O SANTO TANCREDO NEVES
Foram 38 dias de martírio nacional. O presidente eleito Tancredo Neves não chegou a tomar posse em 15 de março porque, na véspera, teve de ser internado às pressas em Brasília no Hospital de Base. Os brasileiros, perplexos e com medo que desmoronasse toda a arquitetura da transição democrática, acompanharam o drama de suas diversas cirurgias como se acompanha o calvário de um santo.
Ele foi transferido para o Instituto do Coração, em São Paulo, e aí se diagnosticou divertículo de Meckel – uma doença grave no intestino, similar ao câncer.
Boletins médicos, alguns mentirosos, se sucediam, e foi montada uma farsa que incluiu até uma fotografia do paciente com a equipe médica e a sua mulher, dona Risoleta. Era preciso crer que Tancredo estava bem, e ele era o primeiro a querer isso. Mas “não deu tempo” para o ex-governador de Minas Gerais subir com vida a rampa do Palácio do Planalto. Ele morreu no dia 21 de abril.
Além da hipótese de erro médico, surgiu a teoria de que o último presidente eleito pelo voto indireto teria sido vítima de um crime.
Apesar da frágil democracia, o Brasil conseguiu superar o trauma e concluiu a transição. O vice José Sarney, que chefiara o partido da situação durante o regime militar, assumiu a Presidência com a equipe ministerial que Tancredo escolhera e governou o País por cinco anos.
(Fonte: IstoÉ/1931 25/10/2006, Edição Especial 30 anos 1985 Memória – Editora Três – Pág; 113)
Tancredo nega acordo com vice
O governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, negou que esteja articulando com o vice-presidente Aureliano Chaves sua candidatura à Presidência, por meio do pleito indireto.
Ele disse ter ficado irritado com a informação, que classificou de “totalmente mentirosa, sem nenhum fundamento” e que encobre interesses subalternos, como “favorecer esse ou aquele candidato na área do PDS”.
(Fonte: Zero Hora – ANO 50 – N° 17.637 – HÁ 30 ANOS EM ZH – 24 de janeiro de 1984 – Pág: 55)
Em 4 de março de 1910 – Nasce, em São João del Rey, Minas Gerais, Tancredo Neves, presidente eleito do Brasil, falecido em 21 de abril de 1985. Tancredo não chegou a exercer o cargo.
(Fonte: Correio do Povo – ANO 119 – N° 155 – CRONOLOGIA/ Por Dirceu Chirivino – 4 de março de 2014 – Pág: 18)