Sir W. Arthur Lewis; Vencedor do Prêmio Nobel de Economia
Foi um dos primeiros economistas a perceber as dimensões sociais e políticas do desenvolvimento
Sir William Arthur Lewis (nasceu em Castries, Santa Lúcia, em 3 de janeiro de 1915 – faleceu em Bridgetown, Barbados, em 15 de junho de 1991), economista britânico, foi professor emérito da Universidade de Princeton que foi conselheiro de vários países e agraciado com o Prêmio Nobel Memorial de Ciência Econômica em 1979, tornando-se o primeiro negro a ganhar um Prêmio Nobel em uma categoria diferente da Paz.
O Prêmio Nobel de Economia foi concedido ao economista Arthur Lewis que notabilizou-se por estudo numa mesma área, embora com conclusões diferentes. Arthur Lewis, cidadão britânico nascido em Castries, ilha de Santa Lúcia, ex-colônia no Caribe, era professor na Universidade de Princeton, Estados Unidos. Destacou-se por trabalhos a respeito do subdesenvolvimento, preocupando-se especialmente com o papel da agricultura e com os efeitos da pobreza no Terceiro Mundo.
O prêmio foi anunciado em 17 de outubro, pela Real Academia de Ciências da Suécia, mantido desde 1969, pelo Banco Central sueco e, foi dividido entre Theodore William Schultz (1902-1998), e Arthur Lewis – A escolha revelou que a Real Academia começou a reconhecer o valor da economia aplicada e os esforços dos que buscam a solução de problemas reais e não para a construção puramente teórica.
Sir Arthur foi considerado uma autoridade líder em crescimento económico e mudança política e social em nações emergentes. Ele partilhou o prêmio de economia com Theodore W. Schultz, professor da Universidade de Chicago, pela investigação sobre o desenvolvimento econômico “com especial atenção aos problemas dos países em desenvolvimento”.
Em 1954, publicou o que muitos economistas consideraram um dos primeiros trabalhos acadêmicos nesta área, “A Teoria do Crescimento Econômico”. Ele também escreveu outros 11 livros e mais de 80 monografias e artigos.
William Arthur Lewis nasceu em Santa Lúcia em janeiro de 1915 e foi educado na Universidade de Londres, onde obteve seu bacharelado em 1937 e doutorado em 1940. Lecionou lá até 1948, quando partiu para a Universidade de Manchester. Ele foi nomeado vice-reitor da Universidade das Índias Ocidentais em Kingston, Jamaica, em 1959.
Ele ingressou no corpo docente de Princeton em 1963 e foi nomeado Professor James Madison de Economia Política. Ele ministrou cursos de graduação e pós-graduação em desenvolvimento econômico e história econômica moderna.
Os alunos elogiaram os cursos de Sir Arthur por se concentrarem em ideias em vez de números. Ele se aposentou em 1983.
Ele foi nomeado membro honorário da Academia Americana de Artes e Ciências em 1962.
MOMENTO DE REFLUXO – De acordo com as observações de Schultz e Lewis, a agricultura nos países subdesenvolvidos é a fonte do crescimento econômico. Terminam aí, contudo, as semelhanças entre ambos.
Lewis defende uma ideia de que para ele, a abundância de braços na agricultura de países subdesenvolvidos conduz, fatalmente, a um uso ineficiente dos fatores de produção. Dessa forma, é possível liberar mão-de-obra para a economia urbana – em outras palavras, para o setor moderno da economia – sem prejuízos para a produção agrícola.
Retomando os princípios expostos pelos clássicos para explicar o processo de acumulação, Lewis formulou a ideia de que nas economias subdesenvolvidas um setor moderno, urbano e industrializado convive com um setor tradicional, rural e atrasado.
Autor de onze livros – o mais famoso, “The Theory of Economic Growth” (“Teoria do Crescimento Econômico”), é de 1955 -, Lewis foi um dos primeiros economistas a perceber as dimensões sociais e políticas do desenvolvimento. “O momento atual é propício à busca de soluções para os problemas dos países pobres, pois o assunto agora se tornou uma questão política, além de econômica”, disse ele ao saber que recebera o Nobel na época.
Suas ideias originais, porém, já há algum tempo passaram por uma revisão crítica. Afinal, o processo de transferência do setor tradicional para o moderno não se deu como previa o modelo de Lewis. O uso de tecnologia inadequada resultou, em muitos casos, numa industrialização pervertida, incapaz de absorver o contingente de mão-de-obra liberado pelo campo.
Sir W. Arthur Lewis faleceu no sábado 15 de junho de 1991, na sua casa em Barbados. Ele tinha 76 anos.
Sir Arthur deixa sua esposa, Gladys Jacobs Lewis, de Barbados e Princeton, NJ; duas filhas, Elizabeth Lewis de Cranbury, NJ, e Barbara Lewis do Brooklyn; e quatro irmãos, Stanley Lewis de Gana, Earl Lewis de Trinidad, Allen Lewis, ex-governador geral de Santa Lúcia, e Victor Lewis de Santa Lúcia.
(Créditos autorais: https://www.nytimes.com/1991/06/17/archives – New York Times/ ARQUIVOS/ Arquivos do New York Times/ Por Nick Ravo – 17 de junho de 1991)
(Fonte: Revista Veja, 24 de outubro de 1979 – Edição 581 – PRÊMIO NOBEL – Pág: 142)