Túlio Piva, foi um dos maiores nomes da música popular produzida no Rio Grande do Sul

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Boemia nas urnas

As trajetórias de Lupicínio Rodrigues (1914 –1974) e Túlio Piva (1914-1993), dois dos maiores nomes da música popular produzida no Rio Grande do Sul, não têm em comum apenas o samba, a boemia, a paixão pelo Grêmio ou o ano de nascimento. Eles também foram candidatos a vereador em Porto Alegre, sem o mesmo sucesso de suas criações sonoras.

Em 1959, ano em que o samba-canção Ela Disse-me Assim estourava nacionalmente na voz de Jamelão, Lupicínio concorreu pelo Partido Republicano (PR) a uma vaga na Câmara Municipal. O compositor e cantor chegou a publicar um longo texto nos jornais, justificando a candidatura, mas a tentativa acabou resultando em apenas 396 votos, muito aquém do necessário. No ano seguinte, uma reportagem da Revista do Globo tratava da possibilidade de ele eventualmente assumir uma cadeira na Câmara Municipal.

Também militante ativo da música popular, Túlio – que era também farmacêutico-prático – concorreu pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no pleito de 1972, quando ainda nem havia gravado mais que um compacto. Ele até conquistou a confiança de 3.346 eleitores, mas não emplacou, em meio a uma nominata que incluía figuras renomadas como Ivan Castro, Glênio Reis e José Antonio Daudt, ou ainda os eleitos Glênio Peres, Paulo Sant”Ana e o ex-jogador colorado Sadi Schwerdt.

Outras coincidências envolveriam os dois amigos. Lupi (nascido em Porto Alegre) é autor do Hino do Grêmio, enquanto Túlio (natural de Santiago do Boqueirão) chegou a bolar uma música-tema para o Internacional e ainda assinou um hino para o Cruzeiro de Porto Alegre. Ambos atuaram como fiscais de direito autoral (através da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música – Sbacem) e também foram empresários da noite: Lupi teve os restaurantes Batelão e Clube dos Cozinheiros, entre outros empreendimentos, ao passo que Túlio faria sucesso com as suas casas noturnas Sandália de Prata e Gente da Noite.

(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – N.° 17.157 – Almanaque Gaúcho – colaboraram Marcello Campos, Katia Kneipp e Luís Klein – TRE) – Postado por Luís Bissigo – 27 de setembro de 2012)

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