Secretário-geral da Repórteres Sem Fronteiras, também conhecida pela sigla francesa RSF
Christophe Deloire negociou a libertação de jornalistas presos ao redor do mundo e ofereceu refúgio a repórteres sob ameaça
Christophe Deloire, secretário-geral da ONG Repórteres Sem Fronteiras desde 2012, participa de uma manifestação em Paris, em 24 de outubro de 2017. — (Foto: AP Photo/Kamil Zihnioglu, File)
Christophe Deloire (nasceu em 22 de maio de 1971, em Paray-le-Monial, França – faleceu em 8 de junho de 2024, em Saint-Louis Hospital, Paris, França), foi secretário-geral da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), organização que negociou a libertação de jornalistas presos em todo o mundo e ofereceu refúgio a repórteres sob ameaça como chefe do grupo de liberdade de mídia.
Durante sua gestão da Repórteres Sem Fronteiras, Deloire negociou a libertação de jornalistas presos ao redor do mundo e ofereceu refúgio a repórteres sob ameaça.
Fundada por quatro jornalistas em 1985 em Montpellier, no sul da França, a Repórteres Sem Fronteiras se tornou uma referência na defesa da liberdade de imprensa e do direito à informação no mundo.
A organização detecta e denuncia obstáculos à liberdade de informação e ajuda jornalistas presos ou ameaçados de diversas formas (assistência jurídica, empréstimo de coletes à prova de balas, subsídios, cobranças a governos e instituições).
Desde 2002, a ONG publica um relatório anual sobre os abusos cometidos contra jornalistas em 180 países, denominado “classificação mundial da liberdade de imprensa”.
Deloire, que dirigiu uma das grandes escolas de jornalismo de Paris e trabalhou durante anos nos meios de comunicação locais, exigiu, entre outros casos, a verdade sobre o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em Istambul e denunciou os contínuos ataques à liberdade de imprensa na Rússia.
O secretário-geral ajudou a jornalista russa Marina Ovsiannikova a fugir da Rússia em uma operação secreta em 2022, depois que ela foi alvo de críticas por denunciar a guerra na Ucrânia ao vivo na televisão.
Deloire ajudou a jornalista russa Marina Ovsiannikova a fugir da Rússia em uma operação secreta em 2022, depois de ter sido criticada por denunciar a guerra na Ucrânia ao vivo na televisão. A RSF também lançou um programa para fornecer equipamento de protecção e formação a jornalistas ucranianos após a invasão russa.
A RSF descreveu o presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, como “predadores” da liberdade de imprensa. Deloire também alertava frequentemente sobre o aumento da violência contra jornalistas.
Publicamente e nos bastidores, Deloire trabalhou para a libertação do jornalista Olivier Dubois, detido por extremistas islâmicos no Mali durante dois anos e libertado em 2023, e para outros repórteres presos.
Nos seus 12 anos à frente da RSF, expandiu o alcance e o activismo do grupo e elevou o seu perfil junto dos governos. Sob a sua supervisão, a RSF lançou a Journalism Trust Initiative, um programa para certificar organizações de comunicação social para restaurar a confiança do público nas notícias, e um programa denominado Fórum para a Democracia, que visa evitar ameaças ao pensamento e às liberdades democráticas.
Nascido em 22 de maio de 1971, em Paray-le-Monial, na Borgonha, Deloire trabalhou como repórter investigativo e dirigiu uma importante escola francesa de jornalismo, a CFJ, antes de se tornar diretor da RSF.
Christophe Deloire faleceu no sábado (8), aos 53 anos, vítima de “um câncer fulminante”, anunciou a organização de defesa da liberdade de imprensa.
Ele deixa sua esposa Perrine e seu filho Nathan.
Deloire “transformou a RSF em uma campeã da defesa do jornalismo durante 12 anos”, afirmou a ONG em um comunicado transmitido à agência AFP. Ele estava no cargo de secretário-geral da RSF desde 2012.
A ONG disse ainda que Deloire foi “um defensor incansável, em todos os continentes, da liberdade, da independência e do pluralismo do jornalismo, em um contexto de caos informativo. (…) O jornalismo foi a luta da sua vida, na qual trabalhou com convicção inabalável”.
Com uma energia ilimitada e um sorriso pronto, mesmo quando fazia críticas incisivas, Deloire viajava constantemente, para a Ucrânia, Turquia, África e mais além, para fazer lobby junto dos governos e defender jornalistas atrás das grades ou sob ameaça. Ativistas pela liberdade de imprensa de vários países partilharam homenagens ao seu trabalho e lamentaram a sua morte.
(Créditos autorais: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/06/09 – Globo Notícias/ MUNDO/ NOTÍCIA/ Por g1 – 09/06/2024)
(Créditos autorais: https://apnews.com/article – Associated Press/ NOTICIAS DO MUNDO/ PARIS (AP) – 10 de junho de 2024)
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