Sviatoslav Richter: um dos maiores músicos do século 20, famoso por suas sóbrias interpretações de Beethoven
Sviatoslav Richter (Jitomir, na Ucrânia, em março de 1915 – Moscou, 1º de agosto de 1997), pianista ucraniano, considerado um dos melhores pianistas do século 20
Richter foi um dos artistas com mais domínio sobre seu instrumento que o mundo já viu.
Ele era um legítimo representante da escola russa do piano, e ficou célebre por suas leituras com forte toque pessoal, virtuosismo absoluto, fraseado lírico e capacidade de extrair uma gama aparentemente infinita de cores do teclado.
Sviatoslav Teofilovitch Richter nasceu na cidade de Jitomir, na Ucrânia, em março de 1915. De seu pai, organista e compositor, aprendeu os primeiros rudimentos musicais.
Mas foi autodidata em seu instrumento, o piano.
Aos 15 anos de idade, veio o primeiro emprego, como repetidor da ópera de Odessa; aos 18, virou regente-assistente, dando, aos 19, seu primeiro recital solo.
Estudou com Heinrich Neuhaus no Conservatório de Moscou, tornando-se um grande entusiasta da música de Prokofiev, compositor do qual estreou as sonatas para piano 6, 7 e 9.
Além disso, sua única aparição pública como regente foi na estreia da Sinfonia Concertante para violoncelo, de Prokofiev, tendo Rostropovich como solista.
Suas manias nos recitais: apagar todas as luzes, deixando apenas um foco sobre o piano, não anunciar o programa e não tocar de cor, mas lendo a partitura.
Embora não gostasse de registrar ciclos integrais de compositores, Richter deixa uma produção fonográfica respeitável. A EMI relançou sua antológica gravação do “Concerto Triplo”, de Beethoven, de 62, com Rostropovich, David Oistrakh (violino) e regência de Karajan.
Mas o grande item para fãs do pianista é a “The Philips Richter Autorised Edition”, uma coleção de 21 discos com um repertório que vai de Bach a Prokofiev, passando por Schubert, Schumann e Skriábin.
Versátil, Richter ainda acompanhou cantores como Elisabeth Schwarzkopf (1915-2006) e o barítono Dietrich Fischer-Dieskau (1925-2012). E manteve um duo pianístico com o compositor Benjamin Britten.
Sviatoslav Richter morreu em 1º de agosto de 1997, em Moscou, cidade para onde voltou em julho de 1997, aos 82, após um ataque de coração. Ele estava com a saúde abalada desde que colocou um marcapasso, em 1994.
A ministra da Cultura da França, Catherine Trautman, declarou que “o mundo das artes está em luto”. Richter viveu recentemente na França, mas voltou à Rússia no começo de julho.
(Fonte: Revista Veja, 6 de agosto de 1997 – ANO 30 – Nº 31 – Edição 1507 – DATAS – Pág: 127)
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA / Por IRINEU FRANCO PERPÉTUO especial para a Folha – colaborou as agências internacionais – 2 de agosto de 1997)
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