Umberto Magnani, ator que interpretava o padre Romão em “Velho Chico” da Rede Globo

0
Powered by Rock Convert

O ator iniciou sua carreira na televisão na primeira versão de “Mulheres de Areia”, exibida pela TV Tupi em 1973.

Umberto Magnani Netto (Santa Cruz do Rio Pardo, 25 de abril de 1941 – Rio de Janeiro, 27 de abril de 2016), ator e produtor que interpretava o padre Romão em “Velho Chico” da Rede Globo – Magnani é um dos poucos atores que participaram das duas fases da novela. Na trama, o religioso era o grande conselheiro de Santo (Domingos Montagner). Nos próximos capítulos da história, Romão incentiva o presidente da cooperativa a lutar pela população de Grotas de São Francisco. Por conhecer tão bem o filho de Belmiro (Chico Diaz), também desconfia do interesse dele pela volta de Tereza (Camila Pitanga).

Nascido em Santa Cruz do Rio Pardo, interior de São Paulo, em abril de 1941, a família tem origem italiana, o pai era alfaiate. Aos 13 anos, começou a trabalhar como locutor de um programa infantil no rádio, para sustentar o vício no cigarro. Acabou pegando o gosto pelo ofício, Umberto Magnani iniciou sua premiada carreira de ator em 1965.

Entre seus trabalhos na televisão estão Laços de Família, em que viveu o personagem Eládio; Presença de Anita , como o personagem Eugênio; Mulheres Apaixonadas, como Argemiro Batista; Cabocla, como Chico Bento; Alma Gêmea, como o personagem Elias; Páginas da Vida, como Zé Ribeiro e, atualmente, Velho Chico, em que interpretou o padre Romão. Além disso, Umberto atuou em diversos papéis no teatro.

A televisão que o fez famoso só o conheceu em 1973, pela primeira versão de Mulheres de Areia, de Ivani Ribeiro, na Record. Àquela altura, o homem já acumulava alguns feitos no teatro. Formado pela Escola de Artes Dramáticas (EAD), da USP, em São Paulo, foi para o teatro da Arena em 1968, substituindo Antonio Fagundes em Primeira Feira Paulista de Opinião, de Lauro César Muniz, Braúlio Pedroso, Jorge Andrade, Gianfrancesco Guarnieri, Plínio Marcos e Augusto Boal, com direção de Boal.

Nos palcos não se limitava à boca de cena, participando de direção e produção, função que inaugurou em 1971, com Palhaços, de Timochenco Wehbi, sob direção de Emílio Di Biasi. Assim se deu também com A Capital Federal, de Artur Azevedo, com direção de Flávio Rangel e produção de Cleyde Yáconis; Réveillon, de Flávio Márcio e direção de José Renato; O Santo Inquérito, de Dias Gomes, sob direção de Flávio Rangel, e Honra, de Joanna Murray-Smith, dirigido por Celso Nunes.

Fez Frank V, de Friedrich Dürrenmatt, Um Homem Chamado Shakespeare, de Barbara Heliadora e Ana Amélia Carneiro de Mendonça, ganhou o Troféu Mambenbe e Troféu Molière por Lua de Cetim, de Alcides Nogueira, e mais outro Troféu Mambenbe e o Prêmio Governador do Estado por Às Margens do Ipiranga, de Fauzi Arap.

Outro prêmio Governador do Estado veio por Nossa Cidade, de Thornton Wilder, dirigido e adaptado por Eduardo Tolentino, numa produção do Grupo Tapa. Subiu ao palco com o filho, Beto Magnani, em Avesso, resultado da tradução de Edla Van Steen para o texto de David Mamet Uma Vida no Teatro.

Umberto Magnani com o filho Beto em cena da peça "Avesso - A Life in the Theatre" (Foto: Divulgação)

Umberto Magnani com o filho Beto em cena da peça “Avesso – A Life in the Theatre” (Foto: Divulgação)

Tamanha produção nos palcos retraiu um pouco sua agenda no cinema. Fez o primeiro filme em 1976 – Chão Buto de Dionízio Azevedo. Quase dez anos se passaram até o segundo longa, A Hora da Estrela, de Suzana Amaral (1985), seguido de Jogo Duro, de Ugo Giorgetti, Kuarup, de Ruy Guerra, Cronicamente Inviável, de Sérgio Bianchi, Cristina Quer Casar, de Luiz Villaça, e Quanto Vale Ou é Por Aquilo?, de Bianchi, em 2005.

Também quase demorou dez anos para voltar à TV, entre Mulheres de Areia e Caso de Verdade (1982), já na Globo, para nunca mais sair de cena, circulando entre SBT, Record e Globo, até a forçada despedida de padre Romão em “Velho Chico”o personagem da vez.

A carreira artística que somou 48 anos e mais de 40 personagens teve início definitivo quando ele ingressou na Escola de Artes Dramáticas da USP. Na época do vestibular, não comunicou sua opção à família por conta da má fama da profissão. Durante o curso, participou de peças como “A falecida”, dirigida por Antunes Filho, e “Este ovo é um galo”, de autoria de Lauro César Muniz.

LUTA NOS BASTIDORES DAS ARTES CÊNICAS

Em 1968, foi para o Teatro de Arena. Seguiu participando intensamente das produções teatrais em parceria com diretores como Paulo Autran, Emílio Di Biasi, Antonio Petrin e Fauzi Arapi. 

A paixão por tudo o que envolve o teatro o levou a diretor da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (Apetesp) entre 1972 e 1988. Durante os anos 1980, foi diretor regional em São Paulo da Fundação Nacional de Artes Cênicas (Fundacen). Em 1985, assumiu a presidência da Comissão de Teatro da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Entre vários outros cargos que exerceu, foi secretário da Cultura e Turismo em Santa Cruz do Rio Pardo (SP) nos anos de 2001 e 2002.

PRESENÇÃO CONTÍNUA NA TV

Foi por meio do teatro, também, que chegou à televisão. A estreia aconteceu em 1973, como Zé Luis, na novela “Mulheres de areia” (1973), da TV Tupi. Na Globo, esteve presente em obras de Manoel Carlos como “Felicidade” (1991), “História de amor” (1995), “Por amor” (1997), “Mulheres apaixonadas” (2003), “Páginas da vida” (2006) e “Presença de Anita” (2001). Também fez “Cabocla” (2004) e “Alma gêmea” (2005).

Antes do retorno à emissora, na atual novela das 21h, “Velho Chico”, Magnani esteve na Record, onde atuou em novelas como “Chamas da vida” — atualmente em reprise — “Ribeirão do tempo” (2010) “Máscaras” e “Balacobaco” (2012). Seu último papel na emissora foi como Juca na série “Conselho tutelar”(2015). “O importante não é a fama, é continuar, o prestígio que você adquire entre colegas e o público, é isso que te mantém vivo”, costumava afirmar. Desde o dia 14 de março, o ator vivia o padre Romão em “Velho Chico”.

Padre Romão (Umberto Magnani) na procissão - Caiua Franco / TV Globo

Padre Romão (Umberto Magnani) na procissão – Caiua Franco / TV Globo

Magnani passou mal na segunda-feira, dia de seu aniversário de 75 anos, antes de gravar cenas da novela de Benedito Ruy Barbosa. Recebeu os primeiros socorros e foi levado ao hospital Vitória, na Barra da Tijuca, onde passou por uma cirurgia após um AVE (acidente vascular encefálico) hemorrágico. Ficou em coma até morrer, na manhã de 27 de abril de 2016.

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/televisao – CULTURA – TELEVISÃO/ Por Cristina Padiglione – O ESTADO DE S. PAULO – 27 Abril 2016)

(Fonte:http://tvefamosos.uol.com.br/noticias/redacao/2016/04/27 – TV E FAMOSOS/ Por Do UOL, em São Paulo – 27/04/2016)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/revista-da-tv  – CULTURA – REVISTA DA TV – POR O GLOBO – 27/04/2016)
© 1996 – 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

Powered by Rock Convert
Share.