Quincy Jones, foi lendário produtor e arranjador musical, era considerado um dos mais bem-sucedidos e influentes de todos os tempos, fez arranjos para artistas como Frank Sinatra e Ella Fitzgerald e participou de turnês com músicos de jazz como Count Basie, Lionel Hampton e Billie Holiday

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Quincy Jones, lendário produtor de ‘Thriller’

 

 

Quincy Jones — Foto: Chris Pizzello/Invision/AP

Quincy Jones — (Foto: Chris Pizzello/Invision/AP)

Produtor e arranjador, ganhou 28 Grammys, dois Oscars e um Emmy durante sua carreira

 

Michael Jackson e Quincy Jones, após a premiação do Grammy de 1984 — Foto: AP Photo/Doug Pizac

Michael Jackson e Quincy Jones, após a premiação do Grammy de 1984 — (Foto: AP Photo/Doug Pizac)

Quincy Jones, em foto de outubro de 1974 — (Foto: AP Photo/George Brich)

Quincy Jones mostra os Grammys que conquistou pelo álbum 'Back on the Block', em 1991 Foto: Susan Ragan/AP

Quincy Jones mostra os Grammys que conquistou pelo álbum ‘Back on the Block’, em 1991 Foto: Susan Ragan/AP

 

Quincy Jones, foi lendário produtor e arranjador musical, era considerado um dos mais bem-sucedidos e influentes de todos os tempos, trompetista e amigo de Ray Charles.

O músico trabalhou com artistas como Aretha Franklin, Ray Charles e Frank Sinatra, e alcançou uma extensa lista de premiações, com 28 Grammys, dois Oscars honorários e um Emmy.

‘Outra Mãe’

Quincy Delight Jones Jr. nasceu em 14 de março de 1933 em Chicago. Sua mãe sofria de esquizofrenia e foi internada quando ele ainda era criança.

Quincy e seu irmão Lloyd cresceram em condições difíceis com a avó em Louisville. Ao chegar à pré-adolescência, ele voltou para Chicago para morar com seu pai, que trabalhava como carpinteiro para a máfia.

“Eu queria ser mafioso até completar 11 anos”, disse Jones em 2018 em um documentário que retratou sua carreira, dirigido por sua filha, a atriz Rashida Jones.

“Você quer ser o que vê, e isso era tudo o que eu via”, afirmou.

Depois de se mudar para Seattle com o irmão, Quincy descobriu suas habilidades no piano em um centro recreativo e a história de amor começou.

“Encontrei outra mãe”, escreveu em sua autobiografia de 2001.

Abrindo portas

Jones começou tocando em pequenos clubes. Escreveu sua primeira composição e desenvolveu habilidades para arranjos musicais e trompete.

Ele conheceu Ray Charles – futuro pioneiro do blues e do bebop – depois de uma apresentação e a dupla se tornou um pilar da música americana.

Quincy Jones estudou brevemente no Berklee College of Music em Massachusetts, antes de se juntar às turnês de Lionel Hampton e mudar para Nova York, onde se destacou como arranjador de nomes famosos, como Duke Ellington, Dinah Washington, Count Basie e, claro, Ray Charles.

Na década de 1950, ele fez sua primeira turnê na Europa.

Ele foi o segundo trompete de Elvis Presley em Heartbreak Hotel e formou um duo com Gillespie durante vários anos antes de se mudar para Paris em 1957, onde estudou com a lendária compositora Nadia Boulanger.

Jones viajou pela Europa com várias orquestras de jazz, mas percebeu que a fama e o talento não rendiam benefícios financeiros de maneira automática.

Endividado, o artista passou para o lado empresarial da música e conseguiu um emprego na Mercury Records, onde chegou ao cargo de vice-presidente.

“Quando se tratava realmente de controlar uma gravadora e a música, não eram pessoas negras que controlavam”, disse Hancock. “Estávamos de mãos atadas”.

“Quincy (…) abriu a porta”, afirmou.

‘Thriller’

Jones também trabalhou em Hollywood, em filmes e programas de televisão.

Ele escreveu seus próprios sucessos, como Soul Bossa Nova, enquanto fazia arranjos em um ritmo vertiginoso para dezenas de estrelas da indústria musical.

Trabalhou com Sinatra, com o arranjo da versão mais famosa de Fly Me To The Moon, e estabeleceu uma relação pessoal e musical com o cantor até sua morte.

Com Michael Jackson, trabalhou nos álbuns Off The Wall (1979), Thriller (1982) e Bad (1987). O celebrado disco de 1982 é, até hoje, o mais vendido de todos os tempos, com mais de 110 milhões de cópias.

Jones fundou uma gravadora, uma revista de hip-hop e produziu a famosa série de televisão The Fresh Prince of Bel-Air (Um Maluco no Pedaço, no Brasil), que levou Will Smith ao estrelato.

Também levou Oprah Winfrey ao cinema ao apresentá-la ao diretor Steven Spielberg, que a escalou para o filme A Cor Púrpura, pelo qual a apresentadora foi indicada ao Oscar de atriz coadjuvante.

Ele apoiou Martin Luther King Jr e causas humanitárias na África. Jones reuniu dezenas de estrelas da música pop para cantar o clássico We Are the World, com o objetivo de arrecadar fundos para lutar contra a fome na Etiópia em 1985.

Jones foi o responsável por produzir alguns dos álbuns mais memoráveis de Michael Jackson: “Off The Wall” (1979), “Thriller” (1983) e “Bad” (1987). Estes foram os primeiros discos da fase mais madura do “Rei do Pop”, já sem o grupo The Jackson Five, que integrava com seus irmãos.

O álbum “Thriller” vendeu mais de 20 milhões de cópias apenas no ano de lançamento e, desde então, figura entre os discos mais vendidos de todos os tempos. Segundo a Associated Press, foram de Jones as ideias de convidar o ator Vincent Price para a introdução da faixa-título e o guitarrista Eddie Van Halen para um solo em “Beat It”.

“Se um álbum não vai bem, todos dizem ‘foi culpa do produtor’. Então, se vai bem, deve ser sua ‘culpa’ também”, disse Jones, em entrevista à Biblioteca do Congresso dos EUA, em 2016. “As faixas não aparecem de repente. O produtor tem que ter habilidade, experiência e capacidade para guiar a visão até a conclusão”.

Ele produziu “We Are The World” para o projeto que reuniu dezenas de estrelas da música em 1985 para arrecadar fundos para a luta contra a pobreza na África. Lionel Richie, que compôs a faixa com Michael Jackson, classificou Jones como o “mestre orquestrador”.

Além de Michael Jackson e Lionel Richie, a iniciativa teve a participação de artistas como Bob Dylan, Billy Joel, Stevie Wonder, Cindy Lauper e Bruce Springsteen.

Quincy Jones também fez arranjos para artistas como Frank Sinatra e Ella Fitzgerald e participou de turnês com músicos de jazz como Count Basie, Lionel Hampton e Billie Holiday. Ele também é autor da trilha de abertura da série “Um Maluco no Pedaço”.

Nascido em Chicago, Jones citava hinos religiosos que sua mãe, Sarah Frances, cantava como suas primeiras memórias musicais. Quando ele tinha sete anos, Sarah foi internada com diagnóstico de esquizofrenia, o que, para ele, fez o mundo ficar “sem sentido”.

“Existem dois tipos de pessoas: aquelas que têm pais ou cuidadores carinhosos, e aquelas que não têm. Não há nada no meio”, disse Jones, em uma entrevista à apresentadora Oprah Winfrey.

Jones passou algum tempo envolvido com gangues de Chicago até começar a tocar piano na casa de um vizinho. Anos depois, ele estaria tocando trompete e se tornaria amigo do então jovem músico Ray Charles.

No início da década de 1960, já com a carreira estabelecida, Quincy Jones se tornou vice-presidente da gravadora Mercury Record. Em 1971, ele se tornou o primeiro diretor musical negro de uma cerimônia do Oscar.

“A música era a única que eu podia controlar”, disse Jones, em sua autobiografia. “Era o único mundo que me oferecia liberdade. Eu não tinha que procurar por respostas. As respostas não estavam além do sino da minha trombeta e minhas partituras riscadas a lápis. A música me fez completo, forte, popular, autoconfiante e legal”.

Sonhar grande

A intensa vida pessoal de Jones não ficou atrás de sua carreira. Ele foi casado três vezes e teve sete filhos.

Ele sofreu vários problemas de saúde, incluindo um aneurisma cerebral quase fatal em 1974, depois do qual ele parou de tocar trompete.

Jones disse que sofreu um “colapso nervoso” em 1986 devido ao excesso de trabalho e, em 2015, teve um coma diabético e um grande coágulo sanguíneo que o levou a abandonar o álcool.

Entre as figuras mais condecoradas do mundo do entretenimento, ele ganhou praticamente todos os grandes prêmios da indústria, incluindo 28 Grammys.

Também recebeu um Emmy, um Tony, e um Oscar honorário.

Quincy Jones faleceu neste domingo (3) aos 91 anos. Segundo seu assessor, Arnold Robinson, o músico morreu cercado da família em sua casa em Bel Air, em Los Angeles.

“Com corações cheios, mas partidos, devemos compartilhar a notícia do falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones”, disse a família, em um comunicado. “E, embora esta seja uma perda incrível para nossa família, celebramos a grande vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele”.

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/musica/noticias – Estadão conteúdo/ MÚSICA/ NOTÍCIAS/ História de Redação AFP – 04/11/2024)

(Créditos autorais: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2024/11/04 – Globo Notícias/ POP & ARTE/ MÚSICA/ NOTÍCIA/ Por g1 – 04/11/2024)

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