Vicente Leporace (nasceu em 26 de janeiro de 1912, em São Tomás de Aquino, Minas Gerais – faleceu em 16 de abril de 1978, em São Paulo, São Paulo) foi um ícone do rádio brasileiro. Jornalista, compositor e ator, Leporace atuou em várias emissoras e fez do rádio um veículo para manifestar suas opiniões carregadas de humor, sarcasmo e informação.
Jornalista. Compositor. Radialista. Ator. Irmão do também compositor Sebastião Leporace e tio dos músicos Gracinha, Mariana e Fernando Leporace. Nascido na cidade mineira de Sao Tomas de Aquino, mudou ainda criança para a cidade de Franca, São Paulo.
Em 1932, participou da Revolução constitucionalista em São Paulo. Além de sua atuação radiofônica teve colunas em diferentes jornais paulistas.
No início da década de 50, lançou na Rádio Record de São Paulo, o Jornal da Manhã, onde era o editor e apresentador.
Iniciou a carreira artística em 1941, na Rádio Clube Hertz de Franca. Atuou posteriormente nas Rádios Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, e Cruzeiro do Sul, Record e Bandeirantes, em São Paulo, sendo que na última permaneceu atuando durante décadas.
Em seu programa na Rádio Bandeirantes em 1944 começou a carreira artística do Grupo do Luar, rebatizado a partir de concurso por ele promovido como “Demônios da Garoa”. Foi parceiro de Hervé Cordovil em obras como “Jangada”, “Prelúdio” e “Onde estou?”.
Em 1951, estreou o programa radiofônico “O trabuco” que ficou quase trinta anos no ar comentando os fatos políticos do dia. Teve músicas gravadas por nomes como Agnaldo Rayol, Almir Ribeiro e Sílvio Caldas.
Estreou no cinema em 1947, atuando no filme “Luar do Sertão. Três anos depois, atuou no filme “A vida é uma gargalhada”, em 1952, no filme “Sai da frente”. No ano seguinte esteve nas películas “Nadando em dinheiro”; “Uma pulga na balança” e “Sinhá Moça”.
Em 1954, atuou em mais dois filmes: “É proibido beijar” e “Na senda do crime”. Ainda em 1952, assinou com Hervê Cordovil o samba-canção “Porque” gravado por Isaura Garcia na RCA Victor.
Em 1955, participou do filme “Carnaval em lá maior” dirigido por Adhemar Gonzaga.
Em 1956, o samba-canção “Jangada”, com Hervé Cordovil, foi gravado por Silvio Caldas pela Columbia, enquanto o samba-canção “Pode ficar” foi gravado por Carmélia Alves no LP “Hervé Cordovil interpretado por Carmélia Alves” da gravadora Copacabana. No ano seguinte, teve o samba-canção “Onde estou?…”, com Hervê Cordovil, gravado pelo então estreante cantor Almir Ribeiro.
Em 1958, a cantora Leny Eversong gravou pela Beverly os sambas-canção “Pode ficar” e “Jangada”, os dois com Hervé Cordovil. No mesmo ano, o samba-canção “Onde estou”, com Hervé Cordovil, foi gravado por Duda e Seu Conjunto no LP “Hit parade – Duda e Seu Ritmo e Coro” da gravadora Continental. Ainda no mesmo ano, esse samba-canção deu título a uma coletânea que reuniu todos os discos de 78rpm do cantor Almir Ribeiro, falecido em fevereiro daquele ano.
Em 1960, o samba “O rei do samba”, com Hervé Cordovil, foi gravado por Jorge Goulart no LP “Eu sou o samba” da RCA Victor. No mesmo ano, a cantora Elza Laranjeira no LP “A noite do meu bem” da gravadora RGE registrou o samba-canção “Porquê”, com Hervé Cordovil.
Em 1963, o cantor José Tobias no LP “Poema triste” da Áudio Fidelity regravou o samba-canção “Jangada”.
Em 1971,atuou no filme “A hora e a vez do cinegrafista”.
Ele também produziu e apresentou programas nas rádios: Mayrink Veiga, Cruzeiro do Sul e Bandeirantes, onde em 1962, estreou o informativo matinal O Trabuco. O programa ficou no ar até a sua morte em 1978.
Marco no radiojornalismo paulista nos anos 1960 – 1970, Vicente Leporace criou e apresentou o programa “O Trabuco” durante dezesseis anos seguidos.
Apresentado como um informativo matinal, o programa consistia na leitura diária das notícias veiculadas nos principais periódicos do país, seguidas de comentários e críticas sobre as mesmas. O teor desses comentários era sempre ácido e através de considerações inteligentes e com acentuado teor cômico, o radialista abordava diversas situações sobre o comportamento dos políticos na época.
Vicente Leporace era audacioso e inquieto. Como ator participou de vários filmes da antiga companhia cinematográfica Vera Cruz, compôs músicas, apresentou programas na televisão e se tornou um ícone da defesa dos oprimidos com suas críticas sarcásticas que não poupavam ninguém.
Faleceu de edema pulmonar, aos 66 anos de idade, em São Paulo.
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100 anos rádio no Brasil – Arte EBC
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