Como picotar o DNA
Werner Arber, microbiologista e geneticista suíço. Nos anos 50, muitos cientistas se empenharam em estudar bacteriófagos, os vírus que atacam as bactérias. Só que esbarravam em um fato esquisito: alguns vírus conseguiam se desenvolver dentro de uma população de bactérias e não em outras, da mesma espécie e muito semelhantes.
Desanimados, todos os pesquisadores abandonaram as experiências, com exceção dos microbiologistas suíços Jean Weiglé e Werner Arber. Weiglé acabou morrendo no meio das pesquisas, mas Arber foi até o fim. Ele observou que algumas bactérias produziam enzimas capazes de cortar em vários pedaços o DNA (a molécula que carrega as informações genéticas do organismo) dos vírus.
Por isso, eles não conseguiam atacá-las. Sorte da bactéria, de Arber e da engenharia genética. Graças à descoberta dessas enzimas, hoje é possível picar uma molécula de DNA para estudá-la em detalhes.
(Fonte: Super Interessante ANO 12 – Nº 11 – Novembro de 1998 – Dito & Feito – Pág; 114)
Agraciados: com o Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina de 1978, por seus estudos a respeito da forma como os genes determinam as características hereditárias, os cientistas Werner Arber, suíço, da Universidade de Basileia, Daniel Nathans (1928-1999) e Hamilton Smith, ambos americanos, da Universidade Johns Hopkins (1795-1873). Acredita-se que esses estudos poderão, no futuro, ajudar no tratamento de deformações, doenças hereditárias e câncer, em Estocolmo, dia 12 de outubro de 1978.
(Fonte: Veja, 18 de outubro de 1978 – Edição 528 – DATAS – Pág: 146)