O mago metafísico
Eliot: como Joyce, um renovador da língua
Thomas Stearns Eliot (St. Louis, 26 de setembro de 1888 – Londres, 4 de janeiro de 1965), poeta americano naturalizado inglês, Prêmio Nobel de Literatura em 1948.
Entre 1916 e 1922, T. (Thomas) S. (Stearns) Eliot, nascido americano em Missouri, em setembro de 1888, e naturalizado inglês em 1927, aos 39 anos, concebeu e escreveu “The Waste Land”, um dos pilares de sua obra poética e um dos maiores monumentos de língua inglesa e da literatura moderna, além de outra obra-prima do poeta “Os Quatro Quartetos”.
Lançado no mesmo ano de “Ulysses”, de James Joyce (1882-1941), com este tornou-se rapidamente uma perene e inesgotável fonte de perplexidade e inspiração para gerações de poetas e artistas do mundo inteiro.
Eliot deixou em seu extraordinário legado intelectual extensa obra poética, além de seu trabalho como respeitado crítico literário, ensaísta e dramaturgo – conjunto que faz dele uma das figuras capitais da cultura anglo-americana do século 20.
T. S. Eliot, o grande sacerdote da língua inglesa, conhecia mais do que ninguém o inglês e poesia, considerando as peculiares características de seu estilo poético e do requintado e complexo manejo que fazia do idioma. A riqueza da língua inglesa é a polissemia, as palavras que podem ter dezenas de significados, dizia ele.
Eliot era basicamente um homem da tradição, que usa toda a poesia que se perdeu no passado pelas citações. Trabalhando esse legado, ele desenvolveu uma sofisticada reflexão filosófico-religiosa, quase metafísica, que teve seu apogeu em “The Hollow Men.”
Uma tradução de Eliot será sempre um acontecimento retumbante, recriando as palavras desse mago metafísico. A década de 20 é o marco da conversão de Eliot ao anglicanismo, ao mesmo tempo que toma posição monarquista na política e classicista na literatura.
O livro traz desde os primeiros poemas importantes de Eliot, “Prufrook e Outras Observações”, coligidos e publicados em 1917, até os “Poemas de Ariel”, escritos entre 1927 e 1930.
Entre esses desponta a recriação de “The Waste Land”, que seria “A Terra Gasta”, “A Terra Inútil” ou “A Terra Desolada”. Como poema, “The Waste Land” é decisivo, considerado uma obra-prima em que Eliot conjuga momentos de um lirismo desmedido com outros extremamente singulares, ocasião para a crítica afirmar o rejuvenescimento da língua inglesa do pastiche em que estaria mergulhada até então. Ezra Pound (1885-1972), a pedido de Eliot, reviu e cortou drasticamente o poema.
O longo poema que marca a conversão de Eliot ao cristianismo anglicano, “Quarta-feira de Cinzas”, traz também instantes de refinamento, pompa e o prosaico necessários.
Eliot morreu em 4 de janeiro de 1965, aos 77 anos de idade, em Londres.
(Fonte: Veja, 21 de setembro de 1994 Ano 27 N° 38 CINEMA Ed. 1358 Pág; 128)
(Fonte: Veja, 26 de novembro de 1980 LIVROS/ Por Caio Túlio Costa Edição nº 638 Pág; 100/101)
(Fonte: Veja, 1° de dezembro, 1976 Edição n° 430 LITERATURA/ Por Hélio Pólvora Pág; 124/125/126)