O último “Alpinista Clássico”ou o último “Alpinista Romântico”; como ficou conhecida sua geração, por serem alpinistas onde a ética era mais importante que a escalada em si.
O escalador que participou da primeira subida ao K2
Walter Bonatti, o maior alpinista de todos os tempos
Walter Bonatti (Bérgamo, 22 de junho de 1930 – Roma, 13 de setembro de 2011), alpinista italiano, considerado por muitos o melhor de todos os tempos, foi um dos maiores nomes na história do montanhismo
O ex-atleta, que também era escritor e jornalista, publicou obra literária baseada em suas experiências e viagens.
Os 15 anos de carreira como alpinista transformaram Bonatti em uma lenda. Com 18 anos, o italiano alcançou sua primeira conquista ao subir o topo da montanha Grigna, situada próxima a Lecco, cidade montanhosa atravessada pelos Alpes.
De 1951 a 1959, escalou ou tentou escalar diversos pontos do Mont Blanc (Itália-França), e também do K2 (Paquistão-China), sua viagem mais polêmica realizada aos 24 anos, e que, sem conseguir alcançar o topo, quase lhe custou a vida.
Bonatti decidiu abandonar a profissão em 1965 e se dedicou a viajar e a escrever várias reportagens e livros.
O italiano buscou as fontes do rio Amazonas, estudou os tigres de Sumatra (Indonésia); provou que o autor de “Moby Dick”, Herman Melville, esteve realmente preso pelos canibais nas Ilhas Marquesas, como escreveu em “Taipi: Paraíso de Canibais”; e explorou sozinho o Cabo de Hornos (Chile).
Bonatti recebeu o “Piolet de Ouro” em 2009 por sua carreira, a maior distinção civil que um praticante do alpinismo pode receber, e é a única pessoa até hoje a ser agraciada com a cidadania honorária do Mont Blanc.
Ele foi responsável pela abertura de diversas vias entre os anos de 1950 e 1960, participou da primeira e polêmica ascensão ao cume do K2, escreveu livros e atuou como jornalista. O italiano Walter Bonatti deixou um enorme legado para o montanhismo.
Entre as principais vias que abriu, está uma rota sudoeste para o Aguille Du Dru, no maciço de Mont Blanc, na França. Na mesma região, ele também foi o pioneiro do Grand Capucin, um pico de granito vermelho, alcançado quando tinha apenas 21 anos.
Entre as histórias de Bonatti, também se destaca a subida da face norte dos Grandes Jorasses, quando tinha apenas 18 anos, usando pouquíssimo equipamento.
Uma empreitada mais controversa foi a primeira escalada ao cume do K2, em 1954. Bonatti fazia parte da equipe liderada por Ardito Desio, junto com Amir Mahdi, Lino Lacedelli e Achille Compagnoni. Lino e Achille foram os únicos a chegaram ao topo, utilizando cilindros de oxigênio, mas o suprimento do gás acabou no caminho.
Achille acusou Bonatti, que estava carregando os cilindros, de ter usado parte do oxigênio, mas este sempre negou que tivesse feito uso do gás. Essa questão se arrastou por vários anos e os dois nunca voltaram a se falar.
Apenas em 2007, o Clube Alpino Italiano publicou o livro K2, Uma História Finita, que respaldou a versão de Walter Bonatti, limpando de uma vez o nome deste que é tido como um dos maiores nomes do alpinismo clássico.
Walter Bonatti faleceu aos 81 anos em Roma, em 13 de setembro de 2011.
O famoso alpinista italiano, Reinhold Messner, primeiro a escalar as 14 montanhas mais altas do mundo, disse que Bonatti era o último grande alpinista tradicional, em entrevista publicada no site do jornal Corriere della Sera .
(Fonte: http://esportes.terra.com.br -ESPORTES – 14 de set de 2011)
(Fonte: http://www.webventure.com.br/h/noticias – NOTÍCIAS / Por Pedro Sibahi – 14/09/2011)