Sylvio Couto Coelho da Frota, ex-ministro do Exército. General tramou contra a abertura política

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Ministro da Guerra/do Exército

 

Sylvio Couto Coelho da Frota (1910- Rio de Janeiro, 23 de outubro de 1996), ex-ministro do Exército. Ministro do Exército de maio de 1974 a outubro de 1977. Na condição de chefe do gabinete do ministro do Exército, em 1967, participou da criação do Centro de Informações do Exército (CIE). Comandou o I Exército de janeiro de 1972 a abril de 1974.

 

 

Carioca filho de militar, o general foi um dos articuladores do golpe de 1964 e um dos criadores do Centro de Informações do Exército, organismo que levantava informações sobre a oposição ao regime e atuava na repressão política. Chefiava o Exército quando o operário Manoel Fiel Filho e o jornalista Vladimir Herzog foram assassinados em instalações militares, fatos que acabaram levando à demissão do comandante da arma em São Paulo.

 
Passou os últimos anos de sua vida no anonimato de um soldado. Aos 86 anos, era um morador pacato do bairro Grajaú, no Rio de Janeiro, que se exercitava caminhando. O general não tinha mesmo como viver das glórias do passado. Sua carreira estava marcada mais pela derrota no embate contra o ex-presidente Ernesto Geisel, do que pelos feitos no Exército. Em 1977, Geisel demitiu-o sumariamente do ministério, esvaziando um movimento que Frota liderava contra a abertura política e o colocava como candidato à Presidência da República.

 
Em 1976, Frota passou para a reserva compulsoriamente, já descontente com os rumos do regime. Conservador, representante da linha mais dura do regime, acreditava que Geisel estava amolecendo no combate ao comunismo. Suas ordens do dia apareciam recheadas de alertas contra a ameaça marxista no país. A partir daí, Frota tornou-se o nome preferencial para enfrentar o general João Figueiredo, o escolhido de Geisel para sucedê-lo na Presidência.

 

 

Livro póstumo – O próprio Geisel surpreendeu-se com a ousadia de Frota, segundo informações de um assessor do ex-presidente na época. “Ele havia sido nomeado ministro justamente porque parecia apenas um soldado, e não teria ambições políticas”, diz o assessor. Geisel manobrou para garantir o apoio do Alto Comando do Exército ao seu governo, demitiu o ministro e fez o seu sucessor.
Com o episódio, Geisel passou à História como o presidente que assegurou a abertura política e seu ex-ministro do Exército, como o homem que tentou abortá-la. Depois da demissão, pouco se falou sobre Frota – e ele falou menos ainda. Sabe-se apenas que deixou um livro de memórias. Os amigos garantem também que ele tinha documentos secretos importantes sobre a vida nacional.
A papelada e o livro ficaram com seu filho, o capitão-de mar-e-guerra Luiz Pragana da Frota. O general não queria publicá-los em vida, porque sua atitude poderia ser considerada crime militar.

 

Morreu no dia 23 de outubro de 1996, aos 86 anos, vítima de insuficiência respiratória, no Rio de Janeiro.

(Fonte: Veja, 23 de outubro de 1996 – Edição 1468 – Datas – Memória/General tramou contra a abertura política/Arlete Salvador – Pág; 128)

(Fonte: https://exame.abril.com.br/brasil – BRASIL / Quem eram e o que faziam os agentes que mandavam na ditadura / Por Mariana Desidério – 10 dez 2014)

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