Tônico Ferreira, um dos mais queridos e experientes jornalistas do Brasil e um dos mais experientes e importantes profissionais da imprensa brasileira

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Tônico Ferreira, repórter e um dos mais queridos e experientes jornalistas do Brasil.

Testemunha de alguns dos principais acontecimentos políticos e econômicos que afetaram o Brasil e seus vizinhos nas últimas décadas.

Com anos de jornalismo, fazem dele um dos mais experientes e importantes profissionais da imprensa brasileira.

Formado em arquitetura pela USP, o santista Tonico Ferreira iniciou carreira como diagramador de jornais estudantis contrários ao regime militar. Em 1967, entrou nessa função na Folha de S. Paulo. Em 1968, passou para a Folha da Tarde, quando o jornal era ligado à oposição, ma deixou o jornal no fim do mesmo ano, quando a repressão induziu mudanças na linha editorial. Atuou também nas revistas VEJA e Realidade, ambas publicadas pela Editora Abril, e foi aos poucos se afastando da diagramação e se aproximando do jornalismo, que abraçou de vez no jornal Opinião, criado em 1972.

Nos anos 1980, migrou para a TV, onde ganhou o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos por denunciar o chamado Escândalo da Mandioca, um caso de desvio de recursos públicos.

Tonico era um jovem arquiteto quando começou a trabalhar em jornal, na década de 60. A experiência com linhas e curvas foi muito útil para diagramar os jornais do movimento estudantil, que eram a voz da oposição ao regime militar em plena ditadura. Logo ele estaria na Folha de S. Paulo e, em 1968, foi para a Folha da Tarde, quando o jornal ainda publicava temas ligados às causas de esquerda.

Os tempos eram de chumbo e a mudança na linha editorial do diário fez Tonico mergulhar de vez no jornalismo – mas longe do jornal. Nessa época, passou pelas revistas VEJA e Realidade e, em 1972, se envolveu no projeto que marcaria sua carreira de forma definitiva – surgia o jornal Opinião.

Como secretário de redação, Tonico foi um dos responsáveis pelo jornal, que reunia o pensamento da época na defesa das liberdades e contra a ditadura. Todos os intelectuais que importavam publicavam suas ideias no Opinião. No auge do regime militar, o jornal resistiu bravamente à censura por pouco mais de três anos.

O Opinião acabou, mas a resistência não. Tonico foi um dos fundadores do Movimento, outro ícone da imprensa alternativa, como se dizia à época. Por sua posição de diretor responsável, foi processado pela Lei de Segurança Nacional e, mais tarde, beneficiado pela Lei da Anistia.

Para um jornalista de sua geração, essa trajetória, marcada pela luta em favor das garantias democráticas e pela liberdade de expressão, já teria assegurado uma vaga de titular em qualquer time de campeões da imprensa nacional. Mas esse não seria o Tonico.

No começo dos anos 80, Tonico se reinventou – e veio trabalhar na televisão. Poucos meses na TV Bandeirantes e desde o final de 1981, na Globo. Meses depois, o primeiro furo na TV lhe rendeu o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos: o Escândalo da Mandioca, tataravô de tantos outros casos de desvio de dinheiro público.

Tonico esteve em todas as grandes coberturas do Jornalismo da Globo nas últimas três décadas. A morte de Tancredo Neves, os planos econômicos que tentaram conter a inflação, o impeachment de Collor, as privatizações de FHC, as inúmeras viagens de Lula. Foi também correspondente da Globo em Londres e um dos repórteres que mais cobriu os impasses políticos e as desventuras das frágeis democracias latino-americanas. Cruzou o país atrás de histórias e personagens brasileiros. Jornal Nacional, Globo Repórter, Globo Natureza, nunca houve pauta ruim para o Tonico. Aliás, como ele mesmo diz, para divertimento dos seus colegas: “tudo o que acontece no mundo se resume em 60 pautas”. Ele sempre caprichou em todas elas. Tonico tem alma de repórter. Gosta de novidade, de conversar, do embate com o entrevistado, dos contrastes descobertos e dissecados em um texto. É um curioso sobre o mundo à sua volta e, celular na mão, atento aos assuntos que estão sendo debatidos nas redes, nos blogs, nas manchetes estrangeiras.

Depois de 50 anos de serviços prestados, Tônico decidiu aproveitar a vida e se aposentar. Ele trabalhava na Globo desde 1981 – com uma pequena interrupção numa rápida passagem no SBT em 1996.

 

 

Após 50 anos de carreira, jornalista Tônico Ferreira deixa a Globo e se aposenta

 

 

Tônico Ferreira deixou a Globo. Tônico não está saindo da emissora demitido ou porque vai trocar de casa.

O anuncio da saída de Tônico foi feito por Ali Kamel, diretor responsável da Central Globo de Jornalismo, nesta quarta-feira (5). Numa carta aberta, Kamel prestou uma grande homenagem a Tônico, um dos mais premiados jornalistas do Brasil.

Relembrando sua carreira, Kamel afirmou que o jornalismo agradece a vida que Tônico deu a ele e que, agora, ele vai aproveitar a família, o sol, os livros e tudo o que a vida tem de melhor para oferecer.

Kamel também quis deixar bem claro que a intenção de romper o contrato, que só terminaria em 2020, foi de Tônico, que o procurou em meados de março para a conversa franca e aberta.

Tonico, em nome da TV Globo, eu agradeço tantos anos de excelente jornalismo. E em meu nome, eu agradeço por todos os anos de companheirismo e peço para que mantenhamos o convívio. Quero continuar ouvindo suas análises, seus argumentos, suas opiniões. Nessa nova etapa, desejo tudo de bom. Boa sorte e muito obrigado.

(Fonte: https://observatoriodatelevisao.bol.uol.com.br/noticia-da-tv/2018/04 – NOTÍCIA DA TV / POR GABRIEL VAQUER – 05/04/2018)

(Fonte: https://veja.abril.com.br/entretenimento – ENTRETENIMENTO / Por Redação – 4 abr 2018)

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