Thomas M. Disch (Iowa, 2 de fevereiro de 1940 – Nova York, 4 de julho de 2008), foi uma das vozes mais ativas e marcantes da chamada New Wave da ficção científica, e títulos como The Genocides (1964), Camp Concentration (1968), 334 (1974), e On Wings of Song (1980) são presença obrigatória em qualquer listagem das obras incontornáveis do gênero.
Disch nunca obteve o devido reconhecimento fora do ghetto, e as suas posições críticas em relação à espinha dorsal da ficção científica (chamou-lhe mesmo, literatura para crianças, num polêmico ensaio incluído no volume Science Fiction at Large, que Peter Nicholls editou em 1976 e que chegou a ser um dos tomos mais consultados na minha biblioteca pessoal) nunca lhe granjearam grandes amores por parte do fandom.
Todos aqueles que acompanharam George R. R. Martin nesta sua recente visita a Portugal, devem saber que foi Disch quem alcunhou Martin e os seus compadres como sendo o Labor Day Group, alegadamente mais interessados nos prêmios atribuídos nas Worldcons do que no mérito literário daquilo que escreviam (o que mostra que até um dos mais inteligentes críticos do gênero se pode enganar).
Vivemos todos na sarjeta, escreveu Oscar Wilde, mas alguns de nós mantemos os olhos cravados nas estrelas. Tom Disch mostrou-nos algumas dessas estrelas.
Thomas M. Disch suicidou-se dia 4 de julho de 2008, aos 68 anos, em Nova York.
(Fonte: http://spaceshipdown.blogspot.com.br/2008/07/rip-thomas-m-disch-1940-2008 – PUBLICADA POR JOÃO SEIXAS – 7 DE JULHO DE 2008)