Sylvio Lanna, diretor de cinema mineiro de ‘Sagrada Família’
Cineasta se sagrou pelo longa marginal irmão do clássico ‘Bang Bang’, de Andrea Tonacci, e por seus curtas experimentais
Ícone do cinema marginal brasileiro
Deixa legado de inovação e experimentação no cinema nacional
Sylvio Lanna (nasceu em 8 de julho de 1944 – faleceu em 12 de maio de 2024), cineasta mineiro, autor de filmes como “Sagrada Família”, de 1970, um dos principais representantes da fatia mineira do cinema marginal.
Legado de um pioneiro
“Sagrada Família” é considerado um marco na história do cinema brasileiro, simbolizando a contracultura da época ao narrar a decadência de uma família burguesa durante uma viagem, ao longo da qual quatro pessoas vão se desfazendo de seus bens e regredindo à barbárie. O elenco destacava o ator Paulo Cesar Pereio.
A obra é reconhecida por seu estilo audacioso e experimental, algo que o cineasta manifestava desde seu primeiro curta, “O Roteiro do Gravador” (1967). Durante a produção de “Sagrada Família”, Lanna também colaborou com Andrea Tonacci (1944 – 2016) em “Bang Bang” (1971). Por conta disso, os dois filmes compartilham semelhanças estilísticas e temáticas, ambas sob a influência do gênero “road movie” marginal.
Retomada da carreira
A repressão da ditadura militar e falta de apelo comercial no cinema marginal deixou Lanna sem filmar por meio século. Ele só retomou a carreira recentemente, ao realizar um documentário sobre a busca pela possível última cópia sobrevivente de “O Roteiro do Gravador” na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. No filme “In Memoriam: O Roteiro do Gravador” (2017), o diretor ainda explorou temas como memória e renascimento.
Nos últimos anos de sua vida, Lanna continuou a produzir curtas-metragens, refletindo sobre suas memórias e experiências acumuladas nas últimas décadas. Entre essas obras estão “Nova Pasta, Antigo Baú” (2020) e “Forofina, Um Filme a Ser Feito” (2020), este último sobre um projeto inacabado que dialoga com a natureza muitas vezes efêmera da criação artística.
Sylvio Lanna faleceu no domingo (12/5) aos 79 anos, em Minas Gerais, sua terra natal. O anúncio de sua morte foi feito por sua filha, Danieli Lima, através das redes sociais. Seu corpo foi cremado no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.
(Créditos autorais: https://www.terra.com.br/diversao/entre-telas/filmes – Pipoca Moderna/ DIVERSÃO/ ENTRE TELAS/ FILMES/ Por: Pedro Benjamin Prado – 13 mai 2024)
(Créditos autorais: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2024/05 – Folha de S.Paulo/ ILUSTRADA/ por Henrique Artuni – São Paulo – 13.mai.2024)
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