Esther Rolle (nasceu na Flórida, em 8 de novembro de 1920 – faleceu na Califórnia, em 17 de novembro de 1998), atriz americana que integrou a companhia Cambridge Players, ao lado de atrizes como Juanita Moore (1914-2014) e Helen Martin (1909-2000).

Esther, uma atriz afro-americana pioneira que ganhou reconhecimento nacional na década de 1970 por seu papel como Florida Evans em dois programas de televisão, primeiro “Maude” e depois “Good Times”, ficou famosa por interpretar o papel de uma empregada obstinada na televisão e, nesse papel, ela também atuou de forma memorável na peça “A Raisin in the Sun”, no filme para televisão “Summer of My German Soldier”, pelo qual ganhou um prêmio Emmy em 1979, e no filme “Driving Miss Daisy”. Ela também apareceu no filme “Rosewood”.

Mas ela falou com firmeza e frequência sobre seu desejo de combater os estereótipos negros na televisão e até deixou o elenco de “Good Times” por um tempo, dizendo na época que se ressentia da imagem apresentada pelo personagem bufão de seu filho em a apresentação. No show ela interpretou a matriarca de uma família negra em dificuldades em Chicago.

Esther era conhecida por sua personalidade forte, dentro e fora das telas, e por seu ouvido para as nuances das relações raciais. Lear, que foi o produtor executivo de “All in the Family”, do qual “Maude” e “Good Times” foram posteriormente desmembrados, disse que uma de suas memórias mais vívidas de Esther Rolle era um número musical que ela interpretou com Beatrice Arthur (1922 — 2009), a atriz que interpretou Maude.

Lear disse que todo ano havia um número musical no programa, e em uma temporada a Sra. Rolle e a Sra. Arthur cantaram “Me and My Shadow” a cena, mas Rolle continuou se escondendo atrás dela, uma metáfora impressionante para as sutilezas das relações raciais que Lear descreveu como “uma memória indelével de uma mulher indelével”.

Sra. Esther Rolle nasceu em Pompano Beach, Flórida, uma comunidade de aposentados que já foi uma bucólica cidade agrícola com o caráter do extremo Sul. Ela era a 10ª de 18 filhos e seu pai era agricultor.

Ela tinha uma inclinação teatral e depois do ensino médio seguiu sua irmã, Rosanna Carter (1918 – 2016), também atriz, para Nova York. Ela foi um dos primeiros membros da Negro Ensemble Company em Nova York e no final dos anos 1950 se apresentou com Shologa Oloba, uma trupe de dança afro-americana. Em 1958, ela e sua irmã apareceram com a empresa em uma revivificação de Zunguru, de Asadata Dafora (1890 – 1965).

Em 1990, ela se tornou a primeira mulher a receber o Prêmio de Liderança em Direitos Civis do Presidente da NAACP por seu trabalho na melhoria da imagem dos negros.

Esther faleceu em 17 de novembro de 1998, um hospital na terça-feira. Ela tinha 78 anos e morava em Los Angeles.

Larry Calhoun, seu assessor de longa data, disse que a causa da morte não foi determinada, mas acrescentou que a Sra. Rolle sofria de diabetes e estava em diálise. Ele disse que ela comemorou seu 78º aniversário há pouco mais de uma semana e que uma das últimas coisas que ela fez foi preencher um cheque para apoiar um teatro negro local, algo que ela fez durante a maior parte de sua carreira.

Rolle se encontrou com muitos de seus velhos amigos e membros do elenco dos dois programas de televisão na semana passada, em uma reunião aqui para um artigo da revista People.

Norman Lear, um dos produtores executivos de ambos os programas, disse que a atriz, antes atarracada, parecia magra, mas vibrante, e que teve um papel em um próximo filme, “Down in the Delta”, dirigido pela poetisa Maya Angelou e com lançamento previsto para este mês.

(Créditos autorais: https://www.nytimes.com/1998/11/19/arts – New York Times/ ARTES/ Por James Sterngold – 19 de novembro de 1998)

Uma versão deste artigo foi publicada em 19 de novembro de 1998, Seção B, página 14 da edição Nacional com a manchete: Esther Rolle, atriz que interpretou empregada mal-humorada e matriarca.

©  1998 The New York Times Company

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – N° 17.617 – 3 de janeiro de 2014 – TRIBUTO)
(Fonte: http://www.publico.pt/cultura/noticia – CULTURA/ Por JORGE MOURINHA – 02/01/2014)