Giuseppe Rotunno, diretor de fotografia que deu imagens para alguns dos filmes mais importantes de Luchino Visconti e os mais delirantes de Federico Fellini

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Giuseppe Rotunno (1923 – 2021), diretor de fotografia de clássicos de Felini

Indicado ao Oscar por ‘O Show Deve Continuar’, ele trabalhou ainda com Luchino Visconti, Vittorio de Sica e Dario Argento

Giuseppe Rotunno (Roma, 19 de março de 1923 – Roma, 7 de fevereiro de 2021), diretor de fotografia que deu imagens para alguns dos filmes mais importantes de Luchino Visconti e os mais delirantes de Federico Fellini.

 

O diretor de fotografia italiano, colaborador de grandes diretores de Hollywood e da época de ouro da Cinecittà, chamado de “o mago da luz” por Federico Fellini e Luchino Visconti, foi indicado ao Oscar de fotografia em 1980 pelo seu trabalho em All That Jazz – O Show Deve Continuar, de Bob Fosse.

 

Mas foi no cinema italiano no qual ele se consagrou como grande mestre da paleta de cores, como no reforço de dramatização que ofereceu, por exemplo, a Visconti em O Leopardo. Ou mesmo no preto e branco de Rocco e Seus Irmãos, do mesmo diretor: difícil imaginar um jogo de apenas duas cores mais belo que esse.

 

Rotunno manteve grande parceria com Fellini, de quem fotografou diversos filmes como AmarcordSatyriconRomaCasanovaEnsaio de OrquestraCidade das Mulheres e nostálgico E La Nave Va.

Rottuno começou sua carreira como fotógrafo antes de ser convocado a servir como cinegrafista no exército italiano. Ele virou operador de câmera durante a 2ª Guerra Mundial, estreando no cinema num filme do mestre do neorealismo Roberto Rossellini, “O Homem da Cruz”, em 1943.

 

Ele também operou a câmera dos clássicos “Umberto D.” (1952), de Vittorio de Sica, e “Sedução da Carne” (1954), de Luchino Visconti, antes de estrear como diretor de fotografia na comédia de Dino Risi “Pão, Amor e…” (1955), estrelada por Sophia Loren.

 

A carreira de cinegrafista o levou a novas parcerias com Visconti, em “Noites Brancas” (1957), nas antologias “Boccaccio ’70” (1962) e “As Bruxas” (1967) e nos célebres “Rocco e Seus Irmãos” (1960), “O Leopardo” (1963) e “O Estrangeiro” (1967). Filmou ainda os clássicos “A Grande Guerra” (1959) e “Os Companheiros” (1963), de Mario Monicelli, “Ontem, Hoje e Amanhã” (1963) e “Os Girassóis da Rússia” (1970), de Vittorio de Sica, e “Amor e Anarquia” (1973) e “Dois Perdidos numa Noite de Chuva (1978), de Lina Wertmüller, entre dezenas de outros filmes obrigatórios do cinema italiano.

A força de suas imagens lhe abriu as portas em Hollywood, com trabalhos em “A Maja Desnuda” (1958), de Henry Koster, “A Hora Final” (1959), de Stanley Kramer, “Candy” (1968), de Christian Marquand, “Ânsia de Amar” (1971), de Mike Nichols, e “O Homem de la Mancha” (1972), de Arthur Hiller, o que fez com que se tornasse o primeiro membro estrangeiro admitido na American Society of Cinematographers (ASC), o Sindicato dos Diretores de Fotografia dos EUA.

 

A ligação indissolúvel com o cinema de Fellini começou em 1969 com o filme que transformou o nome do diretor em adjetivo, “Satyricon” (1969), marco da estética “felliniana”. Foram sete parcerias ao todo, abrangendo ainda “Roma” (1972), “Amarcord” (1973), “Casanova” (1976), “Ensaio de Orquestra” (1978), “Cidade das Mulheres” (1980) e “E La Nave Va” (1983), que lhe rendeu o prêmio David di Donatello (o Oscar italiano).

 

Em 1979, ele filmou “O Show Deve Continuar”, musical de Bob Fosse que venceu a Palma de Ouro em Cannes e foi indicado a nove Oscars, incluindo Melhor Fotografia. Foi o único reconhecimento da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA ao seu trabalho.

 

Ele iniciou sua carreira como fotógrafo em Cinecittà, mas logo perdeu o emprego por suas visões antifascistas. Convocado e enviado para a Grécia em 1942, ele serviu como cinegrafista do noticiário da unidade de cinema do exército italiano. Um ano depois, foi capturado durante a ocupação alemã da Grécia e passou dois anos internado na Alemanha. Libertado pelas tropas americanas em abril de 1945, Rotunno voltou para a Itália.

 

Foi lá, em 1955, que estreou como diretor de fotografia na comédia romântica Pão, Amor e… Foi o início de uma vasta e meticulosa carreira, em que se tornou conhecido por criar atmosferas realistas, opulentas, nostálgicas ou misteriosas através do uso engenhoso de técnicas de iluminação.

 

Hollywood bateu em peso em sua porta e ele passou os anos seguintes, até meados dos 1990, trabalhando com cineastas como Alan J. Pakula, Fred Zinnemann, Richard Fleischer, Robert Altman, Mike Nichols, Sydney Pollack e Terry Gilliam. Entre suas obras americanas mais famosas incluem-se a adaptação de “Popeye” (1980), de Altman, e a fantasia “As Aventuras do Barão de Munchausen”, de Gilliam.

 

Ao final da carreira, ele voltou para a Itália, onde fotografou seu primeiro terror italiano, “Síndrome Mortal” (1996), de Dario Argento, encerrando a carreira em 1997 com um documentário sobre o amigo que muitas vezes filmou, Marcello Mastroianni.

 

Seu último filme na função foi em Eu me Lembro, Sim, Eu me Lembro, documentário de 1997 sobre o ator Marcello Mastroianni, dirigido por Anna Maria Tatò.

Mesmo após deixar os sets, ele continuou envolvido com as câmeras de cinema, ao ministrar um curso de Direção de Fotografia na Escola Nacional de Cinema da Itália.

Giuseppe Rotunno faleceu em sua casa em Roma, em 7 de fevereiro, aos 97 anos.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/cinema/noticias – CINEMA / NOTÍCIAS / ENTRETENIMENTO / por Pipoca Moderna – 08/02/2021)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO / por Ubiratan Brasil – 08/02/2021)

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