Adolpho Lindenberg, engenheiro e arquiteto, era considerado um ícone do mercado imobiliário paulistano, foi expoente das construções de casas e apartamentos residenciais de alto padrão marcadas pela inovação

0
Powered by Rock Convert

Adolpho Lindenberg, engenheiro e arquiteto, ícone do mercado imobiliário

O empresário que convenceu a elite a morar em apartamentos

Fundador da construtora, deu início ao movimento de ‘mansões sobrepostas’ e apostou em estilo neoclássico que conquistou o mercado

Considerado um ícone do mercado, teve sua trajetória composta por inovadoras realizações, destacou o Secovi (Foto: Tiago Queiroz/Estadão – 21/9/2011 © Fornecido por Estadão)

 

 

Adolpho Lindenberg (nasceu em 3 de junho de 1924, em São Paulo, São Paulo – faleceu em 2 de maio de 2024, em São Paulo, São Paulo), foi engenheiro, arquiteto e empresário, fundador de construtora que difundiu o estilo neoclássico em São Paulo.

Lindenberg, foi fundador da construtora e incorporadora que leva seu nome e que difundiu o estilo neoclássico em São Paulo. A construtora nasceu em 1954, quando o engenheiro construiu três casas no então novo bairro do Ibirapuera.

Considerado um ícone do mercado imobiliário paulistano, foi expoente das construções de casas e apartamentos residenciais de alto padrão marcadas pela inovação.

Desde então, fez mais de 700 empreendimentos, com destaque para a capital paulista, onde chegou a ter mais de 100 canteiros simultâneos. Seu foco sempre esteve nos imóveis de alto padrão.

Nos anos 1960, Lindenberg encontrou uma forma de agradar as famílias ricas paulistanas e convencê-las a trocar seus casarões por apartamentos: oferecer unidades amplas e com o estilo considerado requintado, com o adicional da segurança dos edifícios.

Empreendimentos no exterior

Durante os anos 1970, a companhia chegou a lançar fora do Brasil, em Portugal, no Paraguai e no Chile.

Outra marca da empresa foram os edifícios com piscinas privativas no terraço de cada andar, construídos nos anos 1980. Foi nessa década que a companhia expandiu sua atuação para os bairros paulistanos do Morumbi, Panamby e pelo entorno da Marginal Pinheiros.

Hotéis

Além de prédios residenciais, a Lindenberg também fez hotéis — entre os mais reconhecidos, o Casa Grande, no Guarujá, e o Tropical Hotel, em Manaus — e edifícios comerciais e corporativos, na Marginal Pinheiros e na Faria Lima.

Formação e história

Adolpho Lindenberg formou-se em Engenharia e Arquitetura pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, em 1949. Inicialmente, abriu um pequeno escritório de engenharia em São Paulo, mas em 1954, enquanto São Paulo comemorava seu quarto centenário, fundou a Construtora Adolpho Lindenberg (CAL), com foco na construção de casas de alto padrão.

As primeiras obras da empresa foram três casas construídas com o dinheiro da herança do pai no recém-projetado bairro do Ibirapuera, na zona sul de SP.

Durante a década de 1950, construiu muitas casas em estilo colonial. Na década seguinte, Lindenberg construiu seu primeiro prédio e provocou uma mudança de conceitos: como não havia mais espaço para mansões nos bairros mais desejados de São Paulo, passou a oferecer apartamentos com o mesmo tamanho e luxo dos imóveis a que sua clientela estava habituada. Ele convenceu a elite paulistana a morar em apartamentos – ou “casas sobrepostas”, como chamou -, alertando que essa mudança era necessária para garantir maior segurança aos moradores.

Nesse período, a construtora adotou o estilo neoclássico ou mediterrâneo, tendo grande aceitação no mercado imobiliário, a ponto de 60% dos edifícios de luxo dessa época seguirem esse padrão arquitetônico. Seu estilo neoclássico chegou a ser conhecido como “estilo Lindenberg”, o que demonstra sua influência à época.

Nos anos 1970, a construtora lançou o primeiro flat do Brasil e o primeiro edifício com piscinas privativas nos terraços, ambos nos Jardins (zona oeste de São Paulo). No mesmo período, fez a primeira incorporação de Brasília e começou a construir também prédios comerciais, para hotéis (como o Casa Grande, no Guarujá) e indústrias (Texaco, Avon, Petrobras e Philip Morris).

Durante a década de 1980, diante da inflação descontrolada que corroía a economia brasileira, a construtora adotou o Sistema de Preço de Custo, em que as parcelas eram reajustadas conforme o aumento dos preços e do dólar. A empresa começou a se dedicar a bairros como Morumbi, Panamby e a região da Marginal do Pinheiros, que passou a ser o novo eixo comercial paulistano, depois das avenidas Paulista e Brigadeiro Faria Lima.

Um ícone foi o lançamento do Edifício Wilson Mendes Caldeira, um dos primeiros prédios da Marginal do Pinheiros. Outros destaques da época foram dois projetos no estilo mediterrâneo, com piscinas nos terraços de cada andar, girando sobre o próprio eixo em “leque”.

Nos anos 1990, para se adequar ao mercado, a construtora mudou seu sistema de customização dos apartamentos.

No início dos anos 2000, a construtora se associou ao Grupo LDI, holding com empresas de incorporação e construção (CAL), comercialização e gestão de vendas dos seus imóveis (LindenHouse), urbanismo (LPU) e desenvolvimento e administração de shopping centers (REP). A parceria se manteve até 2019.

Para comemorar seus 50 anos, a Lindenberg lançou cinco prédios de alto padrão em áreas nobres da capital, sendo um deles o maior apartamento de São Paulo, com 1.223 metros quadrados de área privativa.

Nos anos 2010, Adolpho Lindenberg foi premiado por sua atuação e contribuição para o mercado imobiliário, e o empreendimento Lindenberg Timboril foi premiado como case de sucesso de vendas no mercado de alto padrão do interior paulista.

Simultaneamente à atuação como engenheiro, Lindenberg sempre esteve muito ligado à Igreja Católica. Ajudou a fundar a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP). Em dezembro de 2006, também criou o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, do qual foi presidente e atualmente era presidente de honra.

Em 1999, Lindenberg publicou a obra “Os Católicos e a Economia de Mercado – Oposição ou Colaboração? Considerações do bom senso”.

Adolpho Lindenberg faleceu na quinta-feira, 2, aos 99 anos.

O velório ocorreu, na sede do Instituto, na Rua Maranhão, 341, em Higienópolis, no centro de São Paulo. O enterro ocorreu no Cemitério da Consolação (Rua da Consolação, 1.660), também no centro.

Sucessão

A companhia está, atualmente, sob comando da segunda geração da família, com Adolpho Lindenberg Filho. Em 2022, fechou parceria com a incorporadora EZTec. Já foram feitos três lançamentos em conjunto.

Lembra Marcelo Buazar, diretor de novos negócios e um dos quatro sócios atuais da empresa.

Buazar afirma que, embora afastado do negócio nos últimos anos, Adolpho Lindenberg continuava sendo consultado pelos diretores, principalmente sobre a parte arquitetônica dos projetos. “Ele sempre dava a palavra final”, diz.

Também se manteve ativo. Aos 96 anos, conta o diretor, foi até Dubai para visitar a exposição universal que ocorreu na cidade.

O Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis Residenciais ou Comerciais (Secovi-SP) e o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, do qual Lindenberg foi fundador e era presidente de honra, lamentaram o falecimento.

Em nota, o Secovi-SP prestou homenagem a Lindenberg: “Considerado um ícone do mercado, teve sua trajetória composta por inovadoras realizações, empreendimentos marcantes, que devolveram o neoclássico à paisagem urbana. Um homem de valor, de princípios e grande humanista. Seu exemplo e seu legado permanecem em todos os que buscam fazer o seu melhor no mercado imobiliário”.

“Adolpho foi um ícone na inovação arquitetônica dos produtos imobiliários residenciais”, afirmou o 2º vice-presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes. “Deixa um legado importantíssimo para o mercado e para a cidade”, concluiu.

Também em nota, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira lamentou a morte e ressaltou o parentesco de Lindenberg com Oliveira (“devotado primo e discípulo do insigne católico de quem nosso Instituto leva o nome”) e o fato de o engenheiro e arquiteto ter sido sócio fundador da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP).

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – IstoÉ Dinheiro/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ História de Redação – 02/05/2024)

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – Estadão Conteúdo/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ História de Fabio Grellet – 02/05/2024)

(Créditos autorais: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/05/02 – Valor Econômico/ EMPRESAS/ NOTÍCIA/ Por Ana Luiza Tieghi, Valor — São Paulo – 02/05/2024)

© 1996 – 2024. Todos direitos reservados a Editora Globo S/A.

Powered by Rock Convert
Share.