Tornou-se a primeira atleta israelense a chegar a uma final olímpica
Esther Roth-Shahamorov, atleta olímpica israelense, foi uma das israelenses sobreviventes do atentado contra a equipe olímpica de Israel nas Olimpíadas de Munique, em 1972. Aos 24 anos, ela era velocista e um dos destaques da equipe.
Na sua disciplina preferida, os 100 m barreiras, alcançou o feito de conquistar, pela primeira vez na história do seu país, um lugar numa final olímpica. Tal sucedeu em 1976, nos Jogos Olímpicos de Montreal, quando Roth terminou a final dos 100 m barreiras na sexta posição, com o tempo de 13.04 s.
Os recordes nacionais que bateu ao longo da sua carreira, perduraram por mais de duas décadas.
As suas melhores marcas pessoais são:
- 100 metros – 11.45 s (1972)
- 200 metros – 23.57 s (1975)
- 100 m barreiras – 12.93 s (1976)
Em 1999 foi agraciada com o Prêmio Israel.
Esther relembrou o momento que marcou sua vida. A Vila Olímpica, “muito bonita”, não tinha segurança reforçada, uma forma de a Alemanha se afastar do passado então recente da barbárie nazista. A ideia era fazer um evento amistoso e pacífico. “A Alemanha queria mostrar que havia mudado desde a 2ª Guerra. Foi uma Olimpíada muito colorida”, conta ela.
A falta de vigilância permitiu que oito terroristas do grupo Setembro Negro invadissem o alojamento da equipe israelense, fortemente armados. Segundo Esther, eles sabiam onde estava a delegação. Os terroristas mataram dois atletas e fizeram nove reféns. Esther, que estava no alojamento feminino, em um prédio separado, foi levada às pressas para um local seguro, de onde acompanhou as negociações.
Os terroristas exigiam a libertação de 234 palestinos em Israel, que negou o pedido. Eles então exigiram um avião para leva-los ao Egito. O governo alemão aceitou, com o objetivo de prendê-los no aeroporto. A operação foi um desastre, que resultou na morte de todos os reféns. Entre eles estava Amitzur Shapira, técnico de Esther, que “era como um pai para mim”.
A Comissão Olímpica Internacional decretou luto oficial por apenas 24 horas, retomando os jogos apesar do clima tenso. Os atletas olímpicos se dividiram entre aqueles que apoiavam a continuação dos jogos e os que não, o que levou algumas delegações – incluindo a de Israel – a se retirar. “Foi o acontecimento mais duro da minha vida. Eu tinha 20 e poucos anos e muitos sonhos. (…) As condenações dos países foram muito formais. Vi que os interesses mandam no mundo. A falta de reações mais firmes deu a entender que se pode conseguir as coisas pela via do terrorismo”, contou a atleta em entrevista publicada no jornal O Estado de S. Paulo.
AMITZUR SHAPIRA – Único das 11 vítimas que não possuía ligação com o universo das lutas ou dos pesos, era natural de Tel Aviv, casado e pai de quatro filhos. Na década de 1950, foi um dos melhores velocistas do país e, quando deixou as pistas, tornou-se técnico do esporte e foi considerado o melhor de Israel. Amitzur trabalhava no Instituto Wingate e em meados dos anos 60 descobriu um grande talento do esporte israelense: a atleta Esther Roth-Shahamorov, que, na época, tinha 14 anos.
Shapira a treinou para disputar a Olimpíada de Munique e vibrou de felicidade quando a pupila chegou às semifinais. Apos essa conquista, ele escreveu um artigo para o jornal israelense “Maariv”, no qual previu um futuro brilhante para a atleta. Infelizmente, Shapira não teve tempo de ver seu artigo publicado, nem de presenciar a conquista de Esther nos Jogos seguintes. Em Montreal, quatro anos depois, ela fez história e tornou-se a primeira atleta israelense a chegar a uma final olímpica.
(Fonte: http://acervo.oglobo.globo.com – EM DESTAQUE – ESPORTES/ Por Natasha Correa Lima – 29/07/16)
(Fonte: http://www.conib.org.br/blog/noticias – NOTICIAS – CONIB – CONFEDERAÇÃO ISRAELITA DO BRASIL – Sobrevivente do ataque dos Jogos de Munique (1972) – 29/JUN 2016)