Ícone da história do cavalo Crioulo
Considerado o Ginete do Século
Vilson Chalart de Souza, foi um dos maiores nomes da história do Cavalo Crioulo no País – , ele era natural de Alegrete, mas adotou Bagé, onde morou por longos anos.
Foi o primeiro ganhador do Freio de Ouro na Expointer comoveu ginetes que se inspiram nele e lideranças da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC).
O Ginete do Século, como também foi conhecido e homenageado em sua trajetória, fez história ao ser o primeiro ginete campeão do Freio de Ouro, em 1982, na companhia do cavalo Itaí Tupambaé.
Reconhecimento a uma trajetória
Vilson Souza conquistou um total de cinco Freios de Ouro, quatro Freios de Prata e dois Freios de Bronze. Conquistas que o tornaram influência para a comunidade crioulista, tamanha importância que, desde 2006, a premiação entregue ao Ginete do Ano (dada aos competidores que se destacaram na temporada) leva o seu nome: troféu Vilson Souza.
De acordo com reportagem publicada pela ABCCC, os momentos de homenagem e colaboração com a raça não pararam, já que Souza sempre foi uma figura presente nas atividades da raça. Entre eles, a entidade destaca a participação do ginete no desfile em comemoração aos 85 anos da ABCCC, em 2017, onde recebeu, também, o troféu “Alexandre Crespo – Que Momento”, dedicado a pessoas que deixaram sua colaboração para a raça. No ano passado, a Exposição Vilson Chalart Souza – 85 anos de amor ao cavalo Crioulo, realizada em Bagé, resgatou e celebrou sua trajetória. Também em 2019, o nome do Ginete do Século foi estampado na Parede da Fama do cavalo Crioulo, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
Monumento
Uma estátua reproduzindo o conjunto vencedor da primeira edição da prova do Freio de Ouro disputada em 1982 foi inaugurada em frente ao prédio do Hotel Dallé, na avenida Santa Tecla. O arquiteto e artista plástico Sérgio Coirolo foi quem esculpiu à mão a obra. O monumento, feito em concreto, pesa 1,5 toneladas. Por meio das redes sociais, o empresário Luís Fernando Dalé manifestou pesar pela morte do Ginete do Século. “Nosso sentimento aos familiares deste baita ginete gaúcho, foi grande na vida e em todos os lugares por onde passou. Pela graça de Deus, tivemos a oportunidade de lhe homenagear em vida, sua escultura junto ao cavalo que lhe levou à fama repousam esplêndidas e tranquilas na frente do Dallé Hotel, um lugar palanqueado pela história. Obrigado, amigo, por nos permitir acompanhar seus feitos e por tantos anos de sucesso”.
A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), em seu site oficial, a entidade afirmou que o “Precursor de uma era, seguiu sendo referência e exemplo a tantos outros ginetes, criadores e demais envolvidos com o Cavalo Crioulo desde então”, diz o comunicado da ABCCC.
O ex-presidente da (ABCCC), e que também presidiu a Associação e Sindicato Rural de Bagé, Eduardo Móglia Suñé, disse que com a morte de Souza se perde uma referência, uma parte da história do homem e do cavalo. “Tio Vilson, para mim, foi um exemplo de tudo desde muito cedo. Pois lembro muito bem no início das provas do Freio (quando eu corria), isso quando eu tinha meus 20 anos. Ele era o espelho, o que ele fazia a gente tentava fazer parecido. Me refiro em tudo, desde o apronte de madrugada até a última corrida de vaca. Digo parecido, porque igual ninguém fazia. Lembro muito bem, em 1985, eu perguntei ao meu pai, numa prova em Uruguaiana: ‘Que apronte achas que dou na minha égua?’ Ele me disse: ‘Vê que apronte o paraguaio vai dar no cavalo dele, e faz igual’. Meu pai o chamava assim. Eram muito amigos”, recorda.
(Fonte: Zero Hora – ANO 57 – N° 19.888 – 8 DE DEZEMBRO DE 2020 – MEMÓRIA / TRIBUTO – Pág: 31)