Um dos maiores geógrafos do Brasil, e um dos primeiros reconhecidos no exterior
Milton Santos ( -2001), nascido em Brotas de Macatuba, Chapada Diamantina (BA), um dos maiores geógrafos do Brasil. Era professor emérito da Faculdade de Geografia pela Universidade de São Paulo (USP).
Também foi doutor em geografia pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, além de consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ganhou o prêmio Vautrin Lud, que corresponde ao Nobel na área de geografia. Foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul e recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Entre 1964 e 71, durante o governo militar, Milton Santos teve de se exilar. Morou na Tanzânia, em Madagascar, na França, na Venezuela e nos Estados Unidos, onde ajudou a fundar uma das mais importantes revistas da época, a Antipode. Ao retornar, permaneceu dois anos em Salvador e foi para São Paulo. Em 1982, tornou-se professor da USP. Com a professora Maria Adélia de Souza, criou o Laboratório de Geografia e Política e Planejamento Territorial e Ambiental, berço de trabalhos de pesquisa.
O professor Santos deu aulas no curso de pós-graduação da USP até o final do ano 2000. A última de suas mais de 40 obras, Brasil: território e sociedade no início do século XXI, foi publicada no início do ano de 2001 pela editora Record.
Durante o regime militar, Milton Santos era radator do jornal A Tarde, de Salvador, e professor universitário. Defendia posições nacionalistas e denunciava a escrevidão dos trabalhadores rurais. Acabou sendo demitido da Universidade Federal da Bahia e passou 60 dias preso no quartel de Cabula, Salvador. Aconselhado por amigos, aceitou convite para lecionar no Exterior.
(Fonte: Zero Hora OBITUÁRIO 25/06/01 Pág: 37 )