Enver Hoxha, chefe do Partido Comunista Albanês, que liderou o país mais secreto e mais pobre da Europa durante quatro décadas de estalinismo estrito, liderou a sua nação através de rupturas ideológicas com Moscou, em 1961, e com Pequim, em 1976

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ENVER HOXHA; LÍDER ALBANÊS

 

Enver Halil Hoxha (nasceu em Gjirokastër, em 16 de outubro de 1908 — faleceu em Tirana, em 11 de abril de 1985), chefe do Partido Comunista Albanês, que liderou o país mais secreto e mais pobre da Europa durante quatro décadas de estalinismo estrito.

Hoxha liderou a sua nação montanhosa dos Balcãs através de rupturas ideológicas com Moscou, em 1961, e com Pequim, em 1976.

Hoxha chefiou o partido desde que o fundou em 1941. Ao longo do seu governo, preservou um sistema estalinista, conduzindo a Albânia através de rupturas ideológicas com Moscovo, em 1961, e com Pequim, em 1976.

Sem laços com a União Soviética ou os EUA

Culpando ambas as superpotências pelos males do mundo, o Sr. Hoxha não teve relações diplomáticas recentes nem com a União Soviética nem com os Estados Unidos.

Hoxha assumiu o cargo mais alto no Partido Comunista no poder, conhecido oficialmente desde 1948 como Partido dos Trabalhadores.

Hoxha, emergiu na Segunda Guerra Mundial como o líder da guerrilha comunista contra a ocupação italiana e alemã da Albânia.

Hoxha estava no comando desde a Segunda Guerra Mundial e liderou a Albânia através de alianças, primeiro com a União Soviética e depois com a China. Após a morte de Mao Zedong, quando o Sr. Hoxha se afastou da China, embora mantendo relações diplomáticas, isolou a Albânia de todas as alianças, para evitar que se tornasse dependente de outros países.

Nos últimos anos, o Sr. Hoxha retirou-se cada vez mais da vista do público à medida que o Sr. Alia assumiu as funções de líder e expandiu cuidadosamente os laços diplomáticos e comerciais com a Europa Ocidental, provocando especulações sobre uma abertura do país após a morte do Sr.

A morte de Hoxha seguiu-se a um ano de especulações de que ele sofria de cancro do estômago, rumores que foram rejeitados por diplomatas albaneses. Mas em raras aparições na televisão em comícios públicos no ano passado, ele parecia pálido e frágil e tinha dificuldade para levantar os braços.

Os diplomatas aqui disseram que os governos ocidentais estariam a ponderar a direcção que a Albânia poderia tomar sob um novo líder. Eles não esperavam uma abertura repentina do país. Mas disseram que era provável que pudesse haver uma aceleração do processo de estabelecimento de mais ligações com outros países.

Os principais deles são a Grã-Bretanha e a Alemanha Ocidental, com os quais a Albânia tem problemas não resolvidos sobre as reparações da Segunda Guerra Mundial. Mas os diplomatas não previram nenhuma melhoria imediata nas relações com a União Soviética e os Estados Unidos.

A China e a Albânia foram estreitamente aliadas durante mais de duas décadas, mas as relações arrefeceram após a morte de Mao Zedong em 1976. As relações económicas cessaram em 1978 e só foram retomadas em 1983.

Durante o período de laços estreitos, Pequim contribuiu com 5 mil milhões de dólares para projectos económicos albaneses e foi um dos poucos aliados da Albânia.

Enver Hoxha faleceu em 11 de abril de 1985. Ele tinha 76 anos.

Espera-se que o Presidente Ramiz Alia, herdeiro aparente do Sr. Hoxha, surja como sucessor.

A sua morte, após uma longa doença, foi anunciada pela liderança albanesa e tornada pública pela agência de imprensa do Governo e pela rádio de Tirana.

Alia, o presidente do país, de 59 anos, chefia uma comissão funerária, indicando que poderá assumir o cargo mais alto no Partido Comunista.

Alia foi o segundo líder do partido até Novembro de 1982, quando sucedeu a Haxhi Lleshi (1913 – 1998) como Presidente da Albânia.

Foram declarados sete dias de luto pelo Sr. Hoxha.

O anúncio oficial dizia que Hoxha morreu às 2h15. Ele sofria de problemas cardíacos desde 1973, como resultado de diabetes, contra a qual lutava desde 1948, disse a agência de notícias albanesa.

A cerimónia fúnebre terá lugar na segunda-feira na Praça Skanderbeg, em Tirana, e o Sr. Hoxha será enterrado no Cemitério dos Mártires da Pátria.

As bandeiras estavam a meio mastro em Tirana. A partir de sexta-feira, o corpo do Sr. Hoxha ficou exposto no Salão do Presidium da Assembleia Popular Nacional, a presidência coletiva da nação chefiada pelo Sr. Alia.

Os analistas dos assuntos albaneses disseram aqui que a notícia da morte do Sr. Hoxha seria recebida com choque por muitos albaneses, mas que haveria alguns que sentiriam alívio e aguardariam com expectativa uma mudança de políticas.

China relata morte

A China informou brevemente e sem comentários a morte de Enver Hoxha.

Um despacho de quatro parágrafos da New China News Agency citou o anúncio oficial da Albânia.

(Créditos autorais: https://www.nytimes.com/1985/04/12/world – New York Times/ MUNDO/ Arquivos do New York Times/ Por Reuters – PEQUIM, 11 de Abril (AP) – 12 de abril de 1985)

Sobre o Arquivo
Esta é uma versão digitalizada de um artigo do arquivo impresso do The Times, antes do início da publicação on-line em 1996. Para preservar esses artigos como apareceram originalmente, o Times não os altera, edita ou atualiza.
Ocasionalmente, o processo de digitalização introduz erros de transcrição ou outros problemas; continuamos trabalhando para melhorar essas versões arquivadas.
Uma versão deste artigo aparece impressa em 12 de abril de 1985, Seção A, Página 1 da edição Nacional com o título: ENVER HOXHA; LÍDER ALBANÊS.
©  2003  The New York Times Company
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