Legado do paraense, no entanto, está entranhado na cultura
Foi guardião e promotor da cultura brasileira
Walcyr Monteiro (Belém, Pará, 27 de janeiro de 1940 – Belém, 29 de maio de 2019), escritor, jornalista e ufólogo paraense
Walcyr Monteiro, que além de escritor era jornalista, sociólogo, ufólogo, acadêmico das letras, é autor de obras como “Visagens e Assombrações de Belém”, que fala de lendas paraenses e rendeu adaptações visuais, como o filme “Lendas Amazônicas” e o curta “Visagem”.
Conhecido principalmente no norte do Brasil, Walcyr Monteiro publicado em 1986. O livro reúne uma compilação de contos fantásticos e histórias sobrenaturais que povoam o imaginário amazônico. Além disso, a obra rendeu adaptações visuais como o filme “Lendas Amazônicas” (1998) e o curta “Visagem” (2006).
O conjunto de obras dele também contava com “Visagens, Assombrações e Encantamentos da Amazônia”, “Cosmopoemas”, “Miscelânea ou Vida em Turbilhão”, “As Incríveis Histórias do Caboclo do Pará”, “Histórias Brasileiras e Portuguesas para Crianças” e “Presente de Natal”.
Além de escritor de prestigiada popularidade regional, Walcyr também era jornalista, ufólogo, sociólogo e acadêmico das letras. Ele atuou como professor de ensino médio e superior, lecionando disciplinas como Antropologia Cultural, Economia Brasileira e Ciência Política na área da educação. Também presidiu o Centro Paraense de Estudos do Folclore e foi secretário do Instituto Histórico Geográfico do estado, além de ter ministrado palestras sobre folclore.
Monteiro ainda presidiu o Instituto de Terras do Pará (Iterpa), enriquecendo a literatura amazônica com seu estilo particular de contar as lendas e causos da região norte do País. Em uma de suas últimas entrevistas, o autor revelou o motivo de ter começado a mergulhar nos assuntos relacionados a coisas sobrenaturais.
“O grande amor que tenho pela Amazônia, pelo Pará, por Belém! Antigamente, as pessoas colocavam as cadeiras defronte das portas das casas e contavam lendas, mitos e histórias de visagens, assombrações e encantamentos, tanto de Belém, como de toda a região. Aquela altura Belém não tinha edifícios, e, à noite, só as programações de cinemas, ou seja, não havia a vida noturna que há hoje”, contou.
“Então contar e ouvir histórias era uma grande diversão. E isto aconteceu até a televisão chegar. Quando esta chegou em Belém, foi uma febre só: quem tinha dinheiro, comprou televisão, quem não tinha, virou televizinho, ou seja, ia ver televisão na casa do vizinho. E as cadeiras saíram defronte das casas para defronte da televisão, que ‘roubou’ a atenção de todos para as telenovelas. E com isto deixou-se de contar as histórias”, relembrou Walcyr Monteiro.
Walcyr Monteiro faleceu em 29 de maio de 2019 aos 79 anos, em decorrência de uma pneumonia, em Belém, no Pará.
(Fonte: https://gente.ig.com.br/cultura/2019-05-29 – CULTURA / Por iG São Paulo | 29/05/2019)