Foi criador do Disque-Denúncia; projeto levou 20 mil criminosos a cadeia
Zeca Borges, criador e coordenador do Disque-Denúncia no Rio de Janeiro, tornou-se uma referência na coleta de informações contra atividades criminosas e na busca por foragidos da Justiça, de forma anônima e oferecendo recompensas, em parceria com o governo fluminense. O programa acabou sendo levado também a outros estados e países.
O programa de denúncias anônimas foi criado em junho de 1995 e prendeu mais de 20 mil criminosos até o ano de 2020. Em 2021, quando o serviço completou 21 anos, Borges postou um texto nas redes sociais exaltando a importância do programa para a sociedade.
“Participamos de apreensões de armas e drogas, atuamos no desmantelamento de quadrilhas de roubos de cargas, auxiliamos na localização de pessoas desaparecidas, lutamos contra os crimes ambientais e até mesmo contra o coronavírus. Em todos esses momentos nós estávamos lá. E sempre estaremos”, publicou.
O programa foi o responsável por reunir informações para prender importantes nomes do crime no estado. Em novembro de 2011 ele recebeu mais de 16 mil denúncias que levaram à prisão do traficante Nem da Rocinha. Em 2002 um dos responsáveis pela morte do jornalista Tim Lopes, Elias Maluco, foi preso também graças às denúncias anônimas feitas pelo serviço.
Zeca Borges faleceu em 3 de dezembro aos 78 anos. Após sofrer um infarto nesta madrugada ele chegou a ser levado para um hospital na zona sul do Rio mas não resistiu.
O perfil do Disque-Denúncia no Facebook publicou uma mensagem agradecendo os serviços de Borges. “O Rio perde o gaúcho mais carioca e apaixonado por essa cidade. E nós, perdemos um grande líder e amigo. Zeca, seu legado jamais será esquecido. Continuaremos firmes na missão que nos foi dada”, lamentou.
O governador Cláudio Castro enviou uma nota de pesar pela morte de Borges. “O Rio de Janeiro perdeu um dos maiores defensores da paz e da justiça em nosso estado. Zeca Borges criou e coordenou o Disque-Denúncia, uma das mais poderosas ferramentas à disposição da sociedade, que ajudou a prender mais de 20 mil criminosos. Uma iniciativa pioneira e inestimável para a segurança pública tão bem sucedida que foi levada a outros estados e países. Expresso minha gratidão pelo trabalho fundamental e pelo legado que Zeca nos deixou e minha profunda solidariedade à família e aos amigos”, disse.
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por ISTOÉ DINHEIRO – 03/12/2021)