Carolina Beatriz Ângelo (Guarda, 6 de abril de 1878 – Lisboa, 3 de outubro de 1911), médica, republicana e feminista. Foi a primeira mulher a votar em Portugal, por ocasião das eleições da Assembleia Constituinte, em 1911. Estava-se em 1911, a República acabara de ser implantada em outubro de 1910, e Carolina «torceu» a seu favor um dos «buracos» da lei ou, se se quiser, da língua portuguesa.
Carolina Beatriz Ângelo nasceu na Guarda em 1877, onde, frequentou os estudos primários e secundários.
Na cidade de Lisboa frequentou a Escola Médico-Cirúrgica, tendo concluído com bastante êxito o curso de medicina. Tornou-se a primeira médica cirurgiã portuguesa a operar no hospital de São José, onde conheceu Januário Barreto e se casa no próprio ano da formatura. Em 1902, desse matrimônio resulta uma filha, mas aos 21 anos fica viúva.
Carolina Beatriz Ângelo revelou-se uma das figuras mais carismáticas do feminismo e do republicanismo da primeira década do século XX. Em, 1911, Carolina Beatriz ao ler a lei prevista na Constituição de 1911 verificou que esta ao decretar quem tinha direito ao voto, não especificou o sexo e a perspicácia desta médica, levou-a a lutar pelo seu direito ao voto já que era uma cidadã portuguesa. Esta lei, ao definir quem seriam os cidadãos que poderiam votar, não distinguiu o sexo, dizendo apenas que quem poderia eleger o governo seriam os cidadãos portugueses. Carolina Beatriz apresentou um recurso em tribunal a fim de poder votar.
A 28 de maio de 1911 torna-se a primeira mulher portuguesa a exercer o direito de voto e a legislação é imediatamente alterada, especificando que apenas os cidadãos portugueses masculinos poderiam votar.
As mulheres portuguesas tiveram de esperar por Salazar para poderem , no ano de 1931, Salazar determinava que, as mulheres, para votarem tinham de ter cursos secundários ou superiores, enquanto que aos homens bastava apenas saber ler e escrever.
Em suma, Carolina Beatriz Ângelo abriu uma “janela”ao ter sido a primeira mulher a votar em Portugal, após a Primeira República e mostrou que a mulher também pode e deve participar em todas as decisões importantes da sociedade que integra.
Carolina Beatriz Ângelo quis e desejou que a mulher pudesse ser avaliada pela inteligência, razão e não somente como fada do lar, isto é, dona de casa e mãe. Carolina Beatriz Ângelo idealista do movimento feminista fez parte de uma Associação de Propaganda Feminista que defendia a igualdade de oportunidades da mulher na política, e na vida social tal como os homens.
(Fonte: http://historia-geografia-portugal.wikispaces.com – Carolina Beatriz Ângelo)
(Fonte: http://www.hbeatrizangelo.pt/pt/institucional)