foi Solano Trindade. Foi o primeiro a escrever, com especificidade, para negros, naquele tempo. Pagou o preço disso, e como!

Solano Trindade era poeta, pintor, teatrólogo, ator e folclorista. Nasceu no dia 24 de julho de 1908, no bairro de São José, no Recife, capital de Pernambuco. Era filho de Manuel Abílio, mestiço, sapateiro, e da quituteira Merença (Emerenciana). Estudou até completar um ano de desenho no Liceu de Artes e Ofício. A partir de então, começa a escrever.

Solano Trindade foi o poeta da resistência negra por excelência.
Sua “carreira” como militante inicia-se, de fato, a partir de 1930, quando começa a compor poemas afro-brasileiros e, já integrado nesta corrente, participa em 1934 do I e II Congresso Afro-Brasileiro, no Recife e Salvador. Em 1936 fundou a Frente Negra Pernambucana e o Centro de Cultura Afro-brasileiro, que tinha o objetivo de divulgar os intelectuais e artistas negros.

Em 1940 transfere-se para Belo Horizonte. Depois chega ao Rio Grande do Sul, fixando-se por um tempo em Pelotas, onde funda com o poeta Balduíno de Oliveira um grupo de arte popular. Esta foi sua primeira tentativa de criar um teatro do povo, o que não se concretizou devido à enchente de 1941, que carregou todo o material. Voltou então para Recife, indo logo depois para o Rio, onde no “Café Vermelhinho”, detém-se a discutir e a conversar com jovens poetas e intelectuais, artistas de teatro, políticos e jornalistas. Ali fez sucesso.

Em 1944, edita o livro “Poemas de uma vida simples”, onde se encontra o seu declamadíssimo “Trem sujo da Leopoldina”. Em 1945 funda o Comitê Democrático Afro-brasileirom, com Raimundo Souza Dantas, Aladir Custódio e Corsino de Brito.

Em 1954 está em São Paulo, criando na cidade de Embu, um pólo de cultura e tradições afro-americanas. Em São Paulo também funda o Teatro Popular Brasileiro – TPB, onde desenvolveu uma intensa atividade cultural voltada para o folclore e para a denúncia do racismo. Em 1955 viaja para a Europa, com o TPB, onde dá espetáculos de canto e dança. Em 1958 edita “Seis tempos de poesia”; em 1961, “Cantares ao meu povo” (com uma reunião de poemas anteriores).
Solano Trindade faleceu no Rio de janeiro, em 19 de fevereiro de 1974.

(Fonte: www.portalafro.com.br – Fonte: O Negro Escrito, de Oswaldo de Camargo)

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