Walter Dean Myers, escritor de best seller de livros infantis, colaborou para uma revista de Alfred Hitchcock

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Walter Dean Myers (Martinsburg, West Virginia, 12 de agosto de 1937 – Manhattan, 1º de julho de 2014), prolífico escritor americano best seller de livros infantis e infantojuvenis.
Myers se destacou no segmento conhecido nos Estados Unidos como “young adults” (jovens adultos), o mesmo do recente sucesso de vendas “A culpa é das estrelas”, de John Green. Autor de mais de cem obras, ele também era conhecido por sua incansável defesa da alfabetização.

Um “encrenqueiro” que abandonou na escola antes do ensino ensino médio, alto e de fala mansa, Myers passou a maior parte de sua vida adulta escrevendo histórias realistas e acessíveis sobre crime, guerra e a vida nas ruas. Seus livros mais notáveis foram “Monster” e “Lockown”, que garantiram ampla admiração dentre estudantes.

Bastante cultuado na comunidade literária e um dos maiores defensores da diversidade em livros infantis, concorreu três vezes ao National Book Award e recebeu seis prêmios Coretta Scott King no segumento ficção afroamericana. Em 2012 e 2013, atuou como Embaixador Nacional de Literatura para Jovens, cargo criado pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

Mesmo antes de receber o título, Myers já era uma espécie de embaixador “não oficial”, já que visitava escolas, prisões e livrarias espalhadas pelo país.

“Esta é uma grande, grande perda”, afirmou a atual ocupante do cargo, a escritora Kate DeCamillo (“A história de Despereaux”), que se lembrou com carinhos dos e-mails que recebia de Myers. “Eles começavam sempre com ‘Olá, amor’ e me aconselhavam sobre a função, querendo se certificar de que eu continuava também escrevendo.”

 

Sem julgamentos


Os livros de Myers geralmente tinham como narrrador um adolescente tentando fazer as escolhas certas num cenário em que as erradas eram bem mais fáceis. Em “Dope sick”, havia um garoto de 17 anos se escondendo da polícia. Em “The beast”, um aluno de internato que descobre que sua namorada é viciada em drogas.

O escritor tomava cuidado para fazer julgamentos, e na história de crime “Monster” deixa dúvidas se o narrador era realmente culpado.

Walter Milton Myers nasceu em Martinsburg, West Virginia, em agosto de 1937, numa família de cinco irmãos. Sua mãe morreu quando ele tinha apenas um ano e meio de idade. Seu pai o enviou para ser criado pela primeira esposa, Florence Dean, e o marido dela, Herbert Dean, que moravam no Harlem, bairro de Nova York. Em homenagem aos pais adotivos, Myers passou a usar o sobrenome Dean.

Com mais de 1,82 de altura na época em que cursava os últimos anos do ensino fundamental, Myers foi uma estrela do basquete. Por outro lado, ele era provocado pelos colegas por ser gago.

“Havia duas vozes muito distintas na minha cabeça, e eu transitava tranquilamente entre elas”, escreveu ele em seu livro de memórias, “Bad boy”, lançado em 2001. “Uma delas tinha a ver com esportes, a vida nas ruas e me firmar como homem… A outra, que eu escondia dos meus amigos da rua e colegas do time, tinha cada vez mais a ver com literatura.”

Myers era suficientemente bom para ser aceito numa das melhores escolas públicas de Manhattan, Stuyvesant. Mas ele também era tímido, muito pobre para comprar novas roupas e incapaz de conciliar estudos e trabalho. Por causa disso, começou a faltar do colégio por semanas e nunca se formou.

“Eu sei o que cair do abismo significa”, afirmou ele em entrevista à Associated Press em 2011. “Eu sei o que é ter sido considerado um aluno brilhante e depois ser considerado um idiota e abandonar os estudos.”

Myers serviu por três anos o serviço militar e depois arrumou emprego numa fábrica, como office boy em Wall Street e por fim na construção civil. Ansioso para se tornar escritor depois de ler James Baldwin, ele colaborou para uma revista de Alfred Hitchcock e para várias publicações especializadas em esportes. Seu primeiro livro, “Where does the day go?”, foi publicado em 1969, depois de ele vencer um concurso para escritores negros de literatura infantil.

Myers morreu em 1º de julho de 2014, aos 76 anos, no Beth Israel Medical Center, em Manhattan.

 

(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2014/07 – POP & ARTE – Da AP – 03/07/2014)

 

 

 

 

 

 

 

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