Yves Saint Laurent, foi um dos grandes estilistas franceses do século XX

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Yves Saint Laurent (Oran, 1º de agosto de 1936 – Paris, 1º de junho de 2008), um dos grandes estilistas franceses do século XX, Yves Saint Laurent, morreu na noite do dia 1º de junho, em Paris, aos 71 anos. Seu sócio, Pierre Berge, revelou que o estilista estava doente havia algum tempo.

Nascido em 1º de agosto de 1936 em Oran, Argélia, Yves-Mathieu, Saint Laurent se tornou conhecido como “o estilista que proporcionou nova liberdade as mulheres através de suas criações”, especialmente o terninho e o famoso “Le Smoking”, apresentado pela primeira vez em 1966. Ele chegou a Paris aos 17 anos e se tornou colaborador de Christian Dior.

Quando Dior morreu, em 1957, o sucedeu. Seu primeiro desfile foi em 1958. Em 1961, criou a sua própria maison e, em 2002, despediu-se das passarelas.

(Fonte: Correio do Povo – ANO 113 – Nº 246 – 2 de junho de 2008 – Geral – Pág; 18)

 

 

 

 

Yves Saint Laurent
“Adeus à profissão que amei”

Yves Saint Laurent

Criações de mestre: smoking e botas de cano longo revolucionaram o guarda-roupa feminino. (Reuters/Reprodução)

Um dos maiores gênios da alta-costura do século 20 anunciou a aposentadoria na segunda-feira 7. Yves Mathieu Saint Laurent, 65 anos, 48 dedicados à moda, comunicou seu afastamento numa coletiva de imprensa realizada em Paris. “Escolhi o dia de hoje para dar adeus a esta profissão que tanto amei”, disse. A notícia entristeceu o mundo da moda. Era esperada, porém. O estilista demonstrava insatisfação desde 1999, quando começou a assistir ao império de três letras (YSL) ser dividido em dois. Com exceção da alta-costura, que permaneceu sob seus domínios, Yves Saint Laurent teve a parte lucrativa, que englobava os perfumes, os acessórios e a moda prêt-à-porter, vendida para a Gucci, controlada pelo grupo Pinault-Printemps-Redout. O italiano Tom Ford passou a assinar a coleção prêt-à-porter de YSL a contragosto do fundador. Foi o estopim de uma crise agravada pelo álcool, cocaína e crises de depressão – que ao longo de décadas fizeram de Yves Saint Laurent um mestre vulnerável.

Yves Saint Laurent

Saint Laurent no final do último desfile de alta-costura apresentado em julho em Paris. (AP)

Comparado à estilista Coco Chanel, que buscava inspiração no guarda-roupa masculino para desenhar coleções femininas, Yves Saint Laurent sempre ousou em suas criações. No final dos anos 50, criou o vestido Trapézio, curto e evasê, em ruptura com as cinturas marcadas da época. O smoking feminino lançado há 36 anos é um dos maiores sucessos de sua carreira. As botas com canos altos, acima dos joelhos, as coleções inspiradas nos quadros de Mondrian, Picasso e Van Gogh e o sharienne, estilo safári copiado até hoje, também viraram ícones. “Ainda não me acostumei a sua partida”, desabafou a atriz Catherine Deneuve, uma das musas do criador ao jornal francês Libération. “Para as mulheres e para a moda é o fim de uma época.” O desfile de despedida de Saint Laurent será no dia 22 e fará parte de uma retrospectiva no Centro Georges Pompidou, em Paris.

(Fonte: https://www.terra.com.br/istoegente/128/aconteceu – Edição 128 – ACONTECEU – FRASES / por Tiago Ribeiro – 14/01/2002)

 

 

 

 

 

 

 

Um rei em Nova York

Francês criado em Oran, na Argélia, e na profissão desde os 18 anos, quando estreou na Maison Dior, Saint Laurent pode-se permitir pérolas definitivas sobre a moda. “Elegância é muito diferente de esnobismo”, adverte. Ou então: “Moda só existe no corpo das pessoas.” 

Foi o único, porém, a mergulhar em referências históricas – quadros, óperas, temas folclóricos, livros famosos – e daí extrair um estilo que se foi confirmando inconfundível depois de 25 anos.

Sua primeira coleção foi a linha trapézio, em 1958, ainda para a casa Dior. Pouco depois, Saint Laurent conheceu Pierre Bergé, com quem dividiu os negócios e a vida privada – um gênio financeiro que rapidamente conseguiu um magnata americano, J. Mack Robinson (1923-2014), para lhes financiar sua própria maison, em 1961.

Logo depois surgia o inconfundível YSL, iniciais transformadas em valioso logotipo por um magnífico artista gráfico francês, Cassandre, autor dos cartazes dos musicais de Josephine Baker nos anos 20.

RETALHOS DE HISTÓRIA – Saint Laurent criou-se à sombra de Christian Dior (1905-1957), o mestre que depois da II Guerra Mundial mudou o mundo da moda ao criar o New Look, abaixando a saia das mulheres e colocando-lhes enchimentos nos ombros.

A constância é, na verdade, uma marca de sua roupa. Em 1968, aproveitou um smoking, traje tipicamente maculino, para criar um tailleur com saia-calça. Na nova coleção de 1983, apresentou exatamente uma nova versão do smoking, só que desta vez com calças compridas. Claro que sua referência também foi o smoking de Marlene Dietrich, ou o cinema dos anos 30. Mas ele sempre usou retalhos da história.

Sua intuição é, porém, muito especial. Ele usa ideias tanto dos trajes de rua como das telas dos museus. Quando os desenhistas rivais pensavam em coisas simples, estilizadas, ele mudou radicalmente de direção e criou trajes opulentos inspirados nos balés de Dhiaghilev.

Mais tarde, criou suas divas de ópera e as ricas camponesas russas. Estas foram mostradas num momento em que a crise econômica alastrava-se pelo mundo. Sua moda servia então de evasão escapista para silhuetas de sonhos.

O soberano da alta costura, também incluiu os trajes inspirados na pop art, que deram ao costureiro uma capa da revista Life, em 1966, e também as suntuosas camponesas russas que foram capa de Time, em 1976.

(Fonte: Veja, 21 de dezembro de 1983 – Edição 798 – MODA – Pág: 122/124)

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