“Uma pessoa que não é curiosa é terrível.”
Em suas atuações mais recentes na TV, Raul Cortez (1932 – 2006) estava confortável no papel de um galã maduro, interpretando personagens marcantes como o Francesco de Terra Nostra (1999) ou o Barão de Bonsucesso de Senhora do Destino (2004). Esta foi sua última novela – sua participação no elenco foi abreviada quando ele começou a enfrentar um câncer na região abdominal.
Foi o final de uma das trajetórias mais prolíficas das artes cênicas brasileiras. Cortez começou a trabalhar em teatro e cinema ainda na década de 1950. Com o tempo, acumulou dezenas de atuações, muitas delas premiadas. Nos palcos, um trabalho consagrador foi a participação em Rasga Coração (1979), última peça de Oduvaldo Vianna Filho (1936 – 1974) e espécie de símbolo da abertura política no teatro brasileiro.
A frase “Uma pessoa que não é curiosa é terrível”, proferida por Cortez em uma de suas últimas entrevistas, dá uma pista para a inquietação artística do ator paulista.
(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – Edição n° 17.127 – Almanaque Gaúcho/ Ricardo Chaves – Frase do dia/ Postado por Luís Bissigo – 28 de agosto de 2012)