Walter Mirisch, produtor de ‘Quanto mais Quente Melhor’
Ele também produziu filmes como ‘A Pantera cor-de-rosa’ e ‘Amor, sublime amor’.
(Crédito da fotografia: Wisconsin Film Festival/ Divulgação)
Walter Mortimer Mirisch (Nova York, em 8 de novembro de 1921 – Los Angeles, 24 de fevereiro de 2023), produtor que produziu clássicos de Hollywood como “Quanto mais Quente Melhor”, “A Pantera Cor-de-Rosa” e “Amor, Sublime Amor”, cuja carreira se estendeu por seis décadas e que foi presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Mirisch, que nasceu em 8 de novembro de 1921 na cidade de Nova York, foi homenageado três vezes pela Academia: com o Oscar de Melhor Filme por “No Calor da Noite”, de 1967, com o prêmio memorial Irving G. Thalberg por sua “produção cinematográfica de qualidade consistentemente elevada”, e com o prêmio humanitário Jean Hersholt.
A Academia o qualificou como “um dos produtores mais prolíficos da história de Hollywood”.
A Companhia Mirisch, que ele fundou em 1957 em conjunto com seus irmãos, Harold e Marvin, produziu filmes clássicos como “Quanto mais quente melhor” (1959), “Sete homens e um destino” (1960), “Amor, sublime smor” (1961), “Fugindo do inferno” (1963), “A Pantera cor-de-rosa” (1963) e “Crown, o Magnífico” (1968).
O ex-presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e produtor vencedor do Oscar por “No Calor da Noite” (1967), era dono de uma carreira longeva e impressionante e, também produziu filmes como “Sete Homens e um Destino” (1960) e “Amor, Sublime Amor” (1961). Além do seu trabalho como produtor, Mirisch ainda atuou como Presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de 1973 a 1977.
Nascido em 8 de novembro de 1921, na cidade de Nova York, Mirisch não serviu na 2ª Guerra Mundial por causa de um problema cardíaco. Em vez disso, ele se mudou para Burbank para trabalhar em uma fábrica de aviões.
Ele começou a carreira cinematográfica como gerente da produtora Monogram Pictures desde 1945, onde produziu filmes de baixo orçamento, incluindo “Bomba, O Filho das Selvas” (1949), uma franquia que durou 12 filmes.
Mirisch continuou a fazer filmes B durante a década de 1950, até que lançou sua própria produtora, a Mirisch Company. Então, a produtora assinou um contrato de distribuição com o estúdio United Artists, o que elevou o seu trabalho como produtor.
Em pouco tempo, Mirisch estava produzindo futuros clássicos de Billy Wilder, como “Quanto mais Quente Melhor” (1959) e “Se Meu Apartamento Falasse” (1960), ambos estrelados por Jack Lemmon, além de Marilyn Monroe e Shirley MacLaine, respectivamente.
Ele também inovou o western com “Sete Homens e um Destino” (1960), remake hollywoodiano do clássico “Os Sete Samurais” (1954), de Akira Kurosawa. A versão americana, que conta a história de um grupo de pistoleiros contratados para proteger uma pequena vila, foi dirigida por John Sturges e estrelada por Yul Brenner, Eli Wallach, Robert Vaughn, Charles Bronson e James Coburn. Apesar do grandioso elenco, o filme fracassou nas bilheterias americanas, mas foi salvo pelo público internacional, especialmente o europeu e asiático, que ajudaram a tornar “Sete Homens e um Destino” um dos westerns mais famosos de todos os tempos e a transformar sua trama em franquia – com três continuações, uma série e um remake.
Em 1961, a Mirisch Company produziu nada menos do que “Amor, Sublime Amor”, o musical baseado em uma premiada peça da Broadway. Narrando uma versão moderna da história de “Romeu e Julieta”, o filme estrelado por Natalie Wood e Richard Beymer venceu um total de 10 Oscars, incluindo Melhor Diretor, prêmio dividido entre Robert Wise e Jerome Robbins.
Mas Mirisch recebeu seu próprio Oscar como produtor do filme “No Calor da Noite” (1967), em que Sidney Poitier interpretou Virgil Tibbs, um dos principais detetives de homicídios da Filadélfia que investiga o assassinato de um industrialista rico numa região rural – e racista – do Mississippi.
O filme marcou época por mostrar Tibbs revidando racistas. Ele entra em conflito com o xerife local (Rod Steiger) e, em alguns dos momentos mais icônicos da história do cinema, responde a um tapa de um homem branco com um tapa ainda mais forte, e entrega uma fala que se tornou icônica na luta por justiça social: “Eles me chamam de Senhor Tibbs!”. A frase acabou batizando a sequência da produção – que no Brasil foi chamada de “Noite Sem Fim” (1970).
Outros clássicos produzidos pela Mirisch Company foram “Fugindo do Inferno” (1963), “A Pantera Cor-de-Rosa” (1963), “Uma Loura por um Milhão” (1966), “Os Russos Estão Chegando! Os Russos Estão Chegando!” (1966), “Crown, o Magnífico” (1968), “Um Violinista no Telhado” (1971) e “Tudo Bem no Ano que Vem” (1978), além das continuações de “A Pantera Cor-de-Rosa”.
Aos poucos, Mirisch diminuiu a sua rotina de trabalho. Depois de um “Drácula” (1979) romântico e “Uma Comédia Romântica” (1983), ele se afastou do cinema e passou a investir na TV, atingindo novo pico de sucesso com a bem-sucedida série animada de “A Pantera Cor de Rosa” (1993-1996) e seus derivados. Ele também participou de uma série baseada em “Sete Homens e um Destino” e no remake do filme original, lançado em 2016.
Em 2008, Mirisch publicou seu livro de memórias, intitulada “I Thought We Were Making Movies, Not History”. Ao longo da sua carreira, ele também ganhou dois Oscars honorários por suas realizações: o Prêmio Memorial Irving G. Thalberg em 1978 e o Prêmio Humanitário Jean Hersholt em 1983, além do Prêmio de Conjunto da Obra do Sindicato dos Produtores da América, em 1996.
Walter Mirisch faleceu aos 101 anos de causas naturais, na sexta-feira 24 de fevereiro de 2023 em Los Angeles, informou a organização em um comunicado.
A Academia “recebeu com profunda tristeza a notícia do falecimento de Walter”, informaram na nota o diretor-executivo, Bill Kramer, e a presidente da entidade, Janet Yang, enaltecendo Mirisch como um “verdadeiro visionário”.
“Ele teve um impacto poderoso na comunidade cinematográfica e na Academia… Sua paixão pelo cinema e pela Academia nunca fraquejou e ele se manteve um amigo e conselheiro querido”, acrescentaram.
Ao saber da morte de Mirisch, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas emitiu um comunicado em sua homenagem.
“A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas lamenta profundamente a morte de Walter”, disseram o CEO da Academia, Bill Kramer, e a Presidente da Academia, Janet Yang. “Walter foi um verdadeiro visionário, tanto como produtor quanto como líder da indústria. Ele teve um impacto poderoso na comunidade cinematográfica e na Academia, atuando como nosso Presidente e como governador da Academia por muitos anos. Sua paixão pela produção cinematográfica e pela Academia nunca vacilou, e ele permaneceu um querido amigo e conselheiro. Enviamos nosso amor e apoio a sua família durante este momento difícil.”
(FONTE: https://www.msn.com/pt-br/cinema/noticias – CINEMA/ NOTÍCIAS/ por Daniel Medeiros/ Pipoca Moderna – 27/02/2023)(FONTE: https://www.g1.globo.com/amp/pop-arte/noticia/2023/02/27 – POP & ARTE/ NOTÍCIA/ Por France Presse –